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Técnica do Kirigami pode revolucionar mercado de smartphones dobráveis

Nicholas Kotov, um dos líderes do projeto, comentou que 'o método do kirigami permitiu à equipe desenvolver a deformação em folhas condutoras'

Avatar do(a) autor(a): Felipe Payão

schedule24/06/2015, às 11:04

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Já brincou de origami? A técnica centenária japonesa conhecida mundialmente tem uma variação chamada kirigami, que consiste em recortes no papel tornando a figura final em 3D. Também parece divertido, não é? Porém, de acordo com a Universidade de Michigan, a técnica pode ir além do entretenimento e até ajudar no desenvolvimento de smartphones e tablets dobráveis, um flerte antigo do mercado.

Atualmente, temos os celulares LG G Flex (que curvam sob pressão) e os Samsung Galaxy S6 Edge (com bordas curvas) como os primeiros passos dentro desse possível futuro. Em outras feiras de tecnologia, telas com formas flexíveis também já foram apresentadas.

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Nicholas Kotov, um dos líderes do projeto, comentou que "o método do kirigami permitiu à equipe desenvolver a deformação em folhas condutoras". Veja: os condutores são materiais vitais em eletrônicos, servem tanto para interligar partes quanto eletrodos, mas nunca foi possível desenhá-los de modo "esticável" e funcional — todas as tentativas já feitas sempre derrubavam ferozmente o desempenho, além de serem totalmente imprevisíveis quanto a performance.

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No final, a conta é simples: sem folhas condutoras que se esticam, sem gadgets dobráveis.

Mudança no roteiro

Os pesquisadores de Michigan então deixaram de lado a ideia de tentar criar folhas parecidas com elásticos (um fio redondo) e se inspiraram nos cortes de papel kirigami. Então, foi possível transformar uma folha de condução rígida em algo totalmente flexível — bastou uma série de cortes pequenos e estrategicamente realizados.

O resultado da transformação foi muito positivo: mesmo que o desempenho tenha caído um pouco, ele se manteve sem alterações ao longo do tempo, o que é muito importante. Não faz mal se a folha tem um baixo desempenho: a sua capacidade de continuar funcionando sem oscilações é o que importa. Entenda que é impossível planejar algo para tecnologias imprevisíveis, mas o jogo muda quando a fonte de condução é confiável.

A equipe utilizou os seguintes materiais para a produção da folha: papel vegetal fino e nanotubos de carbono. O papel foi cortado como um "ralador de queijo" e usado para iluminar um tubo de vidro cheio de argônio, transformando o gás em plasma — ou seja, TVs dobráveis!

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Já para smartphones, foi necessário criar uma folha kirigami bem menor. Os pesquisadores fizeram várias simulações em computadores para entender o melhor tamanho e forma, então adicionaram camadas de óxido de grafeno em um material baseado em carbono e oxigênio. O resultado também foi positivo: uma folha esticável sem perda de condutividade foi desenvolvida.