As vacinas para covid-19 que ainda estão na fase inicial de desenvolvimento, nos Estados Unidos, podem enfrentar um importante obstáculo para avançarem às próximas etapas: a falta de macacos para a realização de testes. A escassez dos primatas no país foi revelada nessa segunda-feira (31), pela revista The Atlantic.
Conforme a publicação, a dificuldade de encontrar os animais se deve ao encerramento das exportações de macacos por parte da China, que era a maior fornecedora para os pesquisadores do mercado americano. Desde o início da pandemia, o país asiático deixou de enviá-los, tanto por causa dos bloqueios a este tipo de comércio quanto pelas necessidades dos cientistas locais.
Dessa forma, os laboratórios que estão em busca dos macacos para a realização de testes da imunização têm obtido um “não” como resposta, precisando adiar o trabalho ou buscar alternativas. Isso acontece, por exemplo, no Centro Nacional de Pesquisa de Primatas da Califórnia, uma das instituições responsáveis pelo fornecimento dos animais.
A China era a principal fornecedora das espécies para pesquisadores nos EUA.Fonte: Pixabay
“Tenho que dizer a eles: Desculpe, não temos permissão para iniciar sua pesquisa”, disse o especialista em doenças infecciosas da instituição Koen Van Rompay, em entrevista ao veículo, ao comentar sobre a procura.
A importância dos macacos para as pesquisas
A enorme demanda pelos macacos, por parte das empresas que estão desenvolvendo vacinas contra o novo coronavírus, se deve ao fato de eles apresentarem um sistema imunológico bastante semelhante ao humano. Por isso, os testes clínicos em pessoas são liberados somente após a confirmação de que a imunização é segura para os primatas.
Com a ausência deles, alguns laboratórios têm optado por pular os testes em animais e aplicar a substância diretamente nos humanos, enquanto outros investem na utilização de hamsters, provisoriamente.
E como não há previsão de quando essa escassez irá terminar, algumas companhias podem precisar pensar em novas alternativas.
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