Os drones aquáticos podem não ser o assunto mais cotado e badalado, mas pode ter certeza: há muita pesquisa e dedicação por trás desses aparelhos. Afinal, explorar o mar com veículos não-tripulados pode ser uma mão na roda e ter tanta utilidade quanto às versões “terrestres”. Agora, uma nova bateria pode ser um ponto-chave para a tecnologia avançar de vez.
O grande problema da exploração submarina é que, por conta da vastidão dos oceanos, é inviável que um UUV (Unpiloted underwater vehicles ou veículos subaquáticos sem pilotos) seja lançado de uma área costeira para investigar áreas no mar aberto: a bateria simplesmente não dura o suficiente para isso. Portanto, os drones devem ser levados por navios ou aviões para explorarem os oceanos.
Open Water Power
Porém, uma nova startup do MIT, chamada de Open Water Power, diz ter a solução para esse problema, pois eles criaram uma bateria que pode durar até dez vezes mais em baixo do mar, pois funciona de uma maneira parecida com a de um motor de um carro, mas em vez de usar o ar como oxidante, ela usa a água salgada no processo.
Com duração até dez vezes maior, a bateria também tem algumas boas vantagens
Basicamente, a bateria é feita de um anodo de liga de alumínio, de um catodo de liga de níquel e de um eletrólito alcalino no meio. Quando a água salgada entra no dispositivo, o catodo divide a água em ânions de hidróxido e gás de hidrogênio. Os ânions (íons negativos) reagem com o ânodo de alumínio para criar hidróxido de alumínio e soltar elétrons, que serão utilizados como energia do circuito.
Mais durável, mais carga e mais segura
A bateria (ainda sem nome) tem outras vantagens também em relação às baterias convencionais de íon-lítio (que são inflamáveis e, geralmente, não são transportadas por ar no caso dos drones aquáticos, que acabam indo apenas por mar). O novo produto da Open Water Power elimina esse problema e facilita a utilização dos drones.
Além de ter capacidade de carga em até dez vezes maior do que o convencional, os pesquisadores afirmam que a nova bateria também é mais durável. A parte negativa é que, por se tratar de um componente que depende da oxidação do alumínio, esse elemento uma hora ficará corroído. A equipe diz que está ciente disso, mas rebate que é algo barato e fácil de se trocar.
A área de atuação da nova bateria é, basicamente, em qualquer equipamento marítimo, e não só em drones
Apesar de atualmente estar sendo pensada para os UUVs, o raio de utilização da nova bateira é imenso. A Marinha americana já se interessou pelo projeto e deve testar o componente em breve em sensores acústicos que servem para detectar submarinos.
Se tudo der certo na prática, companhias como a Riptide Autonomous Solutions conseguirão aumentar a distância percorrida de seus drones drasticamente, passando de 100 milhas náuticas (185 km) para 1 mil milhas náuticas (1.850 km). Porém, se tudo der certo, o campo de atuação das novas baterias será praticamente qualquer aparelho eletrônico que funcione no mar.
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