(Fonte da imagem: Reprodução/Tecmundo)
Há pouco mais de um mês, a Acer expandiu sua linha de produtos eletrônicos inserindo o “controverso” Aspire R7 nas gôndolas brasileiras. Disponível no mercado norte-americano desde maio deste ano, o produto chamou bastante a atenção de consumidores ao redor do mundo inteiro por conta de sua engenharia curiosa e estrutura inovadora.
Trata-se de um conversível capaz de trabalhar em quatro posições diferentes, alternando entre os modos notebook, tablet, display e Ezel — nome retirado da exclusiva dobradiça responsável por todo esse contorcionismo.
Com um preço salgadíssimo e configurações de babar, o produto com certeza é capaz de atiçar a curiosidade de qualquer amante das novas tecnologias. Contudo, será que a Acer conseguiu criar um produto útil e que seja realmente confortável de usar? É isso que descobriremos ao longo desta review.
(Fonte da imagem: Reprodução/Tecmundo)
Aprovado
Indiscutivelmente elegante
“Nossa, que lindo! Posso ver?” Tal reação foi bastante comum na redação do Tecmundo enquanto testávamos o Aspire R7. Não há como negar que o aparelho é muito chamativo e elegante, tendo um excelente design de construção e agradando pelo seu acabamento. Além de ser bem fino, o notebook é feito inteiramente de alumínio (com exceção da dobradiça, que é de aço escovado), o que lhe concede um visual sóbrio e bastante agradável.
A tecnologia Ezel também impressiona de imediato. É divertido — e muito fácil, por sinal — alternar entre as quatro “poses” diferentes que o gadget pode fazer. A tal dobradiça é realmente bem flexível e, embora seja bem macia de operar, consegue ao mesmo tempo passar certa impressão de durabilidade, algo muito importante para qualquer aparelho conversível.
(Fonte da imagem: Reprodução/Tecmundo)
Nas laterais do produto, encontram-se as conexões e os dois únicos botões físicos presentes no gadget: o de volume e liga/desliga. Ambos são muito discretos e macios, úteis sobretudo na hora em que você estiver usando o Aspire R7 no modo tablet.
O dispositivo ainda sinaliza (de forma satisfatória) qual porta USB deve ser utilizada para carregar outros eletrônicos mesmo quando o notebook estiver desligado ou em standby. Isso pode parecer um detalhe irrelevante, mas que muitas pessoas certamente apreciarão.
(Fonte da imagem: Reprodução/Tecmundo)
Tela de qualidade excepcional
Assistir a filmes, jogar e visualizar fotos são tarefas agradáveis de se fazer no Aspire R7 — seu display IPS de generosas 15 polegadas com resolução Full HD garante uma excelente qualidade de imagem até mesmo quando observado em ângulos mais abertos. Analisando o desempenho de resposta aos comandos de toque, a tela do produto também não fez feio e mostrou ter uma sensibilidade muito agradável, tanto com as mãos nuas quanto com canetas feitas especialmente para touchscreens capacitivas.
(Fonte da imagem: Reprodução/Tecmundo)
Teclado confortável com retroiluminação
Se você escreve textos longos com frequência, certamente gostará do teclado presente no Aspire R7. Suas teclas são bem macias e possuem um tamanho confortável — exceto pelo botão Tab, que é muito pequeno e pode causar alguns desconfortos nos primeiros minutos de uso. Nada que acabe tirando o brilho deste quesito, no fim das contas. Vale observar também que o teclado do modelo analisado possui retroiluminação ajustável em dois níveis, algo perfeito para quem tem o costume de errar muito ao digitar textos em ambientes escuros.
(Fonte da imagem: Reprodução/Tecmundo)
Potência sonora
Está vendo esses quatro speakers localizados na região inferior do Aspire R7? Pois é, elas não são apenas de enfeite. Trata-se do sistema de som Dolby Home Theater v4, que já deu as caras em outros produtos da Acer — como o belíssimo ultrabook Aspire S5, por exemplo. Trata-se de uma solução desenvolvida pela Dolby e voltada para usuários exigentes, que desejam um dispositivo que vá além do convencional em quesito de sonoridade.
A tecnologia não termina nos speakers propriamente ditos, englobando também uma solução em software capaz de prover uma experiência de som surround cinemática. Menos distorções, volume mais alto e maior controle das opções de áudio do computador são algumas das principais vantagens do sistema Home Theater v4 em comparação com esquemas de som tradicionais encontrados em notebooks. Excelente característica para quem curte uma boa música!
(Fonte da imagem: Reprodução/Tecmundo)
Desempenho agradável
O conjunto de processador Core i5, GPU NVIDIA GeForce 750M e insanos 6 GB de memória RAM DDR3 não poderia decepcionar, não é mesmo? O Aspire R7 oferece um desempenho satisfatório e consegue dar cabo tranquilamente de tarefas cotidianas simples (navegação pelo sistema, execução de programas de escritório, navegação pela internet e assim por diante).
O hardware também não se deu mal durante nossos testes com jogos, conseguindo rodar games relativamente pesados, como DiRT 2 e Dead Island: Riptide, sem problemas. O primeiro título foi executado com taxa de frames em 30 fps ao ser configurado com gráficos medianos; o segundo, por sua vez, atingiu 50 fps em configurações máximas.
Abaixo, você confere os resultados dos principais programas de benchmark que foram utilizados nesta análise; todos os testes foram configurados com o produto ligado na tomada e com plano de energia voltado para desempenho máximo. Vale observar que não conseguimos efetuar o teste “Creative” no PCMark 8, visto que o programa apresentou um erro desconhecido em todas as três tentativas que fizemos.
O PCMark 8 foi cedido pela FutureMark (Fonte da imagem: Reprodução/Tecmundo)
(Fonte da imagem: Reprodução/Tecmundo)
(Fonte da imagem: Reprodução/Tecmundo)
Serviços exclusivos de boa qualidade
Um dos aplicativos mais legais que você encontra pré-instalado no Aspire R7 é o Acer Cloud, um serviço de armazenamento na nuvem próprio da Acer. Através dele, você pode armazenar seus arquivos remotamente e visualizá-los/executá-los em qualquer lugar através de um aplicativo para dispositivos móveis (há versões para Android e iOS). É possível inclusive reproduzir músicas e vídeos inteiros que você tenha guardado no seu R7, fazendo streaming desse conteúdo para a telinha do seu smartphone ou tablet.
O produto também já vem equipado com o Crystal Eye (ferramenta para usar a webcam com uma série de efeitos especiais), o Scrapbook (para gerenciar capturas de tela) e uma licença ativa do antivírus McAfee Internet Security.
(Fonte da imagem: Divulgação/Acer)
Reprovado
Bateria poderia ser melhor
Com luminosidade da tela ajustada em 50%, o Aspire R7 conseguiu permanecer ligado durante 2h23m em nossos testes de uso básico (ou seja, digitação, navegação pela internet, reprodução de vídeos e outras tarefas de leve complexidade) através do software Powermark Pro, gentilmente cedido pela Futuremark. Obviamente, quem gosta de usar o notebook com o máximo de luminosidade possível no display sofrerá com uma autonomia ainda menor da bateria. O modelo definitivamente não é uma boa opção para quem não gosta de ficar preso a cabos de energia.
(Fonte da imagem: Reprodução/Tecmundo)
Tá no lugar errado, hein...
É, não adianta: esse touchpad inserido acima do teclado definitivamente não é algo confortável. Passamos um bom tempo tentando usar o Aspire R7 como um notebook comum, mas jamais conseguimos nos adaptar à localidade diferenciada do acessório — e, sinceramente, duvidamos muito que seja simplesmente por conta de falta de costume. É muito fácil, por exemplo, acabar batendo o braço nas teclas enquanto manuseia o touchpad, algo que atrapalha sobretudo caso você esteja trabalhando com um documento Office (processando um texto no Word ou criando uma apresentação no PowerPoint). Por que ali, Acer? Por quê?
(Fonte da imagem: Reprodução/Tecmundo)
Nada de cabo de rede
Com o intuito de deixar o Aspire R7 o mais fino possível, a Acer teve que sacrificar a porta ethernet RJ45 do aparelho — e isso basicamente quer dizer que você não poderá usar um cabo de rede no seu conversível. Caso você não tenha condições de usar WiFi, será necessário adquirir um adaptador próprio da marca, batizado simplesmente como “cabo adaptador Acer”.
O problema é que não conseguimos encontrar dito componente à venda em nenhuma loja virtual ou sites de classificados como o Mercado Livre. Convenhamos que a Acer deveria ao menos apontar uma lista de locais nos quais é possível adquirir o acessório, visto que aparentemente é um tanto complicado encontrá-lo no mercado.
(Fonte da imagem: Reprodução/Tecmundo)
Nem tablet, nem notebook, nem nada!
É impossível negar que o conceito do Aspire R7 é muito interessante e que os engenheiros da Acer merecem parabéns pela invenção da dobradiça Ezel. Contudo, na prática, o produto se mostra um tanto “desengonçado” e com uma péssima usabilidade. Estamos falando de um gadget que tenta ser tudo, mas acaba sendo... Nada. O touchpad diferenciado nos impede de trabalhar com o dispositivo como se ele fosse um notebook convencional, enquanto o peso e o tamanho do display não permitem que o consideremos um bom tablet.
A posição mais útil do Aspire R7 é realmente o modo Ezel, que nos lembrou bastante o design de outros conversíveis semelhantes (como o LG Slidepad ou o Aspire P3, da própria Acer). É difícil pensar em muitos usos práticos para o modo display, que com certeza será deixado de lado pela maior parte dos consumidores. No fim, a Acer criou um produto que é bem mais interessante de se apreciar visualmente do que efetivamente utilizar no dia a dia.
(Fonte da imagem: Reprodução/Tecmundo)
Como sempre, o preço alto
E, se você estiver realmente disposto a adquirir o Aspire R7, saiba que será necessário desembolsar pelo menos R$ 6,1 mil para levar o aparelho para casa (à vista, esse valor cai para cerca de R$ 5,5 mil). Esse preço pode até ser compatível com a complexa engenharia por trás de seu funcionamento, mas definitivamente não corresponde a experiência final do usuário. Vale observar, contudo, que o mesmo modelo não custa mais que US$ 849 (ou R$ 2 mil sem adição de impostos) em lojas varejistas dos Estados Unidos — preço este que seria bem mais justo e aceitável frente aos pontos negativos ressaltados nesta análise.
(Fonte da imagem: Reprodução/Tecmundo)
Vale a pena?
Definitivamente, não. O Aspire R7 é um aparelho muito bonito e curioso, chamando a atenção de qualquer um que vê-lo na vitrine de uma loja. Porém, o produto se mostrou muito pouco funcional e um tanto desconfortável, além de ter desagradado por conta do peso e de sua bateria de baixa autonomia. O preço também é um ponto que merece ser considerado: afinal, não é todo mundo que tem condições de gastar R$ 6 mil em um aparelho que serve mais como decoração do que para uso cotidiano.
Sim, o Aspire R7 possui um desempenho satisfatório e tela de excelente qualidade, mas nada disto tem valia se você não conseguir usá-lo de uma maneira que lhe agrade. E, como falamos anteriormente, a única posição realmente confortável do dispositivo é a Ezel. Sendo assim, vale muito mais a pena comprar, por exemplo, o Aspire P3, que possui o mesmo formato, é muito mais leve e custa no máximo R$ 3 mil. Embora esteja longe de oferecer o mesmo desempenho, tal modelo é indiscutivelmente mais portátil e, digamos, “objetivo”.
Sinceramente, podemos dizer que o Aspire R7 é um produto em plena crise de identidade. Ou então que ele é apenas um conceito, um design de referência. Ele pode ser tudo, menos um produto que você vai sentir gosto de usar todos os dias para trabalhar, jogar ou até mesmo se divertir navegando pela internet; especialmente quando nos deparamos com este preço ridículo praticado no comércio brasileiro. Definitivamente, não foi desta vez, Acer.
Este produto foi cedido para análise pela Acer Brasil.