Estrelas amarelas, como o nosso Sol, são apenas 7% entre as mais de 400 bilhões que compõem a Via Láctea. Mas, nesse pequeno grupo das chamadas anãs G, mais da metade pode ter, orbitando ao seu redor, planetas habitáveis como a Terra – isso representaria cerca de 300 milhões com potencial de abrigar vida.
“Esta é a primeira vez que todas as peças foram colocadas juntas para fornecer uma medição confiável do número de planetas potencialmente habitáveis na galáxia. Esse é um termo-chave da Equação de Drake, usada para estimar o número de civilizações inteligentes. Nesse longo caminho, estamos um passo mais perto de descobrir se estamos sozinhos no cosmos”, disse o astrofísico Jeff Coughlin, pesquisador de exoplanetas do Instituto SETI e coautor do estudo publicado agora no The Astronomical Journal.
A Equação de Drake estima as chances de encontrarmos vida inteligente no Cosmos (N) multiplicando as seguintes variáveis: taxa de formação de estrelas adequadas para ter planetas habitáveis (R*); fração dessas estrelas com sistemas planetários (fp); número de planetas por sistema solar capazes de suportar vida (n e); planetas nos quais a vida realmente surgiu (fl); planetas nos quais a vida inteligente surgiu (fi); fração de civilizações que desenvolveram tecnologia capaz de transmitir sinais detectáveis (fc); há quanto tempo esses sinais estão sendo enviados (G)).
Kepler e seus exoplanetas
Os dados usados no estudo são os coletados pelo telescópio espacial Kepler. Ao analisar os planetas descobertos, a equipe do Instituto SETI calcula que pode haver, inclusive, planetas habitáveis próximo ao nosso sistema solar, a cerca de 30 anos-luz.
Os parâmetros usados foram basicamente o tamanho do planeta (se for o mesmo da Terra, aumentam as chances de ele ser rochoso) e o tipo de estrela (semelhante ao nosso Sol, com a mesma idade e temperatura), sem esquecer a possibilidade de suportar água líquida.
O que diferencia este de estudos anteriores é o fato de essas estimativas sempre se basearem na distância entre o planeta e a estrela que ele orbita (a chamada zona habitável). Agora, os pesquisadores levaram em conta o quanto de luz do Sol chega ao planeta em questão – o que afetaria as chances de haver água líquida em sua superfície.
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