Quando você se depara com as configurações de hardware de alguns tablets e smartphones, pode até mesmo pensar que está olhando para as características de um computador de mesa – tudo graças à grande e rápida evolução desses aparelhos digitais.
E se já existem processadores gráficos dedicados, saídas HDMI e chips de quatro núcleos, a memória desses gadgets portáteis também cresce. São dezenas de gigabytes que ainda podem ser expandidos por meio dos cartões externos. Além disso, outro tipo de memória também ganha atenção no desenvolvimento desses aparelhos: a memória RAM.
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Contudo, nós nunca estamos satisfeitos. Por mais que haja espaço de armazenamento, sempre é possível esgotar com tudo isso rapidinho. Dessa forma, saber balancear o uso das memórias do seu aparelho é tarefa fundamental para tirar o melhor proveito do gadget.
Por isso, vale a pena conhecer um pouco o funcionamento dessas partes do hardware e, de quebra, conferir algumas dicas de como distribuir os seus dados entre as memórias interna e externa do seu portátil.
Memória RAM
Antes de saber onde gravar os seus arquivos, é importante conhecer a função da memória RAM, uma vez que ela é uma das partes mais importantes de um tablet, smartphone ou mesmo um computador tradicional.
Aparelhos cada vez mais poderosos (Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)
Ela surge como um braço direito da CPU e é fundamental para que o seu processador consiga trabalhar com toda a eficiência possível, pois, apesar de ele ser o cérebro de todas essas máquinas, o chip não conta com grande capacidade de memória.
Com isso, ele busca o auxílio de outros recursos – e é a RAM que vem para ajudá-lo nesse processo. É nessa memória que ficam armazenadas as informações que estão sendo utilizadas no momento pelo processador. Quando você executa um aplicativo em seu smartphone, o software do Baixaki, por exemplo, ele primeiro é rodado pela CPU e “jogado” na memória RAM, para só depois ser mostrado para você.
Quanto mais pesado for o programa, de mais RAM ele precisa para ser rodado sem que haja travamentos ou diversos outros problemas. Além disso, quanto mais memória RAM você tiver, mais softwares o seu gadget poderá rodar simultaneamente.
Para garantir eficiência, essa memória é “limpada” a todo o momento pelo sistema operacional, sempre que você fecha algum aplicativo e o gadget não precisa mais acessar determinadas informações. problema é que, em alguns casos, certos programas insistem em continuar em execução.
Com os teimosos, às vezes é preciso lançar mão de atitudes mais drásticas, como forçar o fechamento manual de tais aplicativos. Em alguns desses casos, o “Gerenciador de tarefas” dos aparelhos é suficiente, porém, na maioria das vezes, você precisa utilizar um software específico.
O Appkik é um bom exemplo de “Task killer”. Ele funciona como um eficiente faxineiro dentro do seu aparelho Android. Basta executá-lo para encontrar uma lista dos programas em execução, e tudo o que você precisa fazer é determinar aqueles que deseja fechar.
Memória interna
A memória interna é o principal compartimento de armazenagem do seu aparelho. Como ele vem “de fábrica” dentro do gadget, ou seja, é construído e fica juntamente com o resto do hardware “original”, o acesso às informações gravadas ali é mais rápido e eficiente, pois há menos etapas a serem cumpridas.
Quando você liga o aparelho, automaticamente tudo o que há nessa memória já é reconhecido pelo sistema operacional. Além disso, os programas que executam junto com o SO também já são iniciados automaticamente, como antivírus ou softwares de sincronização, como o Gmail, o Facebook ou o Twitter.
No Android, por padrão, praticamente tudo o que você baixa pela Google Play é instalado nessa memória. A exceção fica por conta de alguns poucos aplicativos e downloads realizados em sistemas mais recentes (a partir do Froyo). Isso significa que, quanto mais programas você pegar, cada vez menos espaço de armazenamento interno o seu aparelho terá. Isso pode render dois grandes problemas: falta de lugar para novos aplicativos e lentidão do seu gadget.
Essa segunda dor de cabeça aparece porque a memória interna também é utilizada para o armazenamento do cache, ferramenta que funciona auxiliando a memória RAM. Quando você abre as suas músicas, por exemplo, o aparelho precisa armazenar temporariamente no cache a sequência das suas playlists ou os títulos das canções e álbuns que você está ouvindo. Como a quantidade de informações é muito grande, a memória RAM não é suficiente – e o cache surge como a solução.
Por isso, o recomendado é que você sempre deixe pelo menos 30% do espaço total livre, tudo para que o sistema possa criar essa “reserva”. Isso colabora para que o seu aparelho mostre desempenho muito mais eficiente. Há também programas que limpam o cache do aparelho, como o Cache Cleaner fácil, que realiza esse trabalho em poucos toques.
Memória externa – cartão SD
A tecnologia de acesso envolvendo os dados da memória interna e da memória externa é bastante parecida, porém, no SD, a leitura dos arquivos é feita de forma alternativa. Aqui, ela acontece quase que totalmente sob demanda.
Dessa forma, o que há no cartão é “montado” somente após tudo o que está gravado no armazenamento interno, pois é lá que estão os dados considerados como prioridade no Android. Assim, determinados arquivos até serão lidos, mas não executados, como arquivos de mídia por exemplo. Somente quando você apertar em algum programa ou arquivo é que ele será, de fato, acessado pelo sistema.
(Fonte da imagem: Reprodução/Engadget)
Basta lembrar-se de quando você insere um pendrive no computador, por exemplo. Apesar de o novo “drive” ser rapidamente reconhecido pelo sistema operacional, ele só será acessado quando você requisitar.
Por tudo isso, muitos programas são impedidos pelo Android de serem gravados diretamente no cartão externo. Aplicativos de sistema, por exemplo, não podem ser armazenados ali. Além disso, muitos softwares pagos também apresentam essa restrição, pois, segundo os seus desenvolvedores, isso tornaria a realização de cópias ilegais muito mais fácil.
O que mandar para o cartão de memória
Mas, então, para que eu tenho um cartão de memória no meu smartphone? Bem, apesar de nem todos os programas poderem ser transportados para fora da memória interna, ainda há alguns que permitem essa transferência. Assim, você pode lançar mão disso para liberar espaço na memória interna do seu gadget.
Apesar de alguns programas (como o AppKik citado acima) já contarem com a função de mover aplicativos para o cartão externo, você pode utilizar uma ferramenta específica para isso, como App 2 SD, por exemplo. Contudo, fique atento ao fato de que mesmo os softwares que permitam a sua transferência para a memória externa ainda terão dados gravados na memória principal do seu gadget.
Além disso, é preferível que você mantenha no cartão externo dados que não são acessados o tempo todo por você, jogos nos quais você só entra de vez em quando, por exemplo. Fotos, vídeos e arquivos de mídia em geral também devem ser gravados nessa memória, liberando o armazenamento interno para softwares do sistema e programas que necessitam de acesso rápido por parte do sistema operacional.
Ilustração: André Kranz
Fontes