O que acontece quando cirurgiões se encontram com biohackers? Eles criam uma injeção capaz de fazer com que olhos comuns desenvolvam visão noturna, naturalmente. Ao menos é o que afirmam pesquisadores norte-americanos, segundo informa o Science for the Masses.
Para que Gabriel Licina, a cobaia do experimento, pudesse colocar a aposta dos cientistas à prova, uma solução baseada na substância Chlorin e6 (ou Ce6) teve de ser feita – as moléculas da mistura são encontradas em peixes que vivem em profundidades abissais e são também usadas no tratamento de pessoas que têm dificuldade em enxergar no escuro.
Análoga à clorofila, a Ce6 é fotossensível, o que, em teoria, favorece o “upgrade” dos olhos de uma pessoa comum. A substância chegou até a retina de Licina por meio uma injeção de 50 ml em seu saco conjuntival (bolsa que fica abaixo dos olhos); os efeitos começaram a aparecer após uma hora, conforme relatam os pesquisadores.
Testes
A cobaia não se submeteu somente à boa-fé dos biohackers; lentes de contato que limitam a receptividade de luz e até mesmo óculos escuros foram vestidos por Licina. Em uma sala escura, a visão noturna do rapaz foi então testada: ele foi desafiado a reconhecer símbolos e formas que estavam a 10 metros de distância. Lá pelas tantas, pessoas e objetos foram identificados por Licina aos notáveis 50 metros de distância.
Os resultados computados são de fato entusiasmantes: enquanto o grupo de pessoas com “olhos normais” que executou as mesmas provas acertou um terço dos testes, Licina emplacou 100% do resultado. A visão da cobaia voltou ao normal sem efeitos colaterais depois de 20 dias.
A despretensiosa pesquisa dos cientistas certamente vai inspirar estudos no campo da medicina. “Mostramos que isso pode ser feito. Se pudemos fazer isso em nossa garagem, outras pessoas podem [fazer os testes] também”, diz Jeffrey Tibbets, um dos médicos responsáveis pela descoberta.
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