(Fonte da imagem: José Cruz/ABr)
A vida da urna eletrônica brasileira ganhou mais um fato polêmico para a sua história. Apresentada por seus defensores como um dos sistemas de votação mais ágeis e seguros do planeta, o equipamento continua sendo olhado com desconfiança mesmo após 16 anos de sua implantação.
Durante o seminário “A urna eletrônica é confiável”, realizado no Rio de Janeiro, um hacker de 19 anos identificado apenas como Rangel relatou como realizou a interceptação de dados de contagem dos votos, alterando assim o resultado de uma apuração. Tudo isso sem ser notado pela Justiça Eleitoral.
“A gente entra na rede da Justiça Eleitoral quando os resultados estão sendo transmitidos para a totalização, e, depois que 50% dos dados já foram transmitidos, atuamos. Modificamos resultados mesmo quando a totalização está prestes a ser fechada”, explicou Rangel.
Eleições já fraudadas?
Rangel garantiu já ter prestado depoimento à Polícia Federal e afirma estar disposto a colaborar com as autoridades — ele inclusive já está em um programa de proteção à testemunha. Segundo o hacker, ele não está sozinho e faz parte de um pequeno grupo que já alterou votações antes de sua apuração oficial pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro.
Ainda conforme o jovem, a fraude foi feita em benefício de um grupo político da Região dos Lagos, favorecendo inclusive o atual presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, deputado Paulo Melo (PMDB).
Outros participantes do evento, como a doutora Maria Aparecida Cortiz, advogada que representa o PDT no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) há 10 anos, afirmaram que outras fraudes ocorreram nas eleições municipais deste ano, mas foram abafadas pela Justiça Eleitoral. Ela citou casos nas cidades de Londrina (PR) e Guadalupe (PI), além de outras localidades no Maranhão e na Bahia.
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