A implementação da tecnologia 5G no Brasil e no mundo já está promovendo grandes mudanças na relação entre seres humanos, máquinas e internet. A grande dúvida é: como funciona, de fato, a conexão 5G?
A evolução dos sistemas tecnológicos utilizados diariamente em todo o globo reforçou a necessidade de mais um salto na escala evolutiva das redes móveis. Enquanto o 2G permitiu a utilização de recursos de voz, o 3G popularizou e perpetuou os smartphones como a máxima no mercado de celulares. Já o 4G permitiu um fluxo de dados ainda maior, difundindo a utilização de aplicativos e redes sociais como nunca foi visto. E o 5G?
Como funciona o 5G?
Segundo Adriano Filadoro, diretor-presidente da Online Data Cloud, os aparelhos celulares podem ser considerados “rádios”, mas o sinal de rede utilizado não é centralizado, então a recepção ocorre por meio de uma rede de antenas que cobrem determinadas áreas.
Com a conexão de quinta geração será exatamente assim: as antenas correspondentes ao sinal de 5G serão acopladas às que já existem, mas com nova infraestrutura e novas conexões. “O espectro de ondas de rádio utilizado será bem maior [do que o da tecnologia 4G] e as antenas existentes serão adaptadas, havendo maior número de conexões simultâneas por antena”, diz Filadoro, que complementa que, apesar do alto investimento, o retorno esperado é mais do que suficiente.
O espectro que o 5G vai ocupar é muito maior do que o das gerações anteriores, por isso as frequências que serão utilizadas precisam estar entre 600 e 700 MHz, 26 e 28 GHZ e 38 e 42 GHZ. Na prática, isso significa que a transferência de dados do 5G estará acima de 10 GB/s. Essa taxa dez vezes maior do que a das redes 4G impulsionará recursos como a Internet das Coisas (IoT). “As pessoas não só vão se comunicar entre elas como também vão se comunicar com objetos e os objetos vão poder se comunicar entre si”, diz Filadoro.
A utilização do 5G promete ser um salto definitivo para o futuro. O diretor-presidente da Online Data Cloud explica que as máquinas terão um papel ainda maior e mais importante, deixando de apenas executar comandos para também pensar e decidir. Segundo ele, um dos maiores desafios da implementação do 5G é ampliar a área de cobertura.
De acordo com a Conexis Brasil Digital, representante das operadoras de telefone móvel, em 2020 o Brasil tinha 5.275 municípios participando da cobertura 4G. Cerca de 20 milhões de chips 4G foram ativados no país no mesmo ano, o que significa aumento de 13% em relação a 2019.
Como as antenas já existentes serão adaptadas para a utilização do recurso de quinta geração, a cobertura do 4G é essencial na maior parte possível do território brasileiro para que quando o 5G chegar sua instalação seja descomplicada e feita o mais rapidamente possível.
Mas para ter acesso a essa velocidade, é necessário também realizar um upgrade de celular, pois a tecnologia 5G exige hardware específico para seu funcionamento. No Brasil, a Motorola foi a primeira empresa a oferecer smartphones compatíveis com a tecnologia 5G, e hoje é a empresa com maior portfólio de aparelhos compatíveis com a tecnologia no Brasil. Até o momento, já se é possível conectar com 5G os smartphones Moto G 5G, Moto G 5G Plus, Motorola Edge, Motorola Edge+ e Lenovo Legion Phone Duel
Qual a diferença entre 4G e 5G?
As três principais diferenças entre o 4G e o 5G são:
velocidades maiores;
maior largura de banda;
menor latência ou tempo de retardo nas comunicações entre dispositivos e servidores.
Qual é a diferença entre 4G e 5G? A estimativa, segundo Filadoro, é que a velocidade do 5G seja até 100 vezes maior do que os sistemas sem fio utilizados atualmente. “Imagine baixar um filme em menos de 4 segundos ou carregar uma página na internet em 25 milissegundos. Isso é o 5G”, explica, reiterando que as pessoas estarão cada vez mais conectadas com tudo o que as cerca — e o melhor: de forma rápida.
Em relação à largura de banda, o diretor-presidente afirma que, enquanto no sistema 4G há a possibilidade de 100 mil conexões por metro quadrado, o 5G proporciona uma quantidade 10 vezes maior. O novo espectro de onda viabiliza a conexão de mais de 1 milhão de aparelhos por metro quadrado, o que é essencial para o desenvolvimento de casas e cidades inteligentes, já que por aparelhos entendem-se não apenas celulares, mas também carros, televisões, geladeiras e outros eletrodomésticos.
“O que se espera é uma rede mais inteligente, com células menores e que garantam maior estabilidade nas operações. Desde a pessoa conseguir estabilidade de sinal enquanto dirige por uma estrada até grandes robôs instalados em fábricas e que não podem parar”, explica Filadoro.
Entrega de pacote de dados
Já a latência do 5G, que é o tempo de transferência de um pacote de dados, é estimada que fique em torno de 1 a 4 milissegundos; o tempo de resposta é cerca de 40 a 80 vezes menor em relação à tecnologia 4G. Em fevereiro de 2021, testes feitos com aparelhos da Motorola atingiram a velocidade de 4,2 Gbps na rede móvel 5G.
Expansão das redes de internet no Brasil
No Brasil, a rede 5G funcionará em algumas faixas de frequência, em canais específicos para a circulação de dados pelo ar, que serão leiloadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para a iniciativa privada. São elas: 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz.
Todas as empresas de telecomunicação que participarão do leilão devem garantir serem capazes de investir na ampliação do acesso à internet no país. Isso significa expandir em 12 mil quilômetros as redes de fibra óptica na Região Norte, por exemplo, e instalar as redes 4G nos municípios que ainda não a tenham (cerca de 500 cidades com mais de 600 habitantes). Segundo um mapeamento da Anatel, apenas 11,1% de toda a extensão territorial do país tem cobertura 4G, que é essencial para a instalação do 5G.
“No ano passado, a Ericsson divulgou uma previsão de que até 2025 empresas vão investir R$ 9,2 bilhões em redes de quinta geração. Com isso, haverá criação de 205 mil empregos diretos e recolhimento de R$ 70 bilhões em impostos e contribuições. Nos próximos 10 anos, o 5G será responsável por um incremento de 2,4% no PIB brasileiro”, informa Filadoro.
Apesar do grande investimento financeiro para a instalação dos recursos necessários para a expansão do 5G no Brasil, os avanços tecnológicos proporcionados demonstram sua necessidade: o futuro está aqui, e não o abraçar significa se tornar obsoleto.
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