Vamos ser sinceros: ligar para o atendimento de prestadoras de serviços não é exatamente a tarefa mais agradável do mundo. Se, muitas vezes, é complicado até falar com um atendente para efetivar uma nova assinatura – quando você quer se tornar cliente deles –, o que dizer daquele momento em que o consumidor quer que a companhia resolva um pepino, estorne um pagamento ou agende visita técnica em domicílio? Em muitos casos, a resposta seria uma dor de cabeça danada, mas, se o papo envolver a Netflix, as chances são de uma solução rápida.
Mesmo que a maioria esmagadora do público possa não concordar com o suporte remoto dado pelas empresas no Brasil, é praticamente fato que a baixa qualidade no atendimento ao usuário acabou se tornando um lugar-comum no mercado nacional. Na última terça-feira (3), porém, uma internauta mostrou que esse cenário não precisa ser sempre assim e contou um pouco sobre uma experiência bem agradável que ela teve recentemente com a equipe brasileira do serviço de streaming de filmes e séries.
Residente de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, Paula Quintas fez uma postagem no Facebook explicando como a empresa acabou fazendo uma cobrança duplicada da sua assinatura e que quando decidiu ligar para o suporte teve uma sequência de gratas surpresas. Para começar, o site do Netflix permitiu à moça adiantar boa parte daquelas informações que geralmente são passadas no início da ligação, mas que não servem para nada e são cobradas repetidamente ao longo de todo processo – algo que costuma irritar por si só.
Nesse caso, felizmente, os dados informados pouparam um bom tempo e a colocaram em contato com um atendente humano em poucos segundos. A partir daí, o que se seguiu foi uma conversa bem descontraída com os funcionários da companhia, incluindo nesse papo uma boa dose de humor e piadinhas. Pode ficar tranquilo, já que, além de deixar o clima o mais cordial possível para a conversa, a pessoa responsável pelo caso ainda resolveu com agilidade o problema. Confira a mensagem na íntegra e a solução apresentada:
“Netflix cobrou duas vezes a mensalidade. Entrei no site para saber se tinha um 0800. Ao clicar no número, recebi um código que evitou que eu digitasse todos meus dados - que eles já possuem - ao iniciar a ligação. Em 30 segundos já estava falando com um menino queridíssimo e, ao escutar um burburinho na sala de atendimento, eu disse: tá divertido aí, né? Aí ele me responde: sim, estão comemorando algo. Eu: Tem bolo? Guarda pra mim? Ele abre o fone na sala e recebo oi da galera com um convite pra me juntar a eles. Recebo a oferta de duas formas de ressarcimento; escolho. 4 minutos de ligação, no máximo. No meu mail chega: ‘A César o que é de César’. Dinheiro de volta sem dor, com amor. Aprendam, telemarketings.”
Boa notícia ou estamos mal-acostumados?
Apesar de a própria internauta ter dito que “se sentiu especial” após o atendimento e de o suporte da Netflix realmente parecer ter sido exemplar, o ocorrido levanta uma questão bastante importante: será que não estamos tão acostumados com um serviço ruim que somos surpreendidos quando algo minimamente decente acontece? Essa dúvida, inclusive, foi levantada por diversas pessoas que comentaram na postagem do Facebook, perguntando se as pessoas deveriam se emocionar com algo que deveria ser padrão na indústria.
No fim, Paula Quintas ainda revelou ter ficado com medo das proporções que sua publicação tomou, já que o texto ultrapassou a marca nada modesta de 15 mil compartilhamentos em alguns poucos dias. Refletindo sobre o assunto em um post feito posteriormente, a internauta questionou o fato de que, se uma mensagem sobre sua experiência com uma marca já foi motivo para tamanho engajamento, talvez seria a hora de a mesma atitude do público ser direcionada a assuntos pertinentes à sociedade como um todo.
“Que tal falarmos sobre coisa séria? Brigadianos espancando mulheres? Violência contra mulheres, gays, trans? Armas nas mãos de jovens? PL 5.069? Governos fechando creches e escolas? Corrupção? Queria muito todo esse engajamento para o que realmente importa: a nossa vida em sociedade”, escreveu Paula na rede social. Quem diria que um simples relato mostrando que o atendimento ao cliente pode ser melhor que o convencional traria atenção para outros assuntos, hein?
E você, se lembrou de todas as vezes que precisou ligar para cancelar a internet ou pedir ajuda para resolver algum problema da sua linha de telefone? Acha que o padrão estabelecido pela Netflix deveria ser incorporado por outras empresas? Outra companhia merece uma salva de palmas por seu suporte? Compartilhe seus causos envolvendo atendimento online ou telefônico com a gente.
Já teve problemas com atendimento de prestadoras de serviço? Comente no Fórum do TecMundo!
Fontes
Categorias