O nome de John Goodenough não é um dos mais conhecidos tanto dentro quanto fora do mundo a ciência, mas é inevitável dizer que ele é um dos responsáveis pelo desenvolvimento de uma tecnologia que ajudou a mudar a vida de todos nós. Uma de suas descobertas acabou resultando na invenção da bateria de íons de lítio, que está presente em notebooks e smartphones, entre diversos outros tipos de aparelhos.
Hoje com 94 anos, o professor da Universidade do Texas, nos EUA, conversou brevemente com a BBC a respeito da polêmica dos celulares que pegam fogo ou explodem por conta de falhas no componente que armazena energia elétrica. “Normalmente, quando falamos de [dispositivos que pegam] fogo, o problema é que, na bateria original que foi utilizada no celular ou outro gadget, o eletrólito usado é um líquido orgânico que é inflamável e pode se incendiar se for superaquecido durante o recarregamento. E é esse o problema que eles tiveram”, explica.
As empresas devem monitorar a velocidade de carregamento para evitar superaquecimento da bateria
O cientista afirma que é necessário monitorar com muito cuidado para que o carregamento da bateria não seja feito rápido demais, já que isso pode dar início ao processo de superaquecimento que faz as chamas surgirem.
Prós e contras
Falando sobre como se sente por sua descoberta ter basicamente mudado a forma como todos vivemos hoje, Goodenough disse não pensar muito a respeito, mas fica muito satisfeito por ter fornecido algo para o mundo. “Eu fico mais feliz quando percebo que uma mulher em Bangladesh agora consegue um preço decente por seus produtos e coisa do tipo. Então, para mim, capacitar as pessoas de todos os lugares a ter acesso é de fato muito gratificante”, pontua.
Ainda assim, o próprio inventor da bateria não possui um smartphone próprio, o que explica com o fato de que não quer de ser incomodado. “Tenho um computador na minha mesa [de trabalho], mas quando chego em casa gosto de ficar sozinho, não desejo ser importunado mais do que o necessário”, diz Goodenough, em tom humoroso.
A acessibilidade proporcionada por sua descoberta deixa Goodenough feliz
“Vejo os estudantes [na Universidade] batendo nessas coisinhas, tablets e tudo mais, sem falar uns com os outros. Observo pessoas saindo para jantar e não conversando entre si, preferem sentar lá e papear com alguém no celular. Isso não é jeito de viver”, critica o professor. A culpa, no entanto, não é da tecnologia, que o cientista define como “moralmente neutra”. “É o que fazemos com ela que deve ser julgado”, brinca.
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