Através de um evento realizado na manhã desta terça-feira (28), a empresa norte-americana de telecomunicações Hughes anunciou oficialmente a chegada do HughesNet, seu serviço de banda larga via satélite, ao território brasileiro. Embora seja relativamente desconhecida, a companhia já atua em nosso país desde 1968, quando vendeu satélites de comunicação para as forças militares nacionais.
Com a HughesNet, a companhia pretende ofertar internet de alta qualidade em regiões não atendidas por teleoperadoras que trabalham com ADSL ou fibra óptica, como áreas rurais e pequenas cidades do interior dos estados. De acordo com os executivos da companhia, a Hughes vem para atender aos usuários que têm renda para contratar uma infraestrutura de banda larga robusta, mas que não são suportados por outras provedoras.
Além disso, o serviço terá como base a banda Ka, uma frequência na qual satélites de alta capacidade podem trabalhar a um custo mais baixo — e isso obviamente se reflete em um preço ligeiramente menor ao consumidor final. Os planos da HughesNet poderão ser contratados a partir da sexta-feira (1º de julho), sendo que o suporte, a instalação e o pós-venda ficarão a cargo da empresa parceira Elsys.
Antena que recebe o sinal de internet banda larga da Hughes
Quanto custa?
O plano residencial mais econômico da HughesNet custa R$ 249,90 e oferece 10 MB de download e 1 MB de upload, sendo necessário arcar ainda com uma taxa de adesão de R$ 359,90. O pacote tem duas franquias distintas: 15 GB para usar em qualquer horário e 20 GB para uso noturno, da 00h às 7h (totalizando 35 GB). A ideia é incentivar o internauta a baixar arquivos pesados durante a noite, quando os satélites estão com menor fluxo de usuários.
Há ainda o plano de 15 MB de download e 1,5 MB de upload, que custa R$ 349,90 e tem franquia total de 50 GB (sendo 20 GB normais e 30 noturnos). Por fim, o pacote top de linha oferece 20 MB de download e 2 MB de upload por R$ 449,90 — a franquia total é de 65 GB (25 GB normais e 40 GB noturnos). A taxa de adesão é a mesma para todos os planos.
Tabela de planos residenciais
Ao exceder sua franquia, o internauta poderá continuar navegando com internet reduzida (de 500 Kbps a 1 Mbps) ou adquirir mais 1 GB por R$ 29,90. Os executivos da companhia explicam que esse modelo de cobrança é necessário, visto que, sem eles, “o cliente que navega mais estaria ocupando o espaço daquele que navega menos”. Além disso, a HughesNet promete trabalhar com uma latência (ping) de 600 ms a 800 ms.
Promocionalmente, o consumidor poderá testar qualquer um dos planos por até 30 dias e cancelar a assinatura sem pagar a mensalidade ou a multa de fidelidade (os pacotes têm contrato de 12 meses). A assinatura poderá ser feita pelo site oficial da HughesNet (http://www.hughesnet.com.br/), pela rede credenciada da Elsys ou pelo telefone 4003-5111.
A companhia oferecerá três planos de internet residencial
Planos corporativos e expansão pelo Brasil
A HughesNet também oferecerá três planos corporativos: o de 15 MB de download e 3 MB de upload (R$ 459,90), o de 20 MB de download e 4 MB de upload (R$ 659,90) e o de 25 MB de download e 5 MB de upload (R$ 859,90). As franquias são de, respectivamente, 40 GB, 60 GB e 80 GB, sendo que a divisão de franquia normal e noturna formam exatamente a metade do valor integral (por exemplo, 20 GB de dia e 20 GB de noite).
Vale observar que a principal diferença desses pacotes é velocidade maior para upload e a franquia mais robusta durante o horário comercial, visto que, naturalmente, as companhias usam mais internet ao longo do dia. A taxa de adesão desses planos custa R$ 469,90, e o contrato de fidelidade é válido por 24 meses.
Vale observar que, neste primeiro momento, a HughesNet estará disponível em um total de 4 mil municípios brasileiros, cobrindo cerca de 80% do território nacional. Até 2018, a marca pretende expandir sua cobertura para 90%, e, em 2020, atender 100% do país.
A marca pretende cobrir 100% do Brasil até 2020
Preços acessíveis?
A essa altura do campeonato, é bem provável que você esteja achando um tanto irônico o termo “preços acessíveis” que usamos no título desta matéria. Pois bem: embora os planos da HughesNet sejam comercializados por valores um tanto assustadores, é importante lembrar que internet via satélite sempre foi bastante cara — e, em comparação com alguns concorrentes, a companhia consegue, sim, oferecer pacotes bons por custos baixos.
Em uma rápida pesquisa no Google, conseguimos encontrar uma operadora oferecendo uma conexão de 128 Kbps por R$ 399 e franquia de apenas 1,1 GB — sem falar que o custo de adesão era de R$ 2,7 mil. Sendo assim, o uso da banda Ka (que barateia bastante a operação) se torna uma vantagem para a HughesNet, que, dentro desse segmento, parece capaz de tornar a internet por satélite mais acessível às zonas rurais brasileiras.
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