Indiscutivelmente, estamos suscetíveis a ataques de malwares todo o tempo em que permanecemos na frente de um computador. As pragas virtuais estão espalhadas por todo o mundo virtual, bastando estar conectado à internet para colocar a integridade dos seus dados em risco.
Notícias sobre invasões de hackers e vírus são cada vez mais frequentes e elas amedrontam um bom percentual dos internautas. Contudo, as empresas de segurança trabalham em ritmo acelerado para desenvolver programas que detenham as ações maliciosas desse tipo de ameaça – que surge e se prolifera a uma velocidade assustadora.
Todavia, há quem diga que os softwares de defesa são desnecessários. Esses usuários, muitas vezes taxados como loucos, preferem apostar na sua experiência para se livrar dos ataques virtuais. Mas será que é possível sobreviver sem ter um antivírus protegendo o PC? Neste artigo, o Tecmundo esclarece essa pertinente dúvida.
Quem disse que um antivírus é indispensável?
Comprometendo o desempenho
O argumento mais utilizado por quem resolve abolir os antivírus do computador é o alto consumo de recursos. Ao menos nisso, não se pode tirar a razão desse pessoal. Alguns softwares de proteção exigem valores dedicados altos da memória RAM e do processador, o que pode resultar em uma lentidão irritante em máquinas com hardware limitado.
A pesquisa realizada pelo site Raymond aponta que um antivírus chega a ocupar 100 MB de memória quando está em repouso. Em outro estudo, elaborado pelo mesmo site, os programas de defesa aumentaram o tempo de inicialização do sistema operacional (no caso o Windows XP) em até 110 segundos. Obviamente, devido à grande variedade de aplicativos do gênero, você pode encontrar opções que apresentem consumos bem menores.
Engano causador de problemas
As “desvantagens” dos antivírus não param por aí. Outra reclamação muito comum entre os usuários é a presença dos falsos-positivos – quando o software de proteção identifica um recurso inofensivo do SO como ameaça e acaba eliminando-o.
Essas exclusões indevidas podem causar sérios danos ao sistema operacional, caso arquivos fundamentais para o seu funcionamento sejam apagados por engano. Se isso acontecer com você, saiba que a dor de cabeça é certa. Para remediá-la, um pouco de informação pode ajudar a amenizar o problema. Confira o artigo “Falso-positivo: o que fazer quando o antivírus peca por excesso?”.
Sempre atrasados
Basicamente, os antivírus funcionam comparando os certificados digitais de todo arquivo que tenta entrar no computador com uma lista de malwares conhecidos. Se o conteúdo não for identificado como uma ameaça, ele poderá se instalar no disco de armazenamento.
E aí começam a aparecer as brechas. Caso um vírus recém-criado tente se alocar na sua máquina, provavelmente, o antivírus não irá reconhecê-lo, pois o banco de dados desse programa (onde a lista de certificados maliciosos conhecidos fica guardada) ainda não foi atualizado com a nova praga.
Assim, o malware tem acesso livre para fazer o estrago que quiser. Devido a esse método de funcionamento, muitos especialistas da área encaram os antivírus como aplicativos “ultrapassados” por natureza. Para saber como esses programas funcionam mais a fundo clique aqui.
Falsa sensação de segurança
Ao contrário do que muitos usuários imaginam, os antivírus não arrumam a bagunça gerada pelos invasores. Esses programas têm o objetivo de bloquear o acesso das pragas virtuais aos recursos do PC. Os problemas ocasionados pelos vírus não são corrigidos por esses aplicativos.
É possível que algumas alternativas de antivírus incorporem ferramentas externas para reparar pequenas falhas oriundas da ação invasiva dos malwares. Contudo, em sua essência, eles não possuem tal função.
Aliado a isso, os antivírus passam uma falsa sensação de segurança. É comum encontrar internautas que, depois da varredura do computador, ao lerem alguma mensagem do tipo “seu PC está seguro”, saem barbarizando em sites suspeitos e clicando em qualquer link que passa na sua frente.
Porém, será mesmo que você está completamente seguro? O antivírus vasculhou todos os setores do disco de armazenamento como deveria? Ele verificou se não existem brechas no SO que exponham a máquina? O programa averiguou se o sistema operacional e os demais aplicativos estão atualizados?
Em meio a tantos questionamentos, é difícil ficar 100% tranquilo. Portanto, é essencial que o usuário tenha alguns cuidados básicos, que você vai conhecer em seguida. Quer saber se podemos confiar nos antivírus? Então leia este artigo.
Dicas de sobrevivência para um PC sem antivírus
Existem dezenas de tipos de ataques ao computador. Entre essas modalidades de ameaças, duas têm se destacado nos últimos anos. A primeira delas é a chamada Engenharia Social, a qual consiste em técnicas enganosas usadas para a obtenção ilícita de informações sigilosas. Nos primórdios da sua existência, os golpistas se passavam por outras pessoas para invadir empresas e conseguir o que queriam.
Na era da tecnologia, o método foi adaptado para os computadores. Você já se deparou com algum email em nome de bancos famosos (em que você nem possui conta) solicitando a atualização do cadastro? Esse é um exemplo simples e comum da Engenharia Social em ação no mundo virtual. O meliante leva o internauta a acreditar que aquela é uma mensagem da instituição financeira para adquirir os dados de acesso ao dinheiro da pessoa.
A segunda modalidade em ascendência é a disseminação de vírus pelas redes sociais, os mecanismos de comunicação que viraram febre na internet. Por meio dos sites de relacionamento, os crackers procuram ludibriar os usuários ou espalhar arquivos infectados para roubar dados pessoais.
Fique por dentro de todos os tipos de ameaças virtuais com o artigo “Glossário do Mal: conheça os diferentes tipos de ataque ao computador”. Como você pôde observar, estamos cercados o tempo todo por malwares tentando nos enganar. Nesse contexto, os antivírus têm muito trabalho e muitas vezes não dão conta do recado.
Uma pesquisa elaborada pela NSS Labs provou que o tempo de reação dos softwares de proteção está longe de ser um motivo para nos tranquilizar. Segundo o estudo, a eficiência dos antivírus cai para menos da metade quando afrontados com um malware desconhecido. De acordo com o gráfico publicado, os programas de defesa levaram em média mais de 45 horas para promover ações contra o invasor.
(Fonte da imagem: NSS Labs)
Em resposta a essa pesquisa, Alfred Huger, presidente da empresa Immunet, fez uma analogia ao site Krebs on Security:
“As pessoas devem entender que um antivírus é mais parecido com um cinto de segurança do que com um carro blindado: pode ser que em um acidente ele salve a sua vida, mas talvez não. Existem coisas que você pode fazer para ter certeza de que não sofrerá um acidente, e esses são os pontos em que você deve colocar toda a sua atenção”.
Conselhos que podem salvar as suas informações
As palavras do especialista significam que devemos permanecer constantemente nos policiando enquanto navegamos pela internet. É de suma importância que evitemos a contaminação da máquina para não termos informações roubadas. Como diz o velho ditado: é melhor prevenir do que remediar.
Confira alguns conselhos que podem proteger a integridade dos seus dados pessoais, sem a presença de um antivírus:
- Mantenha o sistema operacional sempre atualizado, pois as novas implementações trazem recursos de segurança mais avançados;
- Não clique em links desconhecidos. Se for o caso, acesse o site referenciado no endereço enviado digitando a URL diretamente no navegador;
- Use um perfil normal para atividades rotineiras. Usuários com permissões de Administrador da máquina podem oferecer brechas para que os malwares usem seus privilégios para burlar a defesa do SO;
- Faça downloads apenas de sites confiáveis, como o Baixaki;
- Procure utilizar somente redes sem fio protegidas por senha;
- Aconselha-se a verificação de qualquer aplicativo antes da sua instalação por meio da técnica conhecida como sandbox;
- Crie uma partição no disco de armazenamento para guardar seus documentos e dados sigilosos – de preferência criptografe esse conteúdo.
Seguindo essas dicas, os internautas estarão mais seguros contra os invasores e golpes virtuais. Lembre-se: o melhor antivírus é você!
Ferramentas úteis
Se mesmo com as sugestões citadas no tópico anterior você não se sentiu seguro para navegar sem um antivírus no PC, abaixo estão listados alguns aplicativos que fazem parte do kit essencial para os usuários mais corajosos:
- Sandboxie – programa para análise de softwares usando a técnica do sandbox;
- Virus Total – serviço online que realiza a varredura do sistema utilizando 41 antivírus diferentes. Assim, você pode checar a situação do SO apenas quando desejar. Outra opção para esse tipo de ação é o ClamWin Free Antivirus Portable;
- KeyPass – ferramenta para o gerenciamento de senhas (confira mais opções aqui);
- Microsoft Virtual PC – ter uma máquina virtual no computador é uma saída interessante para executar programas suspeitos, pois, caso aconteça algum problema, o seu PC não será afetado;
- O navegador nós deixamos ao seu bel-prazer, embora o Google Chrome e o Internet Explorer tenham sido apontados como os browser mais seguros por esta pesquisa.
Observação: os aplicativos mencionados aqui são apenas sugestões. Nada impede que você adote outros programas que satisfaçam melhor a sua necessidade. Fique à vontade para navegar pelo Baixaki e procurar os softwares que você deseja.
Devo abandonar os antivírus?
Antes que alguns leitores entendam que o Tecmundo estaria orientando-os a abandonar os antivírus e saiam excluindo os programas de proteção do PC, devemos deixar bem claro que o intuito deste artigo é explicitar que é possível navegar pela internet e usufruir do computador apenas com o seu bom senso.
O principal objetivo desta matéria é ressaltar que o melhor mecanismo de defesa da sua máquina é você mesmo. Os antivírus servem como uma ferramenta para ampliar as barreiras contra os malwares. Os usuários que não ligam em perder alguns segundos durante a inicialização do sistema operacional ou conviver com pequenas lentidões da máquina durante as varreduras podem manter o antivírus instalado sem qualquer problema.
Todavia, isso não diminui a sua responsabilidade em ficar atento enquanto acessa a web. Portanto, alertamos que caso você queira desinstalar o seu antivírus, faça-o por sua conta e risco.
Leitura complementar
Antes de tirar qualquer conclusão sobre o assunto, aconselhamos que você aprofunde seus conhecimentos sobre os antivírus e a sua árdua batalha contra os malwares lendo os artigos listados abaixo, além daqueles linkados durante o texto:
- Segurança: que indícios podem apontar que o computador está com vírus?;
- O que um antivírus precisa ter para ser eficiente?;
- Teste seu antivírus e anti-spyware para descobrir se eles são realmente confiáveis;
- Seleção: serviços de antivírus online;
- 7 coisas que você não sabia sobre vírus;
- Mouse ao alto! Isso é um assalto!;
- Confira a relação dos melhores antivírus, de acordo com o AV-Test;
- Como identificar um ataque por phishing.