(Fonte da imagem: Reprodução/Gumship)
Foi-se o tempo em que video game era coisa de criança. E não é apenas porque os jogos evoluíram, mas porque a molecadinha está cada vez mais deixando os consoles de lado e migrando para outras plataformas, sobretudo os dispositivos móveis.
Um relatório divulgado pela The NPD Group revelou que, apesar de os sistemas tradicionais e os PCs ainda continuarem em alta, a participação de smartphones e tablets no mercado vem se tornando ainda mais significativa. Tanto que, em relação a 2011, o número de donos de aparelhos mobile que preferiram esse tipo de tecnologia a usar o video game clássico subiu cerca de 53%.
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E os adolescentes são os principais responsáveis por puxar esse índice. Neste mesmo período de dois anos, o tempo gasto por jovens entre 12 e 17 anos jogando em plataformas móveis aumentou de cinco para sete horas por semana.
De acordo com o analista Liam Callahan, a razão para o crescimento do interesse no formato por esta faixa etária é simples. Segundo ele, as crianças têm uma facilidade muito grande para abraçar e se adaptar a novas tecnologias e que, como smartphones e tablets podem ser muito mais baratos — e versáteis — que um video game em si, é natural que haja uma mudança no foco de interesse.
Só que as coisas não param por aí. Callaham explica que, se ampliarmos a análise para um grupo com indivíduos com idades entre 2 e 17 anos, vamos perceber que os dispositivos móveis são ainda mais fortes do que pensamos, principalmente porque os pequenos estão tendo seu primeiro contato com a tecnologia cada vez mais cedo.
Fantasma do Natal futuro
E isso nos faz pensar sobre a situação atual da indústria. O público de consoles amadureceu muito em relação à realidade que tínhamos há algumas décadas e os jogos seguiram pelo mesmo caminho. O problema é que, com o crescimento da quantidade de títulos adultos, o público mais novo fica desassistido e parte para outras formas de entretenimento. A grande variedade de títulos para todas as idades é um dos segredos para o sucesso dos jogos de iOS e Android.
E apesar de isso ainda ser algo bem recente, a situação pode se tornar preocupante em um futuro não muito distante. A indústria de games pode seguir um caminho semelhante à de quadrinhos, “alimentando” apenas o mesmo público e, com isso, impedindo a entrada de novos consumidores — e, consequentemente, sendo incapaz de crescer.
É claro que ainda é muito cedo para dizer que os video games são os gibis da nova era, principalmente quando ainda há muitos títulos voltados ao jogador infantil, mas é bom que a indústria como um todo abra os olhos para perceber é a molecadinha de hoje que vai comprar o console de amanhã.
Via BJ
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