O mercado de celulares recebe lançamentos praticamente todos os dias, com algumas das grandes fabricantes de dispositivos Android sendo responsáveis por inundar esse segmento periodicamente, geralmente oferecendo aparelhos que trazem pouca – ou nenhuma – novidade. Criada por veteranos da indústria, vindos de companhias como HTC e da própria Google, a Nextbit resolveu dar uma bela chacoalhada nesse cenário anunciando Robin: um smartphone completamente integrado à nuvem.
Com os jogos e apps em geral ocupando um espaço cada vez maior em disco – assim como playlists gigantescas de música e episódios de seriados –, tanto os consumidores como a empresas correm atrás de soluções para lidar com essa limitação. Entre as opções, atualmente, estão os cartões microSD e as versões mais robustas de alguns produtos, como é o caso da ASUS com seu Zenfone 2 Deluxe Special Edition, que ostenta nada menos que 256 GB de armazenamento. A turma da Nextbit, porém, não acredita que esse seja o caminho.
O smartphone realmente smart
Pensando além do convencional, a empresa faz com que o Robin utilize tanto os “modestos” 32 GB disponíveis internamente como os 100 GB nos servidores da Nextbit para guardar todos os seus arquivos. Não pense que o sistema utilizado no celular – que é uma versão bem customizada do Android – só serve para manter uma cópia de segurança de seus documentos e MP3. Analisando os softwares que você mais usa e os que acabam sendo deixados de lado, a plataforma é capaz de mandar para a nuvem até aplicativos na hora de liberar espaço.
Por padrão, o aparelho faz um backup básico dos seus apps e das suas fotos – que provavelmente ficaram ótimas – logo que é colocado na tomada e ganha acesso ao WiFi, mas essa regra pode ser alterada pelo usuário. Como os dados pessoais dos programas transmitidos pela web continuam guardados no dispositivo, basta tentar acessá-los para que todo o material extra seja baixado novamente e integrado ao restante do sistema.
Todo o processo acontece de forma rápida e fluida, sem que o consumidor precise ir até a Google Play para resgatar o programa, mas a duração exata depende da sua conexão. Claro que isso exige um pacote de dados móveis poderoso, principalmente se o seu Robin estiver quase sempre abarrotado de arquivos e precisar fazer transferências continuamente. Melhor esquecer se for cliente fiel de planos pré-pagos nacionais, por exemplo.
Criadores e hardware de peso
Pode parecer bom demais para ser verdade, mas o currículo invejável dos envolvidos no projeto mostra que o assunto está sendo levado com muita seriedade. O CEO e cofundador da companhia, Tom Moss, participou da equipe de desenvolvimento do Android na Google, com o mesmo valendo para Mike Chan, o CTO, que trabalhou entre as versões 1.0 e 3.0 do sistema. O design sólido do dispositivo não é uma mera coincidência, já que o responsável pela peça é Scott Croyle, que desenhou os belos Evo e One M7 em sua passagem pela HTC.
O visual bastante sóbrio, que investe em ângulos retos, guarda um hardware de respeito por debaixo de sua carcaça de metal com detalhes em plástico – disponível nas cores Mint (verde-azulado) e Midnight (grafite). Entre os destaques do brinquedinho, está a bela tela IPS de 5,2 polegadas com resolução Full HD, os generosos 3GB de memória RAM, o conector USB 3.0 Type-C – sim, aquele para não erra mais o lado do plug – e a dupla de alto-falantes frontais estéreo. Confira abaixo as configurações do produto:
Especificações Técnicas
- Tela: IPS de 5,2 polegadas
- Resolução de tela: Full HD (1920x1080 pixels)
- Sistema operacional: Android 5.1.1 (Lollipop)
- Processador: Snapdragon 808
- Memória RAM: 3 GB
- Armazenamento interno: 32 GB
- Armazenamento externo: 100 GB na nuvem
- Câmera traseira: 13 MP
- Câmera frontal: 5 MP
- Conectividade: 4G LTE 150/50M, Bluetooth 4.0, WiFi a/b/g/n/ac, USB 3.0 Type-C, NFC
- Recursos exclusivos: sensor de impressão digital
- Bateria: 2.680 mAh (com tecnologia quick charge)
- Dimensões: 72 mm de largura x 149 mm de altura x 7 mm de espessura
--
Apesar de o smartphone já vir instalado com a última versão estável do Android – com a promessa de um update para o Marshmallow assim que possível –, os usuários são totalmente livres para brincar com o sistema operacional. Na verdade, há até um incentivo para isso, já que o aparelho chega às mãos do consumidor desbloqueado, sem nenhum aplicativo indesejável, e não perde a garantia mesmo se você resolver instalar outra edição da plataforma, como a Cyanogen ou o Android padrão.
Tenha um pouco de paciência
Embora seja empolgante para qualquer aficionado em tecnologia ver um celular além do Project Ara tentando pensar fora da caixa em relação a conceitos já batidos do setor, ainda vai ser preciso esperar um pouco para adquirir uma unidade do Robin. Isso porque o item ainda está em campanha no Kickstarter para ser produzido em massa. Ser financiado não é exatamente um problema, já que dos US$ 500 mil pedidos pela companhia, mais de US$ 440 mil foram captados – com mais 29 dias até que o projeto seja finalizado.
A leva inicial de colaboradores conseguiu garantir o produto por US$ 299 e quem participar da vaquinha virtual a partir de agora leva o smartphone para casa por US$ 349 – um desconto de US$ 50 em relação ao preço final. A primeira fornada de dispositivos começa a ser despachada nos meses de janeiro e fevereiro de 2016, com o Brasil, infelizmente, ficando de fora da brincadeira. Se você se interessou pelo aparelho, talvez seja preciso esperar pela venda direta do Robin, que ocorre em um ponto mais adiante do mesmo ano.
Novo smartphone Android promete espaço de sobra com armazenamento na nuvem! Comente sobre esse projeto no Fórum do TecMundo!
Fontes
Categorias