A Grande Barreira de Corais, na Austrália, tem sofrido com a crise do clima e mais ameaças à sua integridade pela exploração econômica. Por isso, a comunidade científica recebeu a descoberta feita pelo Schmidt Ocean Institute como uma lufada de esperança: sua equipe de cientistas encontrou um recife de coral de 500 metros de altura – o primeiro em mais de 120 anos.
Visto pela primeira vez no último dia 20, durante o trabalho de mapeamento subaquático do fundo do mar ao norte da Grande Barreira de Corais, ele começou a ser explorado por uma equipe liderada pelo geólogo marinho Robin Beaman, da australiana Universidade James Cook.
A partir do navio de pesquisas Falkor (atualmente em uma exploração de 12 meses do oceano ao redor da Austrália), os cientistas investigaram o enorme recife através de um robô subaquático, em um mergulho de quase três horas transmitido em alta resolução pelo site do instituto e seu canal no YouTube.
O recife, cuja base tem 1,5 quilômetro de largura, sobe 500 metros até ficar 40 metros abaixo do nível do mar. Ele faz parte de um conjunto com sete recifes semelhantes, mapeado desde fins de 1800.
O recife recém-descoberto (ao centro, no mapeamento 3D.Fonte: Schmidt Ocean Institute/Divulgação
Extinção em 25 anos
A Grande Barreira de Coral Australiana, imensa faixa de corais com três mil recifes, 2,2 mil quilômetros de extensão e largura variando entre 30 km e 740 km, pode ser vista do espaço – é a maior estrutura do mundo feita unicamente por organismos vivos.
A Grande Barreira de Corais, vista do espaço.Fonte: NASA/GSFC/LaRC/JPL/MISR
Casa de 400 espécies de coral, 1.500 de peixes e quatro mil de moluscos, desde a década de 1990 a barreira tem sido afetada pela crise do clima, que vem provocando a sua deterioração. Um estudo publicado em outubro no Proceedings of the Royal Society Journal mostrou que metade dos corais da Grande Barreira australiana morreu nos últimos 25 anos.
Categorias