O Ministério Público Federal abriu um pregão eletrônico para resolver algumas questões que estavam incomodando: o edital "tem como objetivo o atendimento à crescente demanda por serviços corporativos disponibilizados nos sítios institucionais e também outros órgãos, tais como: correio eletrônico institucional, serviço de mensagem instantânea, nuvem de dados corporativa, dentre outros". No momento da abertura, o MPF supostamente esperava gastar R$ 2 milhões em equipamento. Porém, parece que tudo escalou de uma maneira assustadora.
Traduzindo o que foi escrito, já que o linguajar utilizado em editais nem sempre favorece a leitura de todos, o MPF buscava comprar equipamentos eletrônicos de alguma operadora para poder trocar emails, mensagens de textos (seja WhatsApp ou SMS), utilizar a nuvem para armazenar arquivos e "outros serviços".
Atualização: recebemos a seguinte mensagem, de uma suposta servidora do MPF: "Sou servidora do MPF e nós não recebemos celulares funcionais. Os celulares são apenas para os membros , os Procuradores da República. Nós, servidores, na verdade, não concordamos com essa compra e estamos há 10 anos sem reajuste, recebendo exatamente o mesmo salário".
Para isso, o Ministério Público Federal estabeleceu supostamente R$ 2 milhões para comprar 300 acessos móveis de categoria 1, 250 acessos de categoria 2, 150 USB e 200 cartões SIM para iPad. Novamente, traduzindo: 300 iPhone 6 e 250 Sony Xperia ou Moto G para os servidores realizarem serviços corporativos.
Contudo, ao final do pregão eletrônico, que foi vencido pela Claro, o MPF acabou contratando os planos e equipamentos por mais de R$ 13 milhões, como indicou o GuardianDF. A assinatura do edital é do pregoeiro Gilson Jorge Teles Marinho.
Sobre a escolha dos 300 aparelhos iPhone 6, o MPF declarou o seguinte no pregão: "a opção por dispositivos do fabricante Apple (iPhone 6 ou superior) se deu em função do parque já existente, garantindo que o investimento, as pesquisas e as implementações já realizadas permaneçam incorporadas ao patrimônio, tangível e intangível da instituição, além de garantir a entrega de serviços já familiares aos usuários e com níveis de segurança satisfatórios".
Qual foi a estimativa?
O GuardianDF indica que a estimativa inicial era de R$ 2 milhões, como você pode ver no print abaixo. Contudo, olhando o edital, não encontramos essa estimativa, apenas realmente os R$ 13 milhões (Print II) que foram contratados. Veja abaixo
Print I
Print II
A questão é outra
R$ 252 mil para planos SMS e R$ 129 mil para MMS. São R$ 381 mil para ferramentas obsoletas que, qualquer servidor com um iPhone 6 em mãos, sabe que existem soluções gratuitas para isso — só para citar, WhatsApp e Telegram. Século XXI, amigos. Além disso, se a Claro foi contratada para os planos e o serviço é apenas corporativo, os aparelhos funcionam na mesma rede. SMS para a mesma operadora não costuma ser gratuito, caro leitor?
Se quiser checar, o edital completo pode ser lido aqui.
O que você acha da compra de 300 iPhone 6 feita pelo Ministério? Comente no Fórum do TecMundo
Fontes
Categorias