Você já deve ter usado a calculadora do seu smartphone, não é mesmo? O aplicativo é muito útil em diversos momentos e já faz parte dos aparelhos celulares há muito tempo — desde antes de pensarmos que smartphones existiriam algum dia.
Quando esses recursos chegaram aos portáteis, as fabricantes usavam o próprio teclado físico dos aparelhos para fazer a inserção dos números a serem calculados — você se lembra dos teclados que eram compostos apenas por números, não é mesmo?
Mas quando os smartphones se tornaram populares, uma mudança aconteceu. As calculadoras passaram a ser aplicativos independentes e isso trouxe a possibilidade da demonstração de uma nova organização das teclas. E foi aí que começou a dúvida: "Por que as teclas das calculadoras são invertidas nos celulares?" A resposta é bem histórica...
A culpa é do zero....
Para o site TechWorm, o especialista em telecomunicações Paul Stockley disse que essa decisão não teve nenhuma ligação com termos estéticos ou com usabilidade, mas sim com o "zero". Isso porque nos telefones o zero não é um zero, mas nas calculadoras sim!
"COMO ASSIM, TECMUNDO?"
Pode parecer estranho dizer que o "zero não é um zero", mas é isso que afirma o especialista. Ele relembra que o "zero" dos telefones sempre veio após o "9" e o motivo para isso é seu real significado: dez. Exatamente: a tecla "zero" dos telefones sempre foi o valor mais alto possível — e isso é visto já desde os telefones de disco.
Já nas calculadoras, o "zero" é realmente isso. Ou seja, ele teria o valor menor do que o "1" e, por isso, deveria ficar abaixo de todos os outros valores. Dessa forma, a disposição das teclas com os valores subindo de acordo com a posição vertical é muito mais simples — e também já vem sendo feita nas calculadoras há muitas décadas.
.... e da mecânica também
Também existe outra questão que precisa ser levantada. Modificar a calculadora seria um erro matemático, mas por que não mudar o telefone? Nesse caso, a resposta envolve uma história dos próprios aparelhos telefônicos.
Muito antes dos telefones com teclas e tons de discagem, os aparelhos usavam discos e pulsos para fazer suas transmissões. Fazer as ligações envolvia um processo de "desconexões em um circuito padrão" de energia que era composto por dois fios elétricos usados no sistema.
Cada número discado operava de uma forma sobre esses circuitos, aplicando um tipo de interrupção — o que podia ser ouvido no próprio telefone, com curtos sons emitidos no alto-falante.
Discar o número "1" causava uma interrupção de 66 milissegundos. Discar o "2", duas interrupções dessas. E isso se seguia até o "9", como nove interrupções. Quando chegamos no "zero", o que temos são dez interrupções de 66 milissegundos — realizadas fisicamente pelo disco retornando à posição estacionária.
Usar o "zero" faz com que dez padrões sejam aplicados aos circuitos
E por que não usar a tecla "10"? Porque isso poderia causar muita confusão! Imagine um número telefônico: 555-1010. Será que estamos falando de "1-0-1-0" ou "10-10"? Pode parecer simples hoje, mas imagine a situação décadas atrás.
Até que chegamos ao alfabeto
Desde muito tempo atrás, os telefones são equipados também com letras em suas estruturas. Por exemplo: o "2" traz junto A, B e C; 3 traz D, E e F... E assim por diante. Isso foi trazido ao longo do último século para os telefones digitais e também para os telefones celulares — sendo um padrão muito importante para a disseminação das mensagens de texto, por exemplo.
Ou seja: se quiséssemos fazer com que o "zero" dos celulares fosse levado até antes do "1" e a ordem numérica ficasse igual à das calculadoras, teríamos não apenas que inverter toda a história dos telefones, mas também inverter os alfabetos. Difícil, não é mesmo?
Inverter as calculadoras, então? Aí seria mais um desafio histórico e difícil de ser vencido. Melhor deixar tudo como está!
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