Com as recentes notícias sobre as baterias do Galaxy Note7 explodindo e ferindo diversas pessoas por aí, a gente fica imaginando como e por que esse tipo de coisa acontece em dispositivos eletrônicos tais como smartphones. O pessoal da MediaTek realizou um evento em São Paulo nesta semana justamente para discutir sobre isso e assuntos como eficiência energética.
Primeiro é interessante entender o porquê de as fabricantes de smartphones atuais preferirem as células de íons de lítio para manter as luzes acessas em seus aparelhos. Esse padrão é o que se tem de mais avançado em tecnologia de bateria que pode ser produzida em massa e de forma bastante maleável.
Conseguem guardar uma boa quantidade de eletricidade mesmo em pouco espaço e com pouco peso
O maior destaque das baterias de íons de lítio é o fato de elas conseguirem uma boa densidade energética. Ou seja, são capazes de “guardar” uma boa quantidade de eletricidade mesmo em pouco espaço e com pouco peso.
Só isso já é o suficiente para praticamente todas as fabricantes caírem em cima dessas baterias para fazer seus gadgets. Mas será que elas são as melhores? Certamente não. Elas não conseguiram e não estão conseguindo acompanhar o ritmo de avanço dos smartphones, que sempre precisam de mais energia para aplicações e recursos cada vez mais exigentes.
Os processadores estão ficando cada vez mais velozes, os aparelhos recebem cada vez mais RAM, e as telas ficam a cada geração mais densas na contagem de pixels. Tudo isso impacta muito no consumo de energia. Segundo a MediaTek, a tela dos smartphones normalmente é responsável sozinha por mais de 50% do consumo diário de bateria.
Onde está o problema?
Acontece que essas baterias são sensíveis a determinadas condições, especialmente quando estamos falando de muito calor. Quando a bateria de íons de lítio chega a algo em torno de 90 °C, seus componentes começam a se deteriorar, e os compostos químicos se decompõem, gerando a liberação de gases e calor. Ou seja, a bateria explode.
Por conta disso, não se recomenda deixar smartphones no sol ou carregando sob o travesseiro ou muito perto da sua cama. Caso algum problema ocorra, esse ambiente é absolutamente inflamável e pode matar uma pessoa com certa facilidade.
Nem sempre é necessário uma bateria alcançar 90 °C para que uma explosão aconteça
Mas nem sempre é necessário uma bateria alcançar 90 °C para que uma explosão aconteça. Temperaturas abaixo desse limite — aquelas que chegam a incomodar na mão — ocorrendo com frequência podem gerar microfissuras no material isolante da bateira que separa os cátodos e os ânodos. Se isso se dá, podem ocorrer vazamentos, curto-circuito e outros problemas capazes de gerar explosões.
Todas as baterias possuem componentes eletrônicos conhecidos como BMS (Battery Management System) ou PCM (Protection Circuit Module). Esses elementos são os responsáveis por essencialmente controlar essas baterias, agindo quando elas passam dos limites de temperatura, corrente, entre outras.
BMS (Battery Management System) ou PCM (Protection Circuit Module)
Quando esses componentes falham por alguma razão ou se tornam inoperantes, é comum a bateria ficar descontrolada na hora do carregamento ou mesmo sob uso mais intenso. Assim, ela pode explodir e causar danos ao usuário.
Portanto, as baterias explodem quando seus componentes químicos se decompõem por causa de calor ou outras circunstâncias adversas. Esse tipo de coisa normalmente acontece quando elas ficam “descontroladas” por estarem com seu BMS ou PCM defeituosos.
Para evitar isso, a MediaTek recomenda carregar seu smartphone sempre com aparelhos certificados pela Anatel, uma vez que a agência testa todos os carregadores legalmente vendidos no país. Não é interessante comprar acessórios paralelos, pois eles normalmente não são configurados para as características da bateria em questão.
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