Depois de muitas campanhas publicitárias que prometiam televisão a qualquer hora, e em qualquer lugar, o Sistema de Televisão digital Brasileiro — aberto e livre de custos — finalmente está se solidificando. A ótima notícia é que até mesmo pelos celulares será possível aproveitar os benefícios e a qualidade do novo sinal.
Um novo início
Até o momento, as operadoras se apoiavam em seus serviços de transmissão de dados (EV-DO e GPRS) ou de voz para efetuarem a difusão dos canais para seus clientes. Além do problema da compatibilidade e do custo alto para os usuários (que se viam forçados a aderência de um plano de dados), faltava também legalização, pois não estavam previstas quaisquer regulamentações pela ANATEL, sendo o conteúdo transmitido por meio de adaptações.
Já a nova onda de televisão nos celulares deverá ser completamente aberta para a recepção. Isso porque o sinal aproveitado é o mesmo emitido para as transmissões digitais convencionais de televisões. Sendo assim, basta ter um aparelho compatível com o serviço para receber a transmissão pela antena, sem pagar absolutamente nada, em um canal adequado de comunicação.
Imagine algo similar aos receptores USB, que são vendidos para computadores.
Entendendo melhor o sistema
Mesmo que você se sinta tentado a comprar aparelhos via importação (dados os seus preços e os demais recursos disponíveis), segure o impulso, pois os modelos são ou preparados apenas para as redes Norte Americana e Européia ou Japonesa (dependendo do local de origem).
A rede brasileira — embora baseada integralmente no padrão Japonês ISDB—T (Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial), por este se adaptar melhor às necessidades de energia e pela sua natureza aberta, sem possibilidade de cobrança pelas operadoras — foi acrescida de diversas modificações que a tornaram única, incompatível com das demais.
Desse modo, são necessárias mudanças especiais aos aparelhos, o que não é de todo ruim, haja vista que no Brasil a recepção e exibição da imagem nos portáteis será superior à dos demais modelos. O formato de compressão, por exemplo, será alterado de MPEG—2 para MPEG—4.
Novos formatos e necessidades
Uma das coisas que também irá mudar com a implementação da recepção de TV nos portáteis é o formato da tela dos aparelhos, que atualmente não é adequada à proporção 16:9, ou Widescreen. Tudo aponta para o aumento da área visível, tomando o maior espaço possível da superfície, algo que favorece o modelo Touch (imagine algo similar aos iPhones) ou celulares com Flip (dobráveis).
Mesmo com toda uma frente pensada para isso, há a possibilidade de perda de detalhes nos aparelhos portáteis. Isso se dá principalmente pela queda de tamanho em relação às TVs convencionais. Detalhes que já são pequenos na televisão de alta definição ficarão praticamente invisíveis em suas mãos.
Outro problema que as fabricantes devem encarar (e que afetará diretamente os usuários) é a duração de bateria. Celulares dotados do recurso devem ser mais inteligentes no consumo e dotados de baterias mais eficazes, proporcionando ao usuário cerca de 3 horas e trinta minutos contínuos de programação.
Um gostinho do que está por vir
Mas depois de tanta informação, onde é que estão estes benditos aparelhos? Sendo anunciados, aos poucos, no mercado. Atualmente existem poucos modelos capazes de captar e reproduzir o sinal aberto.
A Samsung oferece duas opções: o I6210 e o V820L. O primeiro é voltado a um mercado de entrada, oferecendo recursos simplificados e câmera integrada de 2.0 Megapixels. Já o segundo possui tela rotatória, navegação 3G, reprodução de vídeos em alta definição e muitos outros benefícios.
Outra opção vem da Semp Toshiba, o CTV41. Este aparelho com tela sensível ao toque mostra um design mais sóbrio, ainda assim com uma antena externa para a melhor captação do sinal de televisão digital. Outros recursos são a câmera (também de 2.0 megapixels), Bluetooth, suporte para cartões de memória com até 2 GB e agenda com 500 posições.
Onde já é possível assistir à TV Digital
Atualmente você pode assistir à televisão digital em cidades de 11 Estados, sendo estes:
• São Paulo
Emissoras: CBI, MTV Brasil, Rede 21, Rede Bandeirantes, Rede Globo, Rede Record, Rede TV, SBT, TV Cultura e TV Gazeta.
• Belo Horizonte
Emissoras: Rede Globo, Rede Record e Rede TV.
• Rio de Janeiro
Emissoras: Rede Bandeirantes, Rede Globo, Rede Record, Rede TV e TV Brasil (Radiobrás).
• Goiânia
Emissoras: Rede Anhanguera de Televisão (afiliada Rede Globo) e Rede Record.
• Curitiba
Emissora: Rede RPC (afiliada da Rede Globo).
• Porto Alegre
Emissora: Rede RBS (afiliada da Rede Globo).
• Salvador
Emissora TV Bahia (afiliada da Rede Globo).
• Campinas
Emissora: EPTV (afiliada da Rede Globo).
• Cuiabá
Emissora: TV Centro América(afiliada da Rede Globo).
• Florianópolis
Emissoras: RBS (afiliada da Rede Globo).
• Vitória
Emissora: TV Gazeta (afiliada da Rede Globo).
*Informações retiradas do site oficial da TV Digital Brasileira. Acesse em http://www.dtv.org.br/materias.asp?menuid=3&id=11.
E aí, pronto para esta revolução? Se o seu Estado ou sua cidade ainda não possuem sistema de transmissão, não se desespere, pois ainda para 2009 está prevista uma grande expansão na distribuição do sinal. Até o fim de 2011, boa parte do território nacional já será beneficiada com a televisão digital.