Escolher qual será sua nova câmera digital pode parecer uma tarefa muito simples. Quanto mais megapixels ela oferece, melhor é a câmera, certo? Errado. Esse é o famoso “mito do megapixel”, que vem sendo discutido e desmontado cada vez mais.
O Baixaki traz a discussão para os usuários, mostrando sua relevância até mesmo para os fotógrafos amadores, e dá dicas sobre como você pode economizar na escolha da sua nova câmera, sem perder em qualidade.
Pixels, megapixels e resolução
Antes de entender qual é a importância da quantidade de pixels para uma imagem, precisamos entender o que são eles. Ao ampliar uma imagem no computador, observamos que ela é formada por milhares de quadrados. Esses pequenos quadrados somados resultam em uma imagem digital nítida, como você observa no exemplo abaixo:
Cada megapixel possui uma resolução, que é a quantidade de quadrados que temos na imagem – horizontal x vertical – e é através dela que podemos saber em quantos megapixels a foto foi tirada. Por exemplo, se uma foto tem resolução de 1772 x 1181 pixels, isso significa que ela foi tirada em 2.1 megapixels.
E por que mais megapixels não significa maior qualidade de imagem?
A realidade é que a resolução de uma imagem não está diretamente ligada à sua qualidade. A imagem de uma câmera digital é feita através de um sensor, que faz a captação de luz do objeto fotografado e vai transformar essa informação em pixels, gerando a imagem digital.
Câmeras profissionais ou semiprofissionais têm sensores melhores e mais complexos (até porque têm maior espaço físico para abrigar os sensores), e por isso produzem imagens melhores, mais nítidas e com cores mais vibrantes.
Por outro lado, câmeras compactas e de celulares têm sensores de qualidade inferior. Quanto mais megapixels o sensor é forçado a captar, mais calor ele produz, o que acaba gerando ruído na foto.
Por mais que a resolução seja maior, com maior número de pixels, a qualidade da imagem é prejudicada, o que os fotógrafos chamam de “granulação”. Isso acontece pois o sensor não tem capacidade suficiente para captar tantos pixels com a mesma qualidade.
Abaixo temos um exemplo de como o megapixel não indica qualidade de imagem. Todas as fotos foram feitas em 5 megapixels. A primeira foi tirada com uma câmera semiprofissional, a Sony H50. A segunda, com uma câmera compacta, também da Sony, a W120. E a terceira foto foi tirada com a câmera do aparelho celular DEXT, da Motorola:
As imagens têm o mesmo tamanho, aqui reduzidas para visualização completa, mas recortamos uma parte igual de cada e colocamos ao lado da foto. Nesta parte elas estão com 100% do tamanho original, e é clara a diferença de qualidade, principalmente em questão de cor e definição.
Ainda que todas as imagens tenham a mesma resolução, a diferença de qualidade entre elas é óbvia por conta da diferença entre sensores e lentes. Além disso, outras características como capacidade de definição de cor, tonalidade e contraste devem ser levadas em consideração.
Essas características são muito mais importantes do que a quantidade de megapixels que sua câmera oferece. A prova é que há muitas câmeras profissionais no mercado que não passam de 10 megapixels.
Quando o megapixel faz a diferença
A grande questão é que a quantidade de pixels de uma imagem não tem influência sobre a qualidade da imagem, mas sim sobre a ampliação que será possível realizar com ela. Ao fotografar em qualidade VGA (640 x 480 pixels) você tem a mesma qualidade visual de uma fotografia tirada com 3MP (2592 x 1944), se reduzidas ao mesmo tamanho. Observe as imagens abaixo:
Só é possível notar a diferença entre as imagens caso você amplie uma determinada parte. No exemplo abaixo podemos ver que só a partir da ampliação notamos que a primeira imagem foi tirada em maior resolução do que a segunda:
Mesmo assim, as câmeras digitais compactas e as câmeras disponíveis em aparelhos de celular têm captação de imagem bem menos poderosa do que uma DSLR, que é uma câmera digital profissional.
Outro fator importante é saber que uma ampliação de foto simples - 15x10 cm - precisa de apenas um megapixel para ser impressa com qualidade. Ou seja, a não ser que você trabalhe profissionalmente com fotografias, não precisará de milhares de megapixels para produzir e imprimir boas imagens.
O marketing em cima dos números
As empresas fabricantes de câmeras digitais vendem seus produtos passando para o consumidor a ilusão de que quanto maior o número de megapixels, maior a qualidade do aparelho e isso justifica, assim, um preço maior. Isso acaba gerando um padrão de que maior número em tecnologia significa um produto mais eficiente, o que nem sempre é verdade.
Além disso, não se deve diferenciar as câmeras digitais pela quantidade de megapixel, uma vez que um megapixel a mais ou a menos tem um resultado final insignificante. Para realmente fazer a diferença, é necessário ter uma diferença de no mínimo 4 MP entre uma câmera e outra.
Enquanto aparelhos profissionais têm capacidade de sensor, lentes e captação de cores cada vez melhor, a fabricação de câmeras compactas está preocupada em melhorar a maquiagem digital da foto.
O arquivo original de uma fotografia digital é reconhecido pela extensão RAW. No entanto, as câmeras têm dispositivos que auxiliam na melhoria da imagem antes mesmo de você colocá-la no computador, gerando o conhecido formato JPEG. Para entender um pouco mais sobre esta questão, clique aqui.
E afinal, que câmera comprar?
Ao buscar uma nova câmera, tire a quantidade de megapixels que ela suporta do primeiro item da sua lista. Analise antes a qualidade do sensor de captação de imagem, a nitidez e definição de cores da foto que ela produz, a variação do ISO, a lente que ela possui e sua distância focal – bem importante para quem gosta de fotografar objetos pequenos e detalhes.
E mais do que isso: pesquise bastante. Busque resenhas na internet, opiniões de compradores e junte o máximo de informação que puder. Lembre-se de que quem faz a foto é você, mas quanto melhor o equipamento em mãos, melhores serão suas imagens.
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