Nos últimos anos, as empresas do setor automotivo tentaram impulsionar a transição para a mobilidade 100% elétrica com inúmeros avanços tecnológicos, novas ideias e veículos para todos os gostos e bolsos, contudo, os muitos obstáculos que ainda não foram superados acabaram por reduzir o ritmo da onda global de eletrificação absoluta das frotas.
Com isso, os carros híbridos começaram a ganhar muito mais força e atenção do que nunca, se mostrando o meio-termo ideal para quem pensa em abraçar a nova tendência da mobilidade mas, por qualquer motivo, ainda tem receio de entrar de cabeça e investir tanto dinheiro em algo que não foi 100% estabelecido no mercado.
Pensando nisso, o TecMundo decidiu fazer um resumo de como funcionam os três principais tipos de sistemas híbridos que equipam os carros de passeio à venda no mercado brasileiro, a fim de facilitar o seu entendimento sobre esse tipo de veículo e ajudar a entender como cada um pode se encaixar no seu dia-a-dia, ajudando-o a reduzir emissões e gastos de combustível. Confira!
Motor a combustão de um Volvo XC40 PHEV e, ao lado, parte da arquitetura elétrica.Fonte: Yuri Ravitz
Micro-híbrido (MHEV): os micro-híbridos já foram chamados de híbridos-leves, da sigla em inglês MHEV (mild-hybrid electric vehicle); a mudança de nome ocorreu em maio desse ano após definição da ABVE - Associação Brasileira do Veículo Elétrico . Eles representam o primeiro nível de eletrificação que um carro pode receber, pois é o sistema mais básico de todos e não permite a propulsão unicamente por energia elétrica, uma vez que a bateria é muito pequena e o motor elétrico não consegue mover o automóvel sozinho.
Ele traz um componente que substitui, ao mesmo tempo, o motor de arranque tradicional e o alternador por uma coisa só, chamado de Belt Starter Generator (BSG) ou "gerador de partida por correia". Sua função é a de auxiliar o motor a combustão, gerando força extra em ultrapassagens/retomadas ou permitindo que ele seja desligado em velocidade de cruzeiro, economizando combustível e mantendo todos os acessórios em funcionamento. Ele equipa carros como Kia Stonic, CAOA Chery Tiggo 5X, Audi A3, entre outros.
Corolla Cross XRX é um bom exemplo de híbrido tradicional.Fonte: Divulgação/Toyota
Híbrido (HEV): eis o meio-termo em matéria de veículos eletrificados. Os híbridos convencionais ou padrão, chamados apenas de híbridos, atendem pela sigla HEV (hybrid electric vehicle) e já são capazes de rodar curtas distâncias sem gastar uma gota de combustível. A parte elétrica de um híbrido tradicional é mais robusta, contando com baterias de capacidade razoável e motores elétricos com o mesmo nível de potência/torque ou até maior do que o motor a combustão com o qual trabalham em conjunto.
Um híbrido pode circular pelas ruas com apenas um dos motores em uso, sempre priorizando o elétrico, ou ambos quando for necessário mais força para ultrapassagens e subidas, por exemplo, mas a autonomia em modo 100% elétrico ainda não é das melhores; em contrapartida, o consumo de combustível pode cair drasticamente, dependendo do seu uso. Ele está em carros como Toyota Prius, Corolla e Corolla Cross, Honda Civic e Accord, etc.
Híbridos plug-in podem ser recarregados por tomada.Fonte: Yuri Ravitz
Híbrido plug-in (PHEV): esse é o último e maior estágio de eletrificação que pode ser aplicado a um veículo sem torná-lo 100% elétrico. Os híbridos plug-in seguem a sigla PHEV (Plug-in Hybrid Electric Vehicle) e podem ser utilizados por trajetos urbanos sem ligar o motor a combustão para absolutamente nada. Basicamente, eles pegam a receita dos híbridos convencionais e acrescentam baterias maiores para permitir uma autonomia puramente elétrica considerável, podendo passar dos 100km em alguns carros.
Por conta dessas baterias maiores, os híbridos plug-in são os únicos que permitem a recarga por tomada em casa ou nas estações de rua, além do próprio motor a combustão que pode atuar como gerador e alimentar a parte elétrica, tal qual acontece nos híbridos padrão. Embora tudo isso aumente o uso em modo elétrico, também eleva consideravelmente o peso do automóvel e exige manutenção mais atenciosa/custosa. O sistema PHEV está presente em carros como Volvo XC60 Recharge, GWM Haval H6 GT, Porsche Cayenne e-Hybrid, etc.
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