Diversas pessoas recorrem à internet quando estão com sintomas de alguma doença, na tentativa de identificar o que está acontecendo antes de ir ao médico – ou ainda para saber qual especialista devem procurar.
Foi com base nesse comportamento que Wei Fan, um pesquisador da gigante chinesa Baidu, resolveu criar um novo produto que está sendo testado na China.
Trata-se do AskADoctor (nome em inglês que traduzido significa "pergunte a um doutor"), que consiste em um aplicativo de computador que vai ajudar na sugestão de um diagnóstico baseado nos sintomas descritos pelo usuário. Depois, ele listará todos os especialistas próximos.
Você poderá, por exemplo, falar – já que o app funciona por reconhecimento de voz – que está com tosse, olhos vermelhos e dor nas juntas. O aplicativo, então, buscará e relacionará os sintomas, que, nesse caso, em 75% das vezes indicam que você está com gripe. De qualquer forma, o aplicativo mostrará quais médicos próximos do usuário tratam do problema.
Um robô médico
Wei explica que o AskADoctor faz parte de um ambicioso projeto que envolve o desenvolvimento de tecnologias como a inteligência artificial para melhorias na área da medicina. Pequenos avanços, como o próprio projeto da Baidu ou as informações dadas por wearables sobre a saúde de seus usuários, são visivelmente feitos pensando-se em um plano maior.
O laboratório de pesquisas da Baidu está sob o comando de ninguém menos que Andrew Ng, ex-funcionário da Google e criador do site de cursos online Coursera. Ng comanda uma equipe de aproximadamente 40 pesquisadores que trabalham em áreas relacionadas a redes neurais.
Foi Andrew que estimulou o uso do reconhecimento de voz para os diagnósticos. Wei Fan explica que isso foi feito porque, do ponto de vista do paciente, dessa forma é mais fácil (e natural) descrever múltiplos sintomas. "Nosso objetivo, no longo prazo, é criar uma espécie de robô médico".
A inteligência artificial e o avanço
A vantagem que a empresa chinesa tem, no entanto, é a altíssima capacidade para testes: desenvolver aplicativos que serão utilizados por centenas de milhões de usuários, como é o caso da China, permite que a avaliação dos impactos de projetos como o AskADoctor seja bem mais profunda e detalhada.
Além disso, a grande quantidade de entrada de informações nesses aplicativos ajuda na construção da base de dados que a inteligência artificial usará para dar os diagnósticos. No momento, o AskADoctor pode avaliar até 520 doenças diferentes – 90% dos problemas médicos mais comuns no mundo.
"Estou confiante de que estamos criando supercomputadores que nos permitirão trabalhar com algoritmos mais complexos de forma mais rápida do que qualquer outra empresa", finalizou Andrew.
O AskADoctor já tem uma versão desktop – apenas na China –, e um aplicativo mobile deve ser lançado em breve.
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