A Ford e o grupo Samsung SDI revelaram o desenvolvimento colaborativo de uma nova tecnologia para baterias, cujo resultado deve tornar os veículos mais leves e também mais eficientes. O anúncio foi feito durante recente evento em São Francisco (Califórnia, EUA), em que ambas as companhias mostraram um sistema que combina íons de lítio com as tradicionais baterias de chumbo-ácido em carros com o sistema start-stop.
Conforme explicou o vice-presidente de desenvolvimento de produtos da Ford, Kumar Galhotra, em carros típicos, o referido sistema ajuda a poupar combustível — desligando o motor durante as paradas —, mas também acaba por reduzir a vida útil da bateria de chumbo-ácido.
“A definição do start-stoping envolve o reinicio da bateria — de forma que é necessário utilizar a bateria de chumbo-ácido todo o tempo”, disse ele durante o referido evento. “Mas se nós pudermos ter [em um mesmo sistema] a frenagem regenerativa e essa bateria paralela, então se torna possível poupar as baterias chumbo-ácido para que sejam mais efetivas nas partidas e desligamentos.”
De acordo com ele, a solução possibilita utilizar com mais frequência o start-stop — afirmando ainda que a Ford utiliza atualmente o sistema em aproximadamente 70% dos seus veículos em produção. Galhotra afirmou ainda que as duas baterias conjugadas podem extender a vida útil das baterias tradicionais mesmo em veículos não híbridos.
Bateria ultraleve
Além do sistema de baterias conjugadas, as duas empresas também revelaram um novo conceito, ao qual deram o nome de “ultraleve” (ultra-lightweight). O design traz uma bateria com apenas 4,5 quilogramas — ou o que a Ford afirmou como algo “40% mais leve do que as baterias híbridas produzidas em níquel-hidreto.
A bateria também ganha pontos pela facilidade da instalação. De acordo com a companhia, é possível posicionar a “ultraleve” embaixo do assento do passageiro, no compartimento do estepe ou no console central do veículo. A ideia, naturalmente, é reduzir o peso dos carros, chegando, possivelmente, a substituir as tradicionais baterias de chumbo-ácido.
F-150 e Fusion de aço e alumínio
De fato, o anúncio dividiu o palco com a revelação de dois novos veículos conceituais da Ford — cujo objetivo, igualmente, é promover uma diminuição do peso e um aumento da eficiência. Trata-se de uma F-150 e de um Fusion, ambos forjados em ligas de aço e alumínio.
Segundo a companhia, a escolha de materiais diminuiu quase 320 quilogramas o peso da caminhonete. Também o sedã teve seu peso usual diminuído em 25%. Entretanto, nenhum dos veículos mostrados trazia instalada a nova bateria — já que, de acordo com a Ford, o modelo “ultraleve” encontra-se ainda em testes de corrosão, colisão e ruídos.
Sobre o sistema start-stop
Para quem ainda não conhecia, o sistema start-stop é responsável pelo desligamento do motor de forma instantânea, sempre que o veículo é tirado de movimento durante alguns segundos — voltando a ligá-lo conforme o freio é aliviado (veículos com câmbio automático) ou a embreagem é solta (veículos com câmbio manual).
Embora tenha aparecido em meados da década de 1970 — em razão da crise do petróleo —, o sistema acabou não vingando na ocasião por conta da limitação dos motores da época (ainda providos de um carburador). A ideia foi retomada em 2004 pela companhia francesa Valeo, a fim de equipar o Citroën C3, tendo, então, caído nas graças das montadoras e dos consumidores.
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