Os carros superesportivos e hiperesportivos podem até não ter as mesmas funcionalidades tecnológicas que a gente vê nos carros da Tesla, por exemplo, mas isso não significa que eles não sejam um milagre por si só ou que sua concepção não esteja cercada por geringonças e testes que utilizam muita tecnologia – para o bem ou para o mal.
Um ótimo exemplo disso é a forma como a Bugatti testou o motor W16 quadri-turbo de 1.500 cavalos do Chiron: usando um dinamômetro adaptado em uma plataforma giratória que serve para simular nos mínimos detalhes uma volta no em Nürburgring Nordschleife, o conhecido e tradicional circuito que serve também de templo para os testes dos carros esportivos da maior parte das marcas do mundo.
Not seen this before: @Bugatti engine rig simulates a flat-out run of the @nuerburgring, #chiron #hypercars pic.twitter.com/pwu6IpVQKq
— James Mills (@squarejames) March 18, 2017
Pra você que não conhece: o percurso de Nordschleife, ou o Anel Norte, é um circuito de 20 quilômetros de extensão e que foi a casa do Grande Prêmio da Alemanha de Fórmula 1 até 1976, ano que marcou também o terrível acidente com o piloto austríaco e tricampeão Niki Lauda – e a gente recomenda que você assista ao filme "Rush".
O objetivo do teste nessa plataforma é exercer as forças de variação de altitude e direção de um dos circuitos mais desafiadores do planeta e verificar se, com todo esse movimento, existe alguma chance de haver problemas de alimentação de óleo ou qualquer outro fluido do motor – tudo isso sem a parte legal de, sabe, dirigir.
Um trecho (bem pequeno) do percurso de 20 quilômetros de Nordschleife
Por outro lado, esse tipo de teste economiza diversos custos relacionados à logística de levar um carro até a Alemanha, além do uso de alguns jogos de pneus, gasto de combustível e possíveis acidentes – e disso a Koenigsegg manja.
Por outro lado, esse tipo de teste economiza diversos custos relacionados à logística de levar um carro até a Alemanha, o uso de alguns jogos de pneus e possíveis acidentes
Isso não significa que a Bugatti não tenha alguns problemas com esse teste simulado: retirar um motor muito similar do predecessor do Chiron, o Veyron, exigia que o carro fosse praticamente separado ao meio.
A aplicação é muito simples: um automóvel dá uma volta no circuito com uma central que coleta absolutamente todas as informações de telemetria, que depois são despejadas em um computador que, por sua vez, faz a leitura desses dados para que a plataforma simule.
O vídeo abaixo mostra que a Porsche já utilizou o mesmo sistema para testes anteriores:
E não só motores são simulados: a BMW já fez testes imitando o comportamento de pneus e suspensão em uma estrutura bem diferente:
Pode não ter a emoção do carro em movimento, mas que é legal pra caramba de ver, isso é.
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