São milhões de iPhones e iPads vendidos no mundo. A cada lançamento da Apple, a produção se intensifica para entregar todos os produtos aos iFãs. Porém, enquanto a compra é o gozo de uns, a linha de montagem é o sofrimento de outros. E a Apple vem enfrentando relatos e denúncias sobre trabalho escravo, ou sobre ferir leis trabalhistas, faz algum tempo.
De acordo com o Mail Online, um operário da Pegatron morreu por excesso de trabalho em Xangai, na China. Seu nome era Tian Fulei, 26 anos. As informações só vieram à tona em março, mas Fulei foi encontrado morto no dormitório que dividia com outros funcionários no dia 3 de fevereiro. Segundo a família, ele parecia saudável até a data da morte.
Tian Fulei, 26 anos — fotos cedidas pela família
Tian Fulei era apenas um operário, entre as centenas nas mesmas condições, que trabalhava na linha de produção de iPhones. O Mail Online relatou que o chinês sofreu um colapso após trabalhar em turnos de 12 horas diárias e sete dias por semana.
A Pegatron é a fábrica parceira mais importante da Apple. Enquanto a companhia chinesa nega que o ambiente de trabalho tenha contribuído para a morte de Fulei, Zlan Zhoumei, irmã da vítima, diz que a Pegatron não quer liberar os documentos com registros das cargas horárias mensais do operário morto.
Funcionário exausto na fábrica da Pegatron
A empresa ainda prometeu uma indenização de 15 mil yuans aos familiares — um pouco mais de R$ 7 mil. Porém, quando as negociações foram mediadas pelas autoridades, a indenização foi aumentada para 80 mil yuans, cerca de R$ 40 mil.
Tian Fulei vinha de uma família de camponeses e recebia um salário mensal de R$ 900 (1,8 mil yuans). O jovem ainda fazia algumas horas extras, pois precisava guardar dinheiro. Ele iria se casar em maio deste ano.
Funcionários da Pegatron, exauridos, dormem no chão
A Apple proíbe que os funcionários ultrapassem as 60 horas de trabalho por semana. Contudo, um relatório da ONG China Labor Watch mostra que os trabalhadores da Pegatron bateram essa marca diversas vezes em 2014. Além disso, muitas horas extras de operários chegavam a até 95 horas — o limite é de 36 horas.
A família de Fulei foi à corte, que deu o veredito de "morte súbita". Contudo, a autópsia não foi feita.
Um dos dormitórios na Pegatron
As imagens que você vê durante esta matéria foram cedidas pela ONG China Labor, que investiga abusos trabalhistas nas fábricas da Pegatron, controladas também pela Apple.
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