Pare para pensar por um instante: quantos dos usuários que você segue no Twitter ou têm adicionados como amigos no Orkut você realmente conhece? A menos que você seja uma pessoa extremamente popular, é muito provável que pelo menos metade dos seus conhecidos sejam “apenas” do mundo virtual.
Mas como será que eles vivem? Qual é o rosto que escondem por trás dos avatares? A Campus Party é um espaço perfeito para se responder questões como essas. Reconhecendo muitos de seus amigos pessoalmente, é impossível deixar de esconder o ar de espanto, por ver que aqueles que tanto conversamos são, de alguma forma diferente do que pensávamos.
Um cantinho para chamar de meu
Mascotes, casemods e outros objetos decorativos dizem muito sobre você. Contudo, imagens como essas nem sempre são vistas. Seu mundo particular, fechado em quatro paredes jamais é exposto. Menos por aqui.
Na Campus Party seu papel de parede funciona como um cartão de visita. É fã de Star Wars? Basta colocar o Mestre Yoda em destaque em sua Área de Trabalho ou ainda pendurar um boneco de pelúcia dele sobre o seu computador para que não demore muito outra fã apareça para trocar uma ideia com você.
A partir do seu perfil, surgem as novas amizades. Mesmo aqueles que não estão nas mesas, mas estão acampados na área de camping utilizam toalhas, com as mais variadas estampas, para se destacar em meio a multidão.
O espírito coletivo
Se por um lado fazer novas amizades e rever velhos amigos é uma das premissas básicas de uma Campus Party, outros elementos como espírito de solidariedade e respeito pelo próximo estão presentes em praticamente todo o campus.
Em nosso terceiro dia por aqui, não presenciamos nenhuma reclamação de furto ou roubo. Pelo contrário. É comum andar pela área central e vermos notebooks sem trava deixados sobre a mesa, desktops sem senhas, celulares e portáteis sobre a mesa. Ninguém pega o que é do outro.
No Campus Media, a área de imprensa onde o Baixaki montou a sua base, é comum deixarmos o computador enquanto saímos para fotografar uma palestra ou fazer uma entrevista. Nenhum problema foi reportado. E todos se sentem ã vontade para confiar no desconhecido colega do lado para dar “uma olhadinha” enquanto não estão por perto.
Voluntários e com boa vontade
Você já deve ter lido nos nossos diários de bordo anteriores que alguns problemas de organização foram recorrentes nesta edição do evento. E, por mais que a organização seja a responsável e todos saibam disso, é natural que na hora que as coisas acontecem quem ouça o que não merece são os colaboradores.
Muitos deles estão fazendo o trabalho de maneira voluntária. Ainda assim permanecem pacientes ouvindo o que não precisam e tentando contornar ou minimizar os problemas. Obviamente, o fato de serem voluntários não os isenta de culpa ou torna permissíveis erros bobos, contudo ainda assim essa é uma postura que deve ser levada em consideração.
Afinal o espírito de uma internet livre e acessibilidade, pregado por Tim-Berners Lee e bandeira empunhada pela maioria dos campuseiros, também passa pela compreensão e pela disponibilidade em auxiliar o próximo. Ou não queremos incluir novos campuseiros no mundo digital?
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A Campus Party acontece em São Paulo até o próximo dia 22 de janeiro. Fique ligado no Baixaki para conferir tudo que rola no evento e até a próxima.