Como funciona a tecnologia Quick Charge dos novos celulares?

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O sistema Quick Charge da Qualcomm já é bem conhecido de grande parte do público — mesmo que algumas fabricantes o vendam com outros nomes, como é o caso do Turbo Charger, da Motorola. Prometendo realizar recargas de baterias com muito mais velocidade do que fazem os carregadores comuns, o sistema permite que os aparelhos fiquem menos presos às tomadas.

Para 2015, a criadora do sistema está trazendo novidades para ele com a versão 3.0, que deve ser lançada comercialmente junto com o Snapdragon 820. Mas apesar de algumas mudanças nas possibilidades, o funcionamento continuará o mesmo já visto nas versões anteriores. E você faz ideia de como é isso? Pois hoje nós vamos explicar exatamente como é que a magia acontece.

Muito mais que uma tomada especial

Por mais que algumas pessoas pensem que tudo se deve ao carregador mais potente, é preciso deixar claro que grande parte da responsabilidade do sistema fica mesmo no processador dos smartphones. Com uma habilitação inteligente para o recebimento de tensões e intensidades mais altas nos circuitos, é o chipset que faz o controle energético para evitar que qualquer dano seja sentido pelas placas e pelos componentes.

É por isso que os carregadores Quick Charge da Qualcomm só fazem efeito com smartphones habilitados para a tecnologia. Em celulares comuns, ele se torna um carregador simples e que faz as recargas com a mesma velocidade de outros acessórios. Boa parte dessa diferença está também na forma como os códigos dos sistemas são construídos.

A versão 3.0 do Quick Charge, por exemplo, é a primeira a receber uma tecnologia chamada INOV (Intelligent Negotiation for Optimum Voltage). Trata-se de um algoritmo que consegue identificar e determinar os níveis de energia que devem ser aplicados do carregador aos smartphones. Isso tudo resulta em um melhor aproveitamento das correntes elétricas, reduzindo bastante a dissipação energética.

Na prática...

A tecnologia da Qualcomm não é muito diferente da que outros “carregadores rápidos” oferecem. Ela é criada para levar mais intensidade de corrente (“amperagem”) das tomadas até os aparelhos, fazendo com que as baterias sejam reabastecidas com mais velocidade do que aconteceria com um carregador normal.

Já o smartphone com suporte ao Quick Charge é programado para tentar absorver a maior quantidade de energia elétrica possível — independente de qual seja o carregador utilizado, mas por razões de segurança existe uma limitação de carregadores não certificados. Isso serve para evitar que a corrente elétrica seja transmitida com uma intensidade maior do que a que seria segura para os aparelhos.

Por exemplo: um aparelho com processador Qualcomm e Quick Charge é programado para conseguir receber correntes com até 3 A dos carregadores. Porém, caso o carregador não seja credenciado, esse limite á baixado para 2 A no intuito de evitar que ocorram problemas. Somente os carregadores com Quick Charge conseguem levar a potência máxima até os celulares.

No final das contas, isso deixa claro que os aparelhos com Quick Charge precisam de carregadores com a mesma tecnologia para que as recargas sejam feitas com mais velocidade. Vale dizer que os cabos também podem interferir nesse processo, por isso fios paralelos podem reduzir o desempenho do sistema.

Por que usar esse tipo de tecnologia?

Você deve saber que as pessoas precisam cada vez mais de seus smartphones. Isso significa que é preciso deixar o aparelho longe das tomadas durante o maior período possível. Você também deve saber que aumentar as capacidades de bateria sem comprometer o design e a espessura dos dispositivos tem sido um desafio complexo para as fabricantes.

Com tudo isso em mente, fica fácil entender por que as tecnologias de recarga rápida são tão necessárias. É com elas que as fabricantes vão conseguir manter os consumidores satisfeitos, uma vez que em períodos curtos é possível fazer grandes recargas e, assim, ficar longe das tomadas novamente. Ainda vai demorar até que tecnologias de bateria consigam oferecer mais e mais autonomia em aparelhos ultrafinos e com tantos recursos.

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