Não há dúvidas de que o fuzil AK-47 é um dos armamentos mais importantes dos últimos séculos. Ele já foi utilizado pelo exército soviético, pelos iraquianos, por milícias armadas e por terroristas ao redor de todo o mundo. Ao longo das últimas décadas, esteve presente em quase todos os conflitos armados que puderam ser observados do Leste Europeu até o Oriente Médio.
O nome deste fuzil é uma sigla para “Avtomat Kalashnikova 1947”, ano em que ele foi lançado pelos russos. Vale dizer ainda que Kalashnikova remete diretamente ao inventor do armamento: Mikhail Kalashnikov. Como você pode perceber, estamos falando de um fuzil que já está sendo utilizado há quase 70 anos. Mas como uma arma tão antiga pode fazer tanto sucesso até hoje?
É claro que o fuzil criado em 1947 passou por mudanças até a atualidade, mas a base dele continua igual. O funcionamento e os conceitos de produção ainda são os mesmos que os soviéticos desenvolveram após o final da Segunda Guerra Mundial — e que permitiram grandes conquistas durante a Guerra Fria. E como é o funcionamento básico desta arma de fogo? É o que vamos explicar agora mesmo!
Do carregamento à saída
Em qualquer um desses casos, o funcionamento é praticamente o mesmo. Com a arma carregada, o ferrolho do fuzil empurra os cartuchos até a culatra — que é justamente o espaço em que os projéteis devem ficar antes de serem disparados. Assim que o atirador aperta o gatilho, uma peça chamada “cão” bate no percursor, responsável pelo estouro do explosivo presente no cartucho.
Esse estouro faz com que gases sejam gerados e empurrem o projétil para fora da arma. No caso da AK-47, isso acontece por meio de um cano com pouco mais de 50 centímetros, permitindo disparos bem precisos. Essa saída da “bala” pelo cano pode acontecer com cerca de 2,5 mil quilômetros por hora.
Esse cano deve ser isolado para não permitir que os gases sejam expelidos. Por essa razão, o fuzil utiliza um tubo paralelo, que vai empurrar um êmbolo e o suporte do ferrolho (o mesmo do começo da história). Esse recuo faz com que o cão da arma se prepare para outro disparo, abrindo também a culatra por onde o cartucho do projétil será dispensado. Aí a mola do carregador leva outra “bala” até a culatra. Com isso, um novo disparo pode ser realizado, e todo o processo acontece novamente.
Os modos de disparo
Os fuzis AK-74 podem ser utilizados com três modos diferentes para os disparos. No modo “travado”, cada disparo exige que os projéteis sejam engatilhados separadamente. Com o “semiautomático” ativado, é só disparar sem precisar engatilhar manualmente. Por fim, o modo “automático” faz o preparo dos projéteis automaticamente — aí o fuzil funciona como uma metralhadora, praticamente.
As vantagens do AK-47
Armas produzidas nos Estados Unidos e na Europa ocidental sempre sofreram muito em situações de frio extremo. Por isso, os fuzis AK-47 fizeram muito sucesso na Rússia e em outros países com gelo e neve. As peças utilizadas na produção desta arma ficam mais espaçadas e evitam que o acúmulo de neve atrapalhe o funcionamento dela.
A arma soviética de maior sucesso
Vale dizer também que isso funciona da mesma forma para lama ou areia. Ou seja, os fuzis podem ser usados em qualquer ambiente sem sofrer danos que impeçam o bom funcionamento de seu sistema. Outra inovação foi o recurso de autolimpeza, que faz com que os próprios gases envolvidos nos disparos sejam responsáveis pela eliminação de poeira, por exemplo.
A manutenção da AK-47 também é muito mais fácil do que a de qualquer outro armamento existente àquela época. Enquanto fuzis e rifles convencionais eram difíceis de serem desmontados, os AK-47 podiam ser consertados rapidamente pelos próprios soldados. Não é à toa que esta arma está em plena atividade até hoje.
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