Fonte das imagens: Divulgação: AT&T (esq.), Verizon (centro e dir.)
A nova geração das redes de conectividade móvel já está disponível em algumas das principais operadoras de celular americanas. Sprint, T-Mobile e Verizon comercializam planos com diferentes tecnologias e características, mas o foco ainda não é em celulares e sim em modems USB.
Porém, como toda tecnologia recente, é importante entender quais são as reais vantagens e desvantagens em relação ao sistema vigente, e este artigo vai ajudar você, leitor do Baixaki, a escolher melhor seu sistema assim que o 4G chegue ao Brasil. Estar bem informado de antemão, afinal, é uma das receitas para economizar.
O que é 4G?
A alcunha da quarta geração de tecnologia celular – falando de forma estrita – só existe comercialmente. O “4G” utilizado pelas operadoras americanas é, na verdade, um nome para agrupar as tecnologias WiMAX (usado pela Sprint), LTE (já disponibilizado pela Verizon e, mais tarde, pela T-Mobile) e HSPA+ (T-Mobile e AT&T).
Essa ressalva é importante porque nenhuma das operadoras atendia aos pré-requisitos definidos pela “International Telecommunications Union” (ITU – União Internacional de Telecomunicações) da ONU. Graças à confusão gerada pelo uso da nomenclatura 4G, a ITU se viu obrigada a relaxar as exigências e, atualmente, essas redes já cumprem o mínimo necessário.
Requerimentos básicos
Inicialmente, para uma operadora poder anunciar que dispõe de uma rede 4G, é necessário que equipamentos usando o sistema atinjam velocidades de conexão entre 100 Mbps (em alta mobilidade) e 1 Gbps (em curto alcance da antena).
Após o relaxamento das exigências da ITU – uma vez que nenhuma operadora que vendia redes “4G” atendia esse requisito – o mínimo de velocidade aceitável no padrão é de 1 Mbps, com o máximo já obtido em torno dos 200 Mbps. Em média, as operadoras anunciam velocidades em torno de 5 Mbps como o esperado de suas redes 4G.
Comparando com o 3G
Em termos de velocidade o padrão 4G, após a diminuição de requisitos pela ITU, não se diferencia do 3G já utilizado em velocidades mínimas. Ambos atingem 1 Mbps, sendo que dificilmente o 3G ultrapassa a marca dos 2 Mbps.
Analisando os números, então, pode-se concluir que mesmo após o rebaixamento da expectativa de velocidade, as redes 4G podem chegar a ser de 4 a 100 vezes mais rápidas que o sistema atualmente em uso.
Um nome, muitas tecnologias
Como mencionado anteriormente, cada operadora americana anuncia um sistema diferente como 4G. Apesar do desempenho relativamente próximo e do compartilhamento de algumas características, cada uma dessas redes conta com diferenças significativas.
LTE (Verizon)
O “Long Term Evolution” (Evolução de longo período) em teoria atinge até 100 Mbps de download e 50 Mbps de upload e é a tecnologia que, provavelmente, terá maior avanço sem necessidade de grandes investimentos. Espera-se que a versão avançada do LTE atinja os requisitos originais do padrão 4G, com downloads a 1 Gbps.
Testes recentes do LTE-Advanced realizados na Coreia do Sul conseguiram taxas altíssimas de transmissão, na faixa dos 600 Mbps. Imagine que o teste consistia em transmitir um filme em 3D HD para uma tela instalada em um ônibus. O lado ruim disso é que a tecnologia só chega ao público coreano em 2014, e para o resto do mundo algum tempo depois disso.
Fonte da imagem: Telecoms Korea
Outro detalhe interessante sobre a tecnologia LTE é que o sistema é o primeiro a não diferenciar voz de dados, realizando todas as chamadas em VoIP. Além da Verizon, e do futuro serviço da AT&T, as cidades de Oslo e Estocolmo – ambas em países escandinavos – também contam com redes LTE.
WiMAX (Sprint)
Já utilizado na Coreia do Sul com o nome de WiBro e em países como Rússia, Bielorrússia e Nicarágua sob a chancela WiMAX, o sistema oferece picos de transferência de 128 Mbps para download e 56 Mbps para envio de dados.
HSPA+ (T-Mobile)
Apesar de ser apenas um refinamento do padrão HSPA utilizado nas redes 3G, o padrão é comercializado pela T-Mobile como 4G. Em termos de velocidade, o HSPA+ oferece até 56 Mbps de download e 22 Mbps para upload.
A parte ruim
Apesar de ainda não atingirem velocidades extremas como inicialmente previsto para o padrão 4G, as redes de alta velocidade que recebem este selo já são versões portáteis das conexões de banda larga domésticas.
Em especial quando se compara com o padrão 3G vigente, entretanto, as redes 4G também apresentam problemas sérios. Como não é possível saber – ainda – todos os pontos negativos das novas tecnologias, o Baixaki conta agora aqueles pontos principais que certamente influenciarão nas vendas e na aceitação do 4G.
Na tomada
O consumo de bateria é um dos mais graves problemas dos aparelhos 4G. Assim como os smartphones 3G não aguentam dias longe da tomada como aparelhos de tecnologia mais antiga, a nova safra de aparelhos tende a durar ainda menos na bateria.
Enquanto aparelhos atuais conseguem – com uso moderado – passar até dois dias sem recarregar, se os celulares 4G usassem baterias da mesma capacidade, a duração de cada carga dificilmente ultrapassaria as 6 horas de utilização.
No bolso
A menor duração da bateria de um smartphones 4G exigiu dos fabricantes solução não muito elegantes. A maneira mais simples para resolver o ciclo de carga dos aparelhos foi aumentar a quantidade de células na bateria, dessa forma esticando o tempo de funcionamento.
Fonte da imagem: Divulgação / Samsung
Porém, mais células significam mais espaço e mais componentes e, portanto, mais peso. Os aparelhos 4G disponíveis atualmente são menos confortáveis do que celulares 3G justamente por causa deste aumento de peso.
Em casa
Outra limitação crítica das redes 4G não é culpa da tecnologia em si, mas da maneira como ela está sendo aplicada pelas operadoras. Quase todas as empresas estão ocupando bandas de frequência muito alta (2500 MHz ou mais) com os dados 4G.
Isso significa que as ondas que transportam os muitos bits do padrão não conseguem penetrar de maneira eficiente em concreto, tijolos e outros obstáculos. Em resumo, para que o sinal do seu aparelho seja útil em casa, as operadoras devem investir muito mais na instalação de antenas.
Na carteira
Novas tecnologias sempre são mais caras. Desconsiderando promoções e subsídios de operadoras, o preço dos aparelhos 4G tende a ser bem maior do que os praticados para telefones 3G. Isso se deve, principalmente, à necessidade de instalação de antenas e outras peças de infraestrutura para resolver o problema de funcionamento da rede mencionado no tópico anterior.
Pagar para ver
Com todas as suas qualidades e defeitos, a tecnologia 4G é certamente o futuro da conexão móvel. Mais cedo ou mais tarde, os problemas mencionados neste artigo serão resolvidos – ou contornados – e inevitavelmente todos precisarão migrar do 3G.
Fonte da iamgem: Divulgação / HTC
Assim como aconteceu com a passagem dos celulares analógicos para os digitais e com a adoção dos chips GSM, o 4G também será utilizado por todos. A nós, usuários, resta apenas esperar e torcer para que, quando as velocidades extremas das redes 4G chegarem aqui no Brasil, os problemas existentes hoje já estejam superados.
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