Review: placa-mãe ASUS Maximus VII Ranger

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A linha de placas-mãe ROG da ASUS já oferece um grande número de modelos compatíveis com o chipset Intel Z97. Uma delas é a Maximus VII Ranger, desenvolvida especialmente para máquinas gamer.

A tarefa desse modelo é trazer aquilo que os entusiastas e jogadores procuram: um bom visual, conexão de rede poderosa e suporte a múltiplas placas de vídeo. A parte difícil é oferecer tudo isso sem custar muito caro, e é isso o que a Ranger tenta fazer. Ela não possui todos os recursos encontrados nas placas top da linha Maximus, mas consegue disponibilizar aqueles que mais fazem a diferença na hora do jogo.

Especificações

Design

O visual da placa vem com as linhas já características dos produtos da linha ROG. As cores em tons de vermelho se intercalam em todos os componentes, sejam slots de expansão, dissipadores ou conectores diversos. Este modelo não oferece os mesmos detalhes visuais que a Maximus VII Formula, como a “armadura”, por exemplo, mas no geral a aparência é bem similar.

A placa é ATX e os componentes são bem espalhados, dando a impressão de “vazio” em algumas áreas centrais. Como na maioria das placas ROG, os detalhes que mais chamam atenção em um primeiro momento são os dissipadores do chipset e dos reguladores de tensão.

Outro ponto que merece destaque é a trilha que separa os circuitos de áudio. Os componentes são isolados fisicamente do restante das peças com o objetivo de evitar interferências e garantir a maior qualidade sonora possível. A linha que divide os setores é iluminada com LEDs vermelhos, dando um destaque bem legal para a placa quando ela está dentro do gabinete.

O painel de conexão traseiro oferece o mínimo necessário para uma máquina de jogos: seis portas USB (sendo 4 delas 3.0) e conector PS2. Máquinas gamer utilizam placas de vídeo discretas, mas como todos os processadores Intel de quarta geração (com exceção da linha Extreme) possuem vídeo integrado, essa motherboard oferece saídas de vídeo onboard. Para áudio, seis conectores e uma saída óptica.

Quem pretende colocar duas placas de vídeo vai encontrar uma boa distribuição de espaço na Ranger: os dois slots PCI Express principais são bem afastados um do outro, o que deve deixar uma boa área para que o ar possa circular pela placa.

Os slots de memória seguem o padrão já tradicional da ASUS e trazem uma trava fixa em um dos lados e uma trava móvel no outro. Isso facilita o posicionamento de placas de vídeo mais compridas no primeiro soquete PCI Express.

No geral, os conectores são bem distribuídos na Ranger. Como a maioria fica nas laterais, será fácil organizar os cabos dentro do gabinete.

Chipset Intel Z97

O novo chipset da Intel abre caminho para os novos processadores da fabricante, isso porque ele é compatível tanto com os modelos da quarta geração (Haswell) quanto os da quinta geração (Broadwell), que ainda não chegaram ao mercado. Isso faz com que investir em uma placa-mãe que tenha o Z97 seja interessante tendo em vista futuros upgrades.

Uma das grandes novidades trazidas é o suporte a novas interfaces de armazenamento, como o SATA Express e o M.2., além do suporte à tecnologia Intel Boot Guard, que protege a máquina de malwares mesmo fora do sistema operacional. O Z97 também já oferece suporte ou sistema de cache SSD Smart Response.

Sistemas de proteção e componentes

O TrueVolt USB chega para ajudar a resolver um problema que vem incomodando alguns jogadores nos últimos tempos: geralmente, placas mais simples não são capazes de manter um fornecimento de energia estável para essas portas.

A novidade da Ranger é que as portas USB são alimentadas por duas fontes de alimentação linear isoladas (uma para as portas traseiras e uma para as portas frontais) que fornecem energia de forma estável, com baixo sinal de ruído e quase sem perda.

Outro sistema de proteção incluído é o fusível adicional para os soquetes de memória. Ele protege as portas de conexão contra danos de sobrecarga e curto-circuito. Essa placa também vem com um sistema de proteção eletrostática duas vezes maior que o padrão do mercado. Entre os itens segurados pelo sistema estão as portas LAN, PS2, USB e de áudio.

Os capacitores pretos metálicos possuem vida útil até cinco vezes maior que os outros. Além disso, eles suportam até 20% mais calor se comparados a modelos mais comuns utilizados em outras placas.

O módulo regulador de tensão é composto por itens da mesma qualidade. A placa vem com 4 drivers PWM compartilhados, 8 MOSFETs e 8 bobinas e capacitores.

ROG RAMDisk

A memória RAM não é mais tão cara hoje em dia, por isso é comum ver computadores gamer com 8, 16 GB ou até mais por aí. Nem sempre toda a RAM é utilizada, por isso ela pode servir para acelerar o sistema através do RAMDisk. O que essa ferramenta faz é criar um armazenamento temporário utilizando parte da memória RAM. A vantagem disso é que esse “disco” pode ser até 20 vezes mais rápido que um SSD.

Na nova versão do software, o espaço pode ser alocado dinamicamente, ou seja, não é preciso regular tudo na mão. Sempre que o sistema tiver memória sobrando, ele irá aumentar o espaço disponível automaticamente.

Utilizar esse recurso pode trazer outro benefício para o seu sistema: como o SSD será menos utilizado, ele terá menos ciclos de leitura/escrita. Consequentemente, isso irá aumentar a vida útil do equipamento, uma vez que o número de ciclos é limitado.

A interface do aplicativo segue a mesma linha dos outros apps ROG e oferece menus bem intuitivos; é fácil entender como tudo funciona. Na prática, o resultado não será nada tão surpreendente assim, mas é uma forma inteligente de aproveitar bem todos os recursos do seu computador.

Sistema de áudio SupremeFX

O som precisa ser robusto em uma máquina gamer, e a ASUS sabe disso. É por isso que as placas da linha ROG trazem sempre um sistema de qualidade, acima da média. O conjunto de som incluído na Ranger já é conhecido da família: o SupremeFX. Contudo, a nova série de placas trouxe algumas atualizações.

O primeiro destaque vai para o circuito de áudio que fica separado fisicamente do restante dos componentes da placa-mãe. Isso é extremamente importante para garantir que o som seja tão limpo quanto aquele produzido por uma placa de som externa.

O processador de áudio também é isolado por uma blindagem especial, que também tem por objetivo eliminar possíveis interferências. Junto com isso, a placa vem com capacitores de áudio ELNA, desenvolvidos especialmente para sistemas de som.

Outro recurso interessante é o Sonic SenseAmp, um sistema inteligente para fones de ouvido que funciona assim: ele detecta a impedância do acessório e ajusta o amplificador de acordo com a potência do equipamento, deixando o som mais potente e com mais qualidade.

O Sonic SoundStage permite que configurações de som específicas sejam ajustadas em tempo real; a troca pode ser feita através de um botão integrado na própria placa. A mudança pode ser vista no pequeno painel numérico também acoplado à Ranger.

Na parte de software, a ASUS traz o Sonic Studio, uma suíte de gerenciamento de áudio desenvolvida especialmente para games, garantindo ótimos efeitos sonoros e mais simplicidade na hora de gerenciar efeitos especiais específicos. Entre os recursos está o estabilizador de som e redutor de ruídos, ideais para a comunicação via microfone.

O Sonic Radar II também retorna. O que essa ferramenta pode fazer é mapear o posicionamento dos jogadores em um game, apenas calculando os efeitos sonoros e sua origem. Com base nisso, o radar mostra o posicionamento dos inimigos no mapa.

GameFirst III

O GamesFirst III é um aplicativo de gerenciamento de rede que acompanha algumas placas-mãe da série ROG. A ideia é definir a prioridade para os pacotes de dados transmitidos pela interface de rede, dando prioridade para a comunicação dos jogos.

Como resultado, é possível ter conexões mais estáveis e com latências mais baixas em jogos online. O aplicativo não é uma novidade, mas agora ele é feito inteiramente pela equipe da ASUS. Até então, o software era terceirizado. A nova versão oferece os itens mais bem organizados na tela, e é mais simples encontrar as opções e ajustes.

A tela também mostra em detalhes qual aplicação consumiu quanto de banda, tanto em upload quanto em download. Se você quiser, poderá escolher entre perfis de desempenho diferenciados, incluindo streaming de vídeo, compartilhamento de arquivos e, é claro, jogos.

KeyBot

Quem montar uma máquina com essa placa ganha automaticamente uma atualização no teclado, isso porque a Maximus VII Ranger oferece uma porta de conexão USB dedicada para o acessório. Ao fazer isso, é possível ativar o chip KeyBot, que é capaz de atribuir macros às teclas de função F1-F10.

O teclado não precisa ter nada de especial: basta conectá-lo à placa-mãe e abrir o aplicativo para ajustar as macros.

BIOS

A maioria das placas-mãe ASUS trabalham com um BIOS semelhante, com recursos bastante próximos. Contudo, a linha ROG possui alguns recursos a mais, além de um visual diferenciado, de acordo com a proposta da família de produtos.

Esse BIOS UEFI é bastante moderno e, assim como já vimos em outras placas da marca, possui uma interface dividida em duas categorias principais: EZ Mode e Advanced Mode. O primeira oferece uma interface mais amigável a quem não está acostumado com as configurações avançadas do sistema. As opções são intuitivas e bem ilustradas, o que facilita mesmo a configuração dos itens.

Já o modo avançado é o mais completo. Nele, é possível encontrar todas as opções de configuração oferecidas pela placa, incluindo ajustes precisos de clock e tensão dos componentes.

ASUS Ai Suite III

O ASUS Ai Suite III é o painel de controle dessa placa-mãe. Através dele, é possível administrar todos os itens do sistema, monitorar o equipamento e realizar ajustes finos como overclocks e afins. O aplicativo também pode gerenciar uma série de lembretes e funções para controlar o sistema. Dentro dele, é possível encontrar novas versões de ferramentas já conhecidas de outras placas ASUS.

5-Way Optimization

O que esse recurso faz é permitir um ajuste automático das configurações da máquina. Ao selecionar essa opção, O software faz uma verificação do sistema e configura tudo automaticamente. A interface é dividida em telas diferentes, cada uma responsável por ajustes específicos.

TPU

TPU vem de “Turbo Processing Unit”, e é aqui que você poderá espremer o máximo de desempenho do seu processador. A ferramenta possui opções avançadas e completas, permitindo ajustes de voltagem, multiplicador e clock da CPU. Um detalhe interessante do sistema é que você pode modificar todos os núcleos do processador em conjunto ou pode criar perfis diferenciados para cada um deles.

EPU

A sigla EPU significa “Energy Processing Unit”, ou seja, ela é responsável por gerenciar a energia fornecida aos componentes, principalmente ao processador. Através da EPU, o sistema pode se autorregular, definindo perfis de consumo para momentos específicos de uso da máquina. Com isso, ganha-se mais eficiência com menor consumo. Essa opção pode ser configurada automaticamente ou não.

DIGI+ Power Control

Para que seja possível executar overclocks com estabilidade, a ASUS incluiu o controlador DIGI+ nessa placa. Esse dispositivo é capaz de controlar com eficiência toda a eletricidade fornecida para o processador, garantindo precisão e evitando oscilações, o que, consequentemente, garante mais estabilidade para a máquina como um todo.

Fan Xpert 3

A função do Fan Xpert 3 é detectar automaticamente o estilo de trabalho dos coolers instalados em sua máquina e regular a velocidade e a potência dos componentes: tudo para encontrar o perfeito equilíbrio entre consumo de energia, barulho e eficiência energética. As configurações podem ser realizadas todas pelo sistema ou manualmente.

Testes de desempenho

Nós realizamos alguns testes com essa placa-mãe. O objetivo é ver como ela se comporta durante a realização de atividades específicas, como jogos, benchmarks, transferência de dados, entre outros. Alguns critérios devem ser respeitados durante os testes: a placa não deve travar, esquentar muito ou deixar de executar alguma função desejada.

Máquina utilizada nos testes

  • CPU: Intel Core i7-4790K @ 4 GHz;
  • Memória: 16 GB RAM quad-channel G. Skill Sniper DDR3 2.133;
  • Placa de vídeo: NVIDIA GeForce GTX 780 Ti;
  • SSD: Kingston HyperX 3K 480 GB;
  • SSD: Samsung 840 PRO Series 256 GB;
  • HD: 3 TB Seagate ST3000M001;
  • Fonte: Corsair AX1500i.

Vídeo/GPU

O principal item que dita o desempenho de uma máquina nos jogos é a placa de vídeo. Porém, a placa-mãe precisa ser capaz de suportar a transferência de dados entre os componentes e promover a perfeita harmonia entre eles. Deste modo, escolhemos testar diversos títulos diferentes, cada um com motor gráfico e exigências distintas.

Em frames por segundo. quanto mais, melhor.

CPU

Assim como nos games, é preciso testar o processamento dos dados dos aplicativos. Para ver se a placa dá conta do recado, trabalhamos com testes de processamento de vídeo, encriptação de dados e capacidade de o sistema lidar com processos multithread;

Em MB por segundo. Quanto mais, melhor.

Em FPS. Quanto mais, melhor.

Transferência de dados

O chipset é apenas um dos itens que determinam a qualidade da transferência de dados entre os sistemas de armazenamento. Além dele, uma série de componentes presentes na motherboard deve garantir que os arquivos sejam lidos/gravados sem problemas.

Em MB por segundo. Quanto mais, melhor.

Em MB por segundo. Quanto mais, melhor.

Memória

A placa-mãe precisa garantir que a memória funcione de forma adequada no sistema. É ela quem gerencia o fornecimento de energia e a atividade dos módulos, além de permitir que eles utilizem perfis de alto desempenho (XMP). O MaxxMEM² é um aplicativo de testes que mede a velocidade da memória em 4 categorias diferentes: cópia, leitura, escrita e latência. Esse teste é importante para medir a taxa de transferência da RAM e garantir que a placa-mãe esteja funcionando adequadamente.

Em pontos. Quanto mais, melhor.

Em pontos. Quanto mais, melhor.

LAN

O aplicativo Lan Speed Test Lite foi criado para medir as taxas de transferência através da interface de rede. O programa cria um arquivo de tamanho determinado e o transfere pela rede até outra máquina para encontrar essas informações.

Em MB por segundo. Quanto mais, melhor.

Sintéticos

Os benchmarks sintéticos realizam uma série de testes pré-determinados em um script. A ideia é forçar o hardware até os seus limites máximos para ver o poder total dos componentes. O 3DMark realiza testes gráficos, já o PCMark é focado em testes mistos, que simulam desde o uso mais tradicional de um computador, com navegação na internet até a reprodução de filmes e outras tarefas.

Em pontos. Quanto mais, melhor.

Consumo energético

O teste de consumo é feito medindo o quanto a placa-mãe está “puxando” da rede elétrica. Para isso, utilizamos um wattímetro entre o cabo de energia e a tomada. Para estressar a placa, rodamos um aplicativo de stress que faz o processador e a placa de vídeo trabalharem no limite de sua capacidade.

Em Watts. Quanto menos, melhor.

Vale a pena?

Montar uma máquina para jogos por conta é sempre delicado, principalmente porque muitas pessoas costumam deixar a placa-mãe de lado na hora escolher os componentes. Porém, é preciso lembrar que ela é a base do sistema e de modo algum deve ser negligenciada.

A Maximus VII Ranger é uma placa-mãe que pertence à família “Republic of Gamers” da ASUS, marca que já se consagrou entre os jogadores por oferecer sempre produtos de qualidade e com ferramentas que fazem a diferença na hora do jogo.

Apesar de esse modelo ser relativamente simples, principalmente se comparado às placas Formula ou Extreme, podemos ter alguns dos mais importantes recursos presentes no sistema. Um exemplo disso são os componentes e dispositivos de segurança que fazem parte do equipamento.

Além de oferecer um desempenho estável e sólido durante as aplicações, eles garantem que nada seja danificado por curtos-circuitos ou um gerenciamento de energia de baixa qualidade.

O conjunto de softwares e aplicações “dedicadas aos jogos” são interessantes, mas a maioria das pessoas não costuma mexer com esses itens, pois prefere se concentrar nos games. Contudo, são ferramentas úteis e oferecem recursos bem-vindos – na dúvida, é melhor tê-los à disposição.

A parte boa de a ASUS ter feito essa placa pensando na economia é que você terá os principais recursos disponíveis na linha Maximus VII, mas pagará muito menos por isso. Enquanto a Maximus VII Formula custa cerca de 2 mil reais, a Ranger pode ser encontrada pela metade disso, ou seja, 1 mil reais. Essa diferença é grande no preço, mas não tão grande assim no desempenho.

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