Como parte de uma apresentação de segurança conduzida na conferência Black Hat, evento voltado a esse assunto nos EUA, a Apple anunciou um programa de recompensas que entrará em vigor este semestre. A campanha vai pagar até US$ 200 mil (que seriam R$ 670 mil na atual cotação do dólar) a pesquisadores de segurança que descobrirem brechas e bugs nos produtos da Maçã e reportá-los à empresa.
Convém lembrar que gigantes como Google, Microsoft e Facebook já aderiram a programas assim, mas essa é a primeira vez que a Apple faz isso. Por enquanto, a companhia de Steve Jobs está mantendo discreto o escopo do projeto, que aceitará relatórios de bugs de um pequeno grupo composto por especialistas no assunto, geralmente engenheiros que atuaram com isso em sua rotina de trabalho.
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No momento, as recompensas estão sendo oferecidas para uma pequena porcentagem de dispositivos da Apple e bugs do iCloud. Confira os valores pagos a cada problema reportado – e constatado, naturalmente:
- Problemas relacionados a componentes de firmware: até US$ 200 mil;
- Extração de material confidencial protegido pelo Secure Enclave: até US$ 100 mil;
- Execução de código arbitrário com privilégios kernel: até US$ 50 mil;
- Acesso realizado a partir de um processo fechado a dados de usuários fora desse processo: até US$ 25 mil;
- Acesso não autorizado aos dados da conta do iCloud nos servidores da Apple: até US$ 50 mil.
A Apple sempre teve um sistema fechado
A explicação foi dada por Rich Mogull, CEO da Securosis. O executivo contou um pouco sobre a decisão da Apple de iniciar um programa de recompensas com esse formato. “Diferentemente de alguns membros de nossa comunidade, eu não acredito que recompensas de bugs sempre fazem sentido para a empresa. Especialmente para gigantes como a Apple. (...) Elas não querem entrar em conflito com governos e organizações criminosas bem pagas. Por outro lado, existem os problemas que podem acabar com a engenharia e os recursos de comunicação [do aparelho]”, opinou Mogull.
Os pesquisadores que quiserem reclamar suas recompensas terão de enviar um relatório completo à Apple com a prova de que a falha existe na última versão estável do iOS. Se os bugs estiverem relacionados ao hardware, a prova também deve funcionar na última distribuição de iPad ou iPhone. A Apple pede que os especialistas não eliminem os bugs antes que a empresa tenha tempo hábil de fazer isso.
Por mais que o iOS seja um sistema fechado, investir em segurança assim – e com esse pequeno “incentivo” – é a garantia de que os usuários possam continuar tendo a melhor experiência possível no sistema operacional. O que você acha disso? Opine na seção destinada aos comentários, logo adiante.
Fontes