Desde que foi adquirida pela chinesa Geely em 2010, a Volvo vem se reinventando periodicamente para não ficar de fora das tendências globais do mercado e, ao mesmo tempo, manter os elementos que fazem parte de sua tradição e chamam os clientes para seus showrooms pelo planeta.
A atual fase da marca sueca começou em 2022 com o EX90, o substituto do XC90 no topo do portfólio e que está previsto para chegar ao Brasil em 2025. Enquanto isso não acontece, o consumidor brasileiro pode começar a "degustar" os frutos dessa nova fase através do EX30, o mais recente lançamento da Volvo para nós.
Apresentado há pouco mais de um ano, o inédito EX30 é o menor e mais barato produto da empresa em solo nacional, oferecido em três configurações com preços que vão de R$229.950 a R$293.950. Nós testamos a top de linha Ultra recentemente em um bate-e-volta de cerca de 300km entre São Paulo capital e Campos do Jordão, cidade da região serrana.
EX30 incorpora a nova linguagem visual da empresa por todos os ladosFonte: Yuri Ravitz
O EX30 é um SUV compacto de 1,55m de altura, 4,23m de comprimento, 1,83m de largura e com 2,65m de entre-eixos, medidas que o nivelam a modelos como Honda HR-V e Volkswagen T-Cross, por exemplo. Parece maior nas fotos, mas não chega a decepcionar pessoalmente e a forte presença da nova linguagem estética da Volvo faz boa vista. São cinco opções de cores para o exterior e três para o acabamento interno, tudo sem custo adicional.
Para acessar o veículo, usa-se um cartão com tecnologia NFC que deve ser aproximado na base da coluna B da porta do motorista, mas uma chave presencial padrão será disponibilizada no ato da compra. Ao abrir, a total ausência de botões nas portas e do painel de instrumentos tradicional causa espanto e divide opiniões, seguindo os moldes dos Tesla Model 3 e Model Y. Praticamente tudo é operado através da central multimídia.
Com o cartão NFC posicionado no carregador de smartphones por indução, na parte baixa do console central, basta pisar no freio e mover a alavanca de câmbio à direita do volante para R ou D que o carro será ligado e estará pronto para ser conduzido. Informações como velocidade, autonomia estimada e carga da bateria ficam permanentemente dispostas no topo da central multimídia, servindo como cluster de instrumentos.
A versão Ultra traz bancos elétricos para motorista e passageiro que podem ser ajustados por um pequeno quadrado nas laterais dos assentos. Já para os retrovisores, é preciso habilitar a operação no multimídia e ajustá-los pelos comandos do volante. Os vidros, por sua vez, contam com os botões no console central junto dos controles de trava e destrava das portas, enquanto a haste dos limpadores de vidro também abriga a chave de seta à esquerda do volante.
Interior é absolutamente minimalista e ecológicoFonte: Yuri Ravitz
Seu motor elétrico fica no eixo traseiro, entregando até 272cv e 35kgfm, alimentado por uma bateria de 69kWh que garante até 338km de autonomia segundo o INMETRO. Esse conjunto proporciona um 0 a 100km/h em 5,3s, número surpreendente para um elétrico de motor único. Gastamos pouco mais de 50% para percorrer os 150km entre o escritório da Volvo na capital até a cidade serrana, andando pela rodovia a um ritmo entre 100-110km/h, ou seja: ficou dentro da estimativa do instituto, mas pode melhorar se for conduzido com o pé leve.
Desempenho é o grande ponto alto do menor Volvo da atualidade, mas ele também comete sérios deslizes. Apesar do bom entre-eixos, o espaço interno deveria ser melhor aproveitado e o excesso de funções reunidas na tela do multimídia se mostrou inconveniente; há casos de consumidores no Reino Unido que optaram por devolver seus veículos após falhas de software na central que impossibilitam a operação do carro, uma vez que a tela apaga ou exibe informações imprecisas.
Rivalizando com modelos como BYD Yuan Plus e Renault Megane E-Tech, o EX30 mostrou nesse rápido contato que tem potencial para agradar, mas que a Volvo precisa redobrar a atenção e revisar alguns pontos para não ver sua nova promessa de sucesso indo por água abaixo. O nível de tecnologia embarcada é interessante, mas o minimalismo excessivo acaba impedindo que a experiência seja usufruída da melhor forma.
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