Ciente dos hábitos consumistas que o brasileiro tem e antenada com relação às tendências emergentes, a Samsung, conforme já publicado aqui no TecMundo, trará o Samsung Pay ao Brasil ainda este ano e, com esse serviço, pretende transformar a forma de pagamento no país. Aquele mundo utópico previsto por Marty McFly em "De Volta para o Futuro" parece, enfim, estar tomando forma: você poderá centralizar todos os seus cartões no telefone que está no seu bolso.
Durante a MWC 2016, em Barcelona, onde o TecMundo está presente a convite da gigante coreana, Gabriel Farias, diretor da equipe de inovação de negócios para a América Latina, e Roberto Soboll, diretor de produtos da empresa no Brasil, conversaram amplamente sobre a chegada do serviço ao país e as expectativas da companhia perante o consumidor brasileiro com a novidade.
A Samsung também anunciou que o serviço de pagamento móvel chegou a um marco mundial: cerca de 5 milhões de usuários registrados movimentaram mais de US$ 500 milhões nos primeiros seis meses de existência, apresentando uma taxa de adoção forte na Coreia do Sul e nos EUA, onde o Samsung Pay chegou em 2015. Agora, é a vez do Brasil receber o serviço - e a companhia elogiou o moderno sistema bancário que o país possui, assim como o perfil do consumidor brasileiro.
Sim, o sistema bancário brasileiro é moderno
Na visão da Samsung, os bancos brasileiros se difundiram com certa rapidez e têm ampla aceitação no meio digital. "O sistema bancário brasileiro é moderno. Há apps, há um sistema digital que funciona e é seguro. Existem países do Primeiro Mundo que demoram a adotar essas novas práticas, bancos costumam ser conservadores", contou Soboll. "Mas ficamos surpresos com a animação dos bancos brasileiros e dos outros parceiros quando fomos conversar com eles sobre o Samsung Pay", complementou Farias.
Mas, pera... É tudo de graça ou tem alguma pegadinha aí?
Não, não tem. Foi exatamente esse aspecto que mais chamou a nossa atenção - bem como a de outros veículos de imprensa presentes no local. Em mais de uma ocasião, tanto Farias quanto Soboll ressaltaram a principal bandeira erguida pelo Samsung Pay: a difusão de um novo hábito. A tradução de um conceito em prática. Tese sustentada também por Injong Rhee, vice-presidente executivo e chefe de pesquisa e desenvolvimento de software e serviços do negócio de comunicações móveis da Samsung Electronics.
"Desde a sua introdução no ano passado, o Samsung Pay mudou a forma como as pessoas pagam e usam seus smartphones. Nós já vimos uma adoção significativa dos consumidores e continuamos a ver uma grande dinâmica. Nosso objetivo é expandir o Samsung Pay para ainda mais localidades ao redor do mundo, e nossos clientes podem esperar ver mais recursos ano que vem", afirmou.
Diversos parceiros, incluindo o amado Nubank
A empresa coreana, naturalmente, trabalha num ritmo maciço em busca de parceiros e traçou uma rota longa, porém frutífera, para a difusão do Samsung Pay. Os bancos tendem a ser conservadores, mas as agências brasileiras aceitaram muito bem a ideia quando as duas partes conversaram.
Dos parceiros firmados na primeira onda do serviço, o Nubank desponta como talvez o mais querido, justamente por oferecer um cartão de crédito internacional acessível, sem anuidade e sem burocracia, cujo funcionamento se dá majoritariamente por meio de aplicativo. Nós já visitamos a sede da empresa, que é 100% brasileira, e contamos tudo a vocês.
Parcerias iniciais do Samsung Pay já contam com nomes de peso
Como mostra a imagem acima, a Samsung já conta com oito parceiros para a empreitada no Brasil: Banco do Brasil, Bradesco, Brasil Pré-Pagos, Caixa Econômica Federal (sim!), Itaú, Nubank, Porto Seguro e Santander. Juntos, eles representam mais de 90% de participação no mercado financeiro brasileiro.
Quais bandeiras serão aceitas?
Inicialmente, Visa e Mastercard, as duas principais bandeiras de cartão de crédito do mercado, poderão ser integradas ao Samsung Pay. A empresa garantiu que continuará estudando novas possibilidades e buscando outros parceiros para ampliar o leque de opções ao consumidor final.
É obrigatório que a maquininha de cartão tenha NFC para se comunicar com o smartphone? Não!
A grande sacada do Samsung Pay é a sua compatibilidade com praticamente qualquer maquininha de cartão. Os aparelhos mais modernos - e nem precisam ser tão modernos assim - já possuem o NFC, ou seja, estão automaticamente habilitados para se comunicar com o aplicativo/smartphone e realizar um pagamento, com direito a duas vias da notinha e tudo, igualzinho ao que vemos quando pagamos com cartões.
Mas o charme do serviço está na compatibilidade com o MST (sigla curiosa, mas essa aqui significa outra coisa: "Magnetic Secure Transmission"). Em palavras resumidas, trata-se de uma tecnologia mais antiga das maquininhas de cartões, aquelas que podem não possuir o NFC. Isso abre mais leques de possibilidades para que sua transação possa ser concluída em praticamente qualquer estabelecimento.
Calma. E se o lojista não souber o que é Samsung Pay? Como vou explicar e pagar?
Você não precisa explicar nada. Até a difusão completa do serviço, que ocorrerá gradativamente, essa situação será comum e pode ocorrer mesmo que o lojista não tenha ideia do que seja Samsung Pay. Na hora de pagar, você encosta o seu celular na maquininha e pimba, fim de papo.
O próprio dono do estabelecimento, taxista, caixa do supermercado ou o que for ficará surpreso quando você fizer isso e pode até pensar que a maquininha está sendo hackeada! A Samsung diz que planeja trabalhar na divulgação e orientação do produto tanto para consumidores quanto para vendedores, num trabalho feito em estágios. "Será comum esse estranhamento no começo. Vamos trabalhar na educação dessa nova forma de pagamento, é uma mudança de hábito", relatou Farias. "Mas basta você encostar o seu celular que o pagamento é concluído em menos de 10 segundos. Como há suporte a NFC e MST, o processo é garantido", completa Soboll.
Quais aparelhos são compatíveis com o Samsung Pay?
O Samsung Pay estará disponível em dispositivos Galaxy selecionados, incluindo S6, S6 Edge, S6 Edge+ e Note 5, bem como nas opções premium e intermediárias, como os modelos 2016 do A5 e do A7. Os vindouros S7 e S7 Edge, naturalmente, também serão compatíveis com o serviço.
E se o celular estiver sem sinal na minha localização?
Não tem problema. O Samsung Pay atua de forma autônoma, totalmente offline, e não requer o sinal da sua operadora ou da rede de dados para funcionar. Isso porque, assim que você aproxima o seu smartphone da maquininha para realizar o pagamento, é a operadora do sistema de transação (isto é, da própria maquininha) que cuida dessa tarefa. Sensacional, não?
Em 2016, o Samsung Pay vai iniciar seu plano de expansão global, começando com a China, em março, seguida de Austrália, Brasil, Singapura, Espanha e Reino Unido no final do ano. Além disso, o Canadá será incluído no novo roteiro de lançamento.
Como já citado aqui, o Samsung Pay iniciou seu serviço na Coreia do Sul e nos EUA ano passado. Atualmente, o serviço suporta cartões de crédito e débito habilitados de mais de 70 bancos importantes e regionais. Com os oito parceiros brasileiros iniciais e um consumidor bastante antenado, a tecnologia tem tudo para dar certo no Brasil - e, definitivamente, pode transformar a maneira pela qual realizamos pagamentos ao centralizar todos os cartões numa coisa só: o nosso smartphone.
Ficou com alguma dúvida? Deixe sua pergunta na seção destinada aos comentários logo abaixo. Na medida do possível, tentaremos responder.
O que você espera do Samsung Pay no Brasil? Acha que ele realmente pode transformar nossas formas de pagamento? Discuta no Fórum do TecMundo.
Fontes