(Fonte da imagem: Reprodução/MediaTek)
Você já ouviu falar da MediaTek? Apesar de não ser uma marca muito pronunciada entre aqueles que discutem qual é o melhor smartphone do mercado, as chances são grandes de que você já tenha carregado ou ainda carregue no bolso algum produto com tecnologia dessa empresa de Taiwan. A popularidade da companhia é tão grande que, atualmente, um em cada três smartphones ao redor do mundo utiliza chipsets da MediaTek.
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Apesar de não fabricar os semicondutores de suas soluções — terceirizando essa etapa com outras empresas da Ásia —, a MediaTek fornece toda a base para a construção de smartphones, tablets, TVs de alta definição, drives ópticos e outros tipos de produtos.
Seja qual for o caso, a ideia que move a empresa é sempre a mesma: entregar a experiência de uso de um dispositivo high end a um preço acessível, democratizando as tecnologias.
Funções top a um preço baixo: como é possível?
De acordo com o gerente-geral de desenvolvimento de negócios da MediaTek, Fynbarr Moynihan, a “mágica” que possibilita à empresa entregar soluções de baixo custo, mas de alta qualidade, se deve, entre outros fatores, à grande variedade de tecnologias que a MediaTek domina e que pode oferecer aos clientes.
Além disso, há também a presença de um pensamento bastante pragmático entre os setores da empresa, que focam seus esforços não apenas no chipset que pretendem entregar, mas no produto como um todo. Assim, os profissionais da MediaTek precisam pensar muito sobre quais características serão empregadas e combinadas, tanto no quesito do hardware quanto no do software.
Lenovo P770: futuro lançamento com chipset dual core da MediaTek (Fonte da imagem: Reprodução/Gizchina)
Essas tecnologias desenvolvidas ou compradas pela MediaTek são, então, licenciadas para os fabricantes de dispositivos eletrônicos. Por isso, é necessário pensar não apenas no custo final do aparelho, mas encontrar o melhor cenário que combine experiência, custo e consumo de energia.
Além disso, outra vantagem que facilita essa oferta de serviço é o fato de que a maior parte da engenharia da empresa está concentrada na Ásia, em lugares como Taiwan, China e um pedaço da Índia. Isso faz com que os engenheiros tenham contato mais rapidamente com as novidades da indústria e, também, com que se mantenham mais próximos a esses fabricantes.
Na prática, isso significa uma relação muito boa não apenas com as montadoras e fabricantes de semicondutores, mas também com os próprios clientes da MediaTek, que na maior parte das vezes têm seus produtos sendo produzidos nas mesmas indústrias. Assim, fica mais fácil acompanhar o desenvolvimento do produto e oferecer a melhor opção para ele.
No bolso do brasileiro
Vale a pena frisar que a MediaTek não é uma empresa que está chegando agora no Brasil. Na prática, aparelhos com chipset fornecido pela companhia já estão nas lojas brasileiras há um bom tempo e ocupam uma fatia de 30% do mercado. Até mesmo fabricantes nacionais já embarcaram soluções da MediaTek em seus dispositivos. É o caso, por exemplo, das empresas Gradiente, Multilaser, Positivo e CCE.
Motorola SmartMe, um dos modelos com chipset MediaTek vendido no Brasil (Fonte da imagem: Reprodução/Motorola)
Quem torce o nariz para os smartphones mais baratos (de entrada) talvez não esteja considerando o mercado nacional como um todo. De acordo com o press release liberado pela MediaTek, o diretor-executivo de global wireless da Strategy Analytics, Neil Mawston, garante que “equipamentos de custo mais acessível deverão representar quase 60% do total de vendas de smartphones no Brasil em 2017”.
E é claro que a empresa também investe no restante do mundo. Se considerarmos o mercado global, smartphones com chipset MediaTek são comercializados em mais de 140 países — incluindo toda a América Latina — e integrados em produtos de marcas presentes no cenário internacional, como é o caso da Motorola, LG, ZTE, Huawei e outras.
O sucesso do smartphone dual-SIM no Brasil
A empresa também foi a responsável por fomentar a comercialização de aparelhos dual-SIM no Brasil, já que percebeu que essa era uma demanda do país. Segundo o diretor de negócios na América Latina da MediaTek, Russ Mestechkin, o Brasil possui um cenário atípico se comparado com outras nações do mundo, já que possui quatro grandes operadoras que dominam o mercado.
LG Tri Chip é um dos modelos multi-SIM com chipset MediaTek (Fonte da imagem: Reprodução/LG)
Por causa disso, hoje, 50% dos telefones vendidos no Brasil aceitam dois cartões SIM simultaneamente, sendo que os modelos quad-SIM — para quatro chips — também estão começando a se popularizar no país.
MT6577: chipset dual core a um preço acessível
E não é porque o smartphone é de entrada que ele precisa contar com um processador de núcleo único. O último chipset lançado pela MediaTek, batizado de MT6577, possui um processador Cortex-A9 dual core de 1 GHz e a mesma GPU do iPhone: PowerVR Series 5 SGX, fornecida pela Imagination Technology.
Como se não bastasse, o chipset também possui suporte para um sistema multimídia de alto desempenho, como reprodução e gravação de vídeo Full HD (1080p), câmeras de 8 megapixels ou estereoscópica e displays capazes de resoluções de até 1280x720 pixels. Há também a possibilidade de integrar um display 3D, caso o fabricante do smartphone assim deseje.
Ainda neste mês, poderemos ver modelos da Lenovo chegando ao mercado com a tecnologia MT6577. De acordo com o Gizchina, o Lenovo P770 terá display de 4,5 polegadas, resolução de 960x540 pixels, câmera de 8 megapixels, Android 4.1 (Jelly Bean) e, o mais importante, uma bateria de 3.300 mAh capaz de aguentar facilmente um dia todo de uso das funções do aparelho.
O preço ainda não foi definido, mas acredita-se que ficará em torno de US$ 270 (R$ 550). Nada mal para o primeiro ou até mesmo segundo smartphone de alguém, certo?
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