Você acreditaria se alguém lhe dissesse que os insetos que se espatifam contra os enormes aviões que temos hoje em dia são um problema para a indústria de aviação? Pois é. Parece brincadeira, mas é verdade: por menores que sejam, essas criaturas, ao se chocarem com os veículos, atrapalham a aerodinâmica da superfície lisa da asa, gerando arrastos e, por sua vez, uma grande perda de eficiência (em torno de 5 ou 6%) no consumo de combustível.
A NASA, determinada a acabar com esse problema, está trabalhando em um novo revestimento para aeronaves que pode ajudar em muito a diminuir esses problemas. Segundo o órgão, o produto desenvolvido por eles tem como base as folhas de lótus, cuja superfície áspera, a nível microscópico, impede que líquidos (no caso, os fluídos internos pegajosos de um inseto azarado) se espalhem por ela. No lugar disso, o material simplesmente escorre, deixando ainda menos resíduos.
Mas será que o revestimento funciona? Pelos resultados dos testes feitos pela NASA com diferentes combinações de revestimentos e superfícies, já temos um candidato e tanto. “Ainda há montes de pesquisa a serem feitos, mas dados iniciais indicam que um revestimento tinha uma redução de 40% na contagem de insetos e resíduos, comparados a uma superfície de controle montada próxima a ele”, explicou Fay Collier, gerente do projeto.
Mais do que apenas insetos
É interessante notar que, entre suas pesquisas, não tivemos apenas novidades sobre o tal revestimento. A NASA também divulgou ter descoberto uma maneira de aumentar ainda mais a economia de combustível dos aviões. Para tal, basta reduzir o tamanho da cauda vertical das aeronaves em 17%.
A diferença, segundo os testes, é pequena no desempenho de um avião feito para voar a grandes altitudes, como é o caso da maioria dos voos comerciais atuais. O ganho com a mudança, por sua vez, é previsto como sendo de “meros” 1,5%; pense, no entanto, a diferença que isso pode fazer se um design de cauda menor for aplicado em centenas ou milhares de aviões. Junte isso ao revestimento contra insetos e a economia gerada é bem promissora.
Infelizmente, muitos estudos ainda são necessários antes que a NASA possa realmente trazer essa tecnologia ao mercado, mas ela já deixou bem claro que os conhecimentos que ela ganhar com suas pesquisas na área serão disponibilizadas publicamente, para beneficiar a indústria. Ou seja: em questão de pouco tempo podemos ver aviões tornando-se mais sustentáveis e amigáveis ao meio-ambiente.
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