Em dezembro do ano passado, os internautas chineses ficaram incapacitados de acessar o Gmail durante alguns dias. O serviço de emails da Google simplesmente ficou um tanto instável no país inteiro, impossibilitando que alguns cidadãos recebessem e enviassem mensagens eletrônicas.
Ainda que a plataforma tenha voltado ao normal alguns dias depois, o caso nunca foi solucionado – mas a suspeito que ficou no ar é a de que o governo chinês foi o grande responsável por esse “apagão”.
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Desta vez, a vítima foi o Outlook, da Microsoft. De acordo com o GreatFire – grupo asiático que luta contra a censura na web e defende a liberdade de expressão na internet –, os cidadãos chineses não conseguiram usar o dito serviço de email ao longo do último sábado (17). A instabilidade, contudo, afetou somente quem usa um cliente desktop ou móvel para acessar sua caixa de entrada via IMAP ou SMTP – a interface web não foi afetada.
Uma mãozinha do governo?
De acordo com uma postagem no blog oficial do coletivo, tudo indica que o Outlook foi vítima de um ataque do tipo “man-in-the-middle” (que pode ser traduzido livremente como “homem no meio”), manobra na qual um hacker intercepta, registra e até mesmo modifica a comunicação entre dois usuários (ou um usuário e um serviço) sem que as duas partes percebam. Com isso, é bem provável que os cidadãos que tentaram enviar e receber mensagens durante esse período tiveram suas comunicações grampeadas ou armazenadas.
O maior problema disso tudo é que, para o GreatFire, o ataque não partiu de um cracker qualquer, mas sim de hackers comandados pela própria Administração de Ciberespaço da China, órgão governamental responsável por censurar e regular as informações que circulam na internet do país. O funcionamento do Outlook já foi normalizado na região, mas nem a Microsoft e nem o governo chinês se pronunciaram sobre o assunto até o momento.
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