A biotecnologia já está chegando a um ponto onde é possível recriar em laboratório tecidos do corpo humano (e até órgãos mais complexos) para transplantes e outras funções. Tendo isso em mente, alguns cientistas já estão pensando em usá-los em robôs. Calma, isso não significa que teremos por aí exterminadores como nos filmes de Arnold Schwarzenegger! Na verdade, a ideia é tornar esses órgãos mais bem adaptados aos humanos.
Hoje em dia, quando se recria em laboratório tecidos que utilizam células humanas, eles devem ficar imóveis para se desenvolver e crescer adequadamente. Porém, humanoides em movimento poderiam ajudar a dar mais naturalidade a essas partes, como músculos, tendões e pele, por exemplo, de maneira que elas se acostumassem com os movimentos realizados pelas pessoas que os receberiam.
Não, não é disso que estamos falando!
"Amaciando" partes do corpo
[O robô] receberia os tecidos humanos desenvolvidos em laboratório e poderia adaptar seu corpo para que se aproximasse mais do formato, das dimensões e até de movimentos personalizados do paciente
É nisso que acreditam os estudiosos da Universidade de Oxford: tecidos criados artificialmente poderiam ser usados previamente por robôs, que simulariam os movimentos feitos pelos humanos, antes de serem transplantados para o paciente final. Assim, as partes já chegariam ao destino final prontas para serem usadas, devidamente adaptadas a um corpo, mesmo que não um humano.
O modelo que está sendo testado para essa função se chama Kenshiro, um robô humanoide desenvolvido pela Universidade de Tóquio. Segundo os cientistas, Kenshiro possui “estruturas, dimensões e mecânicas similares ao corpo humano”. Ele receberia os tecidos humanos desenvolvidos em laboratório e poderia adaptar seu corpo para que se aproximasse mais do formato, das dimensões e até de movimentos personalizados do paciente.
Kenshiro vai testar os tecidos humanos antes de pacientes recebê-los
Isso também abre as portas para a criação dos primeiros humanoides bio-híbridos, que utilizariam tecidos orgânicos como revestimento de seus corpos e seriam capazes de regenerá-los por conta própria, por meio das mesmas tecnologias que os cientistas usam para replicá-los com o objetivo de aplicá-los em seres humanos. Assustador? Pode até ser, mas, ainda assim, é um ato que representa um grande passo na biotecnologia.
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