O embate entre a Apple e o FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, ainda rende frutos. Você deve se lembrar da troca de farpas entre a agência e a empresa entre 2016 e 2017, quando as autoridades criticaram a Maçã por não criar um software capaz de driblar o bloqueio com senha do iPhone.
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Apesar de terem esfriado, as rusgas entre a companhia e os federais continuam. Durante a Conferência Internacional de Cibersegurança realizada nesta semana em Manhattan, nos Estados Unidos, o especialista forense do FBI Stephen Flatley não poupou críticas à empresa de Cupertino, chamando-a de “idiota” e “gênio do mal” por dificultar a quebra da proteção do iPhone.
A Apple permite que uma nova tentativa de senha para desbloquear o gadget seja realizada a cada 18 segundos, dificultando a aplicação do método conhecido como “força bruta”, que realiza quantas tentativas por minuto forem possíveis para tentar burlar a proteção. Se a quantidade de tentativas é limitada, o trabalho de quem tenta hackear um gadget dessa forma aumenta. E é aí que o FBI se incomodou.
Os federais haviam pedido ajuda da Apple para desbloquear o smartphone de Syed Farook, responsável pelo atentado em San Bernardino em 2 de dezembro de 2015 que deixou 16 mortos e 23 feridos. A empresa se negou e afirmou que a criação de um software para isso poderia cair nas mãos de hackers e, assim, colocar em risco a segurança de todos os usuários de seus smartphones. O CEO da Apple Tim Cook afirmou na época que tal software seria o equivalente a um câncer.
“Até que ponto ela só está tentando fazer algo ou impedindo a aplicação da lei?”, questionou Flatley nesta semana durante a sua fala na conferência sobre cibersegurança. “A Apple é muito boa em coisas de gênios do mal”, concluiu o especialista. Ele ainda agradeceu a companhia israelense Cellebrite, contratada pelo FBI para desbloquear o iPhone 5c de Farook.
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