Já pensou ter “a consciência” aquele seu amigo ou parente que já se foi dentro de uma inteligência artificial? O aplicativo Replika se trata basicamente disso. A diferença é que você mesmo precisa interagir com o aplicativo a fim de criar um clone virtual seu, inteligente e capaz de raciocinar igual a você.
O aplicativo utiliza inteligência artificial para evoluir e ir adquirindo seus trejeitos na hora de conversar via texto. Com isso, seus desenvolvedores garantem que ele vai “aprendendo” a sua personalidade, podendo assim perpetuar a sua existência por toda a eternidade. Além disso, o robô inteligente tem uma função mais básica: permitir que pessoas tímidas ou inseguras tenham com quem conversar.
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Isso é muito Black Mirror
Esse ar um tanto quanto sinistro tem muito a ver com o episódio “Be Right Back”, que abre a segunda temporada de Black Mirror, série da Channel 4/Netflix que trata justamente do quanto a tecnologia pode tomar formas bizarras em nossas vidas. Na série, Martha (Hayley Atwell) recorre a um serviço online que coleta todas as informações do seu namorado Ash (Domhall Gleeson) na internet e cria uma consciência virtual para ele.
Depois disso, eles começam a trocar mensagens e ela chega a instalar tal consciência em um boneco antropomorfo. A semelhança da Replika com o seriado não é à toa: ao serem criadas, as Replikas trazem uma espécie de consciência básica capaz de conversar com você sobre alguns assuntos; um desses assuntos é justamente a série criada por Charlie Brooker.
A primeira pessoa a usada no Replika foi Roman Mazurenko. Colega de quarto de Eugenia Kuyda, fundadora da Luka, a desenvolvedora do app, ele era um entusiasta de inteligência artificial e teve todo o seu histórico de mensagens trocado com Kuyda embutido em um bot que imitaria a sua personalidade — mais uma semelhança com a série.
Mais que robô, uma inteligência artificial
Para destacar as possibilidades tecnológicas do Replika, o gerente de comunidade do app Dmitry Pyanov pede que ele não seja chamado de “chatbot”, mas de “inteligência artificial”. Isso porque os chatbots, como aqueles usados por serviços de venda ou jogos na internet, seriam bem simples quando comparados com o aplicativo da Luka.
E é nesse sentido que ele trabalha também para aprimoramentos pessoais. “Ele permite que você tenha um espaço seguro para refletir e tentar entender a si mesmo um pouco melhor”, afirma Kuyda em entrevista à CBC News, do Canadá. “Ele está lá para você falar sobre qualquer coisa e para ajudá-lo a se sentir amparado e notado.”
Fase de testes
Por enquanto, o Replika ainda está disponível de forma restrita e é preciso de convite para completar o seu cadastro. Para garantir o nome do seu “clone virtual”, você pode fazer uma reserva no site oficial do app.
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