O game de estratégia mobile Arena of Valor (conhecido no Oriente como Honor of Kings) é um massive battle online arena (MOBA) de sucesso na China, onde possui cerca de 200 milhões de jogadores e vem sendo acusado de ter características capazes de causar certa dependência. Para amenizar a fúria dos pais e as críticas da mídia, a produtora Tencent procurou então por uma saída "diplomática": oferecer um contrato digital assinado pelos jovens e seus responsáveis legais, em uma troca de tarefas por tempo de diversão.
“Com esse tipo de proposta, as crianças podem substituir seu tempo de jogo fazendo tarefas domésticas ou atingindo determinadas pontuações (acadêmicas)”, sugeriu Ma Huateng, presidente-executivo da Tencent, de acordo com o The Wall Street Journal. O título prevê competições online entre equipes de cinco participantes cada, em mapas isométricos, a exemplo de outros hits como League of Legends.
A companhia pretende fugir de polêmicas porque justamente neste momento vem ampliando sua cobertura no Ocidente, onde pode ser encontrado para dispositivos iOS e Android e também para o Nintendo Switch.
Histórico de problemas vem afetando a reputação da Tencent
A desenvolvedora por trás do Arena of Valor vem tentando mudar um pouco a imagem de empresa que busca a presença de seus seguidores de forma agressiva em sua plataforma. Ela já havia colocado restrições para menores de 12 horas interagindo por menos de uma hora por dia, mas essa estratégia só criou outro problema, pois a crianças passaram a negociar perfis falsos por valores a partir de US$ 2.
Em outro caso relacionado, uma chinesa de 21 anos ficou cega de um dos seus olhos por ter feito maratonas consecutivas de quase 20 horas seguidas em seu dispositivo móvel. Seus pais a levaram para vários hospitais mas nenhum conseguia determinar a causa. Um dos profissionais disse que a oclusão da artéria retiniana é uma condição associada a pessoas idosas, acrescentando que isso poderia ter ocorrido devido a tensão severa. Quando perguntada sobre a causa, ela admitiu que aconteceu provavelmente por ter ficado conectada por muito tempo sem uma pausa.
O vício chegou até mesmo ao exército, a ponto de estar presente na vida diária e de oferecer riscos à saúde dos oficiais. Até mesmo o desempenho e a preparação dos homens foram questionados, com casos de redução de imunidade e força e tendências a responder ações de maneira mais sentimental. Um artigo foi publicado em um periódico institucional militar chamado de People’s Liberation Army Daily.
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