Já tem algum tempo que tanto a Uber quanto a Airbus vêm falando de tomar os ares das cidades com veículos voadores. Enquanto a plataforma de ride-sharing segue forte com seu plano, a fabricante de aviões divulgou há alguns dias mais detalhes sobre o seu projeto, o Vahana.
Durante o NVIDIA GPU Technology Conference, Arne Stoschek, do laboratório de tecnologias avançadas da Airbus, explicou que a companhia acredita que os veículos voadores podem ser a solução para os congestionamentos das grandes cidades. Mas não basta voar: os “táxis dos ares” da Airbus também deverão ser elétricos e autônomos.
O argumento da Airbus é que o tráfego se tornou um problema não apenas logístico, mas de produtividade também, já que o período que as pessoas passam paradas no trânsito significa que elas não estão fazendo qualquer outra coisa mais proveitosa. “Não podemos simplesmente não usar a terceira dimensão”, explicou Stoschek, se referindo ao fato de começar a levar o trânsito para o plano vertical.
O executivo trouxe alguns dados emprestados da Uber, apontando que a viagem entre San Francisco e San Jose, onde aconteceu a conferência da NVIDIA, leva cerca de 1 hora e 40 minutos de carro. A expectativa é que, com um veículo voador, o mesmo trajeto de 70 quilômetros pudesse ser feito em 15 minutos – e a Uber também já tinha dado essa informação quando falou do seu próprio projeto de carros voadores.
Não apenas tempo, a Airbus quer fazer com que você também economize dinheiro. Uma estimativa é que a viagem possa custar US$ 43, ou algo em torno de R$ 141, a curto prazo. Com o passar do tempo, esse valor pode cair pela metade, o que seria muito mais barato que pegar um UberX para fazer essa mesma viagem, por exemplo.
O veículo do projeto Vahana é configurado para fazer pousos e decolagens verticalmente, o chamado VTOL. A capacidade é de uma ou duas pessoas e a tecnologia empregada não deve ser nada de outro mundo: os engenheiros da Airbus conceberam tudo com base em tecnologias já existentes.
Para sair voando por aí, o Vahana é equipado com um conjunto de câmeras, radares e sensores LiDAR que dão uma visão em 360 graus para o sistema autônomo, garantindo que ele consiga desviar de qualquer obstáculo que surja, já que parar um veículo voador é bem mais difícil do que um carro. Outra função é que possivelmente os táxis da Airbus conversarão entre si e, eventualmente, com outros veículos que voam, para que não haja qualquer conflito de trajetos.
Pop.up: o híbrido entre carro e helicóptero da Airbus
Stoschek disse que o veículo passará por um teste em escala total ainda em 2017, mas acredita que a tecnologia só estará avançada o suficiente para que o projeto se torne uma realidade para as pessoas em 2020.
Vale lembrar que a Airbus já mostrou um conceito de um híbrido entre carro e helicóptero durante o Salão de Genebra deste ano, que foi desenvolvido em parceria com o estúdio de design Italdesign. Para os veículos voadores, a Uber também fez parcerias com as cidades de Dallas e Dubai para colocar o seu próprio projeto para voar até 2020.
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