Como mais um dos diversos padrões para comunicação sem-fio (wireless) entre equipamentos — e dedicado a aplicativos e transações de porte menor que o Wi-Fi — o Bluetooth hoje está presente em diversos produtos no mercado. Câmeras, impressoras, headsets, sons automotivos e video games são apenas alguns dos exemplos.
Mas é em um portátil que nos acompanha diariamente que esta maravilhosa tecnologia pode se tornar um verdadeiro pesadelo: nos celulares. O motivo para isso? Simples, praticamente todos nossos dados (incluindo números de telefones, contatos, endereços e até mesmo agendas) estão neles.
O perigo invisível
Ao deixar sua conexão Bluetooth sempre ativada no celular, você permite que outras pessoas coletem suas informações sem esforços. Hackers podem causar verdadeiros estragos — e roubar os seus dados — caso tenham equipamentos necessários para realizar a sincronização de banda (que fica saltando em faixas pré-determinadas).
O que acontece é que pelas especificações atuais os endereços de conexão do Bluetooth não são encriptados (codificados e protegidos), uma grande falha de segurança. Também, pela falta de informação, muitos sequer alteram suas senhas de conexão, deixando as que vêm de fábrica e tornando o acesso ridiculamente fácil.
Atualmente no mercado existem até mesmo equipamentos com alcance estendido, que podem realizar a leitura de todos os aparelhos à sua volta.
Estudos secretos
A mais recente polêmica em torno da falta de segurança dos dispositivos com Bluetooth aconteceu no Reino Unido, na cidade de Bath. Milhares de moradores tiveram suas atividades e deslocamentos diários monitorados por meio de scanners de Bluetooth espalhados pela cidade.
O problema é que isso ocorreu sem qualquer autorização ou consentimento, configurando a quebra de sigilo e privacidade dos habitantes. Os dados eram repassados para o projeto Cityware. Além de colocar este teste mirabolante de varredura de Bluetooths em prática, os desenvolvedores ainda disponibilizaram o projeto para download na internet, o que agravou ainda mais a situação.
Atualmente em lugares como Toronto (no Canadá), Hong Kong e Cingapura, também já foram avistados os scanners.
Como se prevenir
Não há uma forma de saber se o local onde você está é ou não vigiado (a menos que não existam equipamentos com Bluetooth), portanto a melhor maneira de evitar o roubo das suas informações é deixar o Bluetooth desativado sempre que não for usá-lo. De quebra, você estará prolongando a durabilidade da sua bateria!
Quando quiser realizar transferência de dados entre celulares, ou até mesmo para o computador, ative-o temporariamente. Uma boa ideia é também evitar locais lotados.
Outra dica é ir até as configurações de conectividade e Bluetooth do seu aparelho. Alguns permitem que sejam aceitas apenas conexões autorizadas (você precisa confirmar tudo antes que outra pessoa possa visualizar suas informações) e alguns dos modelos mais avançados possuem também um modo de operação oculto.
Neste modo, também chamado de non-discoverable, seu celular fica invisível para outros aparelhos, sendo que as únicas conexões estabelecidas são as que você mesmo desejar.
Para mais informações
Se quiser saber um pouco mais sobre o que é o Bluetooth, não deixe de ler também este artigo, no qual é dada a definição e as aplicabilidades desta tecnologia tão presente em nosso cotidiano.
Mais uma vez: sempre que não for utilizá-lo, procure desativar seu Bluetooth. Sua segurança e sua bateria agradecem.