(Fonte da imagem: Reprodução/AMD)
Depois de tantos eventos e anúncios, todo mundo já sabe que a AMD está produzindo chips para os três video games de próxima geração (incluindo o Wii U que já está no mercado).
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A companhia vem negociando há anos com Sony, Microsoft e Nintendo para conseguir ser a principal parceira de hardware. O objetivo? Diversificar sua linha de componentes e continuar com tudo no mercado de hardware.
Apesar de parecer se tratar de uma negociação simples, trata-se, na verdade, de um processo longo e complexo. Para esclarecer esses detalhes e comentar sobre o futuro da companhia, a vice-presidente sênior da AMD, Lisa Su, e outros executivos da empresa deram maiores informações sobre o assunto durante a Citi Global Technology Conference.
O site Seeking Alpha publicou a conversa — que trata sobre um panorama bem amplo quanto ao futuro da AMD e também sobre essas questões dos video games — e agora trazemos parte do falatório dos representantes da fabricante de microprocessadores.
Como tudo começou
Para alguns consumidores, pode parecer estranho a AMD embarcar de cabeça nesses consoles, mas, conforme um representante da companhia relatou, o mercado de video games é bem empolgante por um grande número de razões.
(Fonte da imagem: Reprodução/IT Pro Portal)
A companhia, que já tem histórico no ramo com o licenciamento de tecnologias para consoles — isso ainda na época da ATI —, viu a necessidade de prover um aumento substancial em desempenho para continuar avançando e percebeu que as fabricantes de consoles estavam buscando uma parceira para migrar para a arquitetura x86 com design personalizado.
Nesse instante, a AMD viu a oportunidade perfeita para mostrar suas APUs que poderiam prover soluções únicas para cada sistema (o que é importante para Sony e Microsoft, as quais trabalharam com duas arquiteturas parecidas, mas diferentes em diversos aspectos).
Vale notar que, para a AMD, isso foi muito tranquilo, visto que, devido ao pulo para a solução de APU, a NVIDIA nunca esteve na corrida, já que não possui tecnologia em processadores, e a Intel ficou para trás, pois não oferecia a tecnologia gráfica necessária (de alta capacidade) para os video games.
Maturidade de mercado e tecnologia
Uma das grandes questões que a AMD enfrentou foi a questão do futuro dos consoles. Houve muita discussão sobre o que acontecerá com o mercado de video games — no sentido das mudanças de propostas com tablets e jogos na nuvem.
Tablets não devem substituir os consoles... (Fonte da imagem: Reprodução/GSM Nation)
Na visão da AMD, poucos segmentos são tão bem-sucedidos como o de consoles, que pode vender dezenas de milhões de aparelhos todos os anos. Isso dificulta um possível estreitamento nas vendas e a companhia aposta que os números desse mercado não vão cair.
Aliás, no que depender da tecnologia da fabricante de APUs, tanto Sony quanto Microsoft não precisam se preocupar. As arquiteturas que a empresa oferece são de alto desempenho e muito superiores ao que existia na geração anterior.
Os representantes da AMD afirmam que haverá uma aceleração no desenvolvimento de jogos, a qual será ainda maior nos anos que se sucedem. E mais: a AMD diz que não apostaria em um mercado se ele não tivesse boas perspectivas.
Quanto às tecnologias ofertadas, a AMD julga que o processo de 28 nanômetros já está bem maduro e preparado para comportar muitos componentes. Além disso, a fabricante relata que as tecnologias de APUs e chips Radeon têm boas chances para durar até sete anos (o período aproximado de uma geração).
(Fonte da imagem: Reprodução/AnandTech)
Para a AMD, a fabricação de chips em 28 nm também não é um problema, visto que a companhia já está trabalhando há algum tempo com esse tipo de tecnologia. A empresa inclusive tem parceria com a TSMC e a GlobalFoundries para produzir essas APUs, portanto não haverá falta de processadores para os consoles.
Como será o futuro da AMD
Uma das principais razões para a AMD pular de cabeça (ela já estava atuando anteriormente e agora apenas resolveu levar o negócio a sério) no mercado de consoles foi a tentativa de diversificar sua linha de produtos. De acordo com Lisa Su, no fim de 2013 mais de 20% do lucro da companhia será de fora do segmento de PCs.
Conforme a companhia vai produzindo chips para video games nos próximos anos, a tendência é que, em três anos, 50% do lucro venha das vendas de consoles e de outros processadores personalizados (para outros gadgets que a companhia não especificou).
(Fonte da imagem: Reprodução/AMD)
Um representante da AMD explicou que, apesar de não lucrar muito com royalties (apenas a Nintendo está licenciando tecnologia), a empresa receberá pela produção das APUs. Isso pode representar baixos números no começo, mas o dinheiro virá com a enorme quantidade de vendas do Xbox One e do PS4.
Parece que a AMD só tem o que comemorar e que ela estava certa no palpite: o futuro é a fusão! Você usa produtos da companhia? O que acha da nova geração de consoles equipada apenas com chips desta fabricante?
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