Imagem de Zone of the Enders: The 2nd Runner
Imagem de Zone of the Enders: The 2nd Runner

Zone of the Enders: The 2nd Runner

Nota do Voxel
82

O projeto menos conhecido de Kojima é na verdade bem sólido!

Após um garoto problemático achar acidentalmente a armadura – chamada na série de Orbital Frame – Jehuty, agora é a vez de um suposto minerador que busca escapar de seu passado. Contrastando com o protagonista do primeiro game, Dingo é um veterano que já passou por conflitos, lutando pelo lado errado. E agora terá a chance de se redimir, mesmo se contra sua vontade.
Sem ela, você não sobrevive

Esta é a premissa básica de Zone of the Enders: The 2nd Runner (uma referência ao protagonista, que é o segundo a utilizar o dispositivo), a sequência ao Zone of the Enders original, ambos projetos produzidos por Hideo Kojima – famoso por ser o criador da série Metal Gear. Continuando no estilo de seu predecessor, um shooter em terceira pessoa cujos combates envolvem os chamados “mechas”, armaduras de batalha tecnologicamente avançadas que são controladas por uma pessoa.

Continuando a saga

A história de 2nd Runner se inicia pouco tempo após os eventos do primeiro game da franquia. Após ter sido escondida em Callisto por Leo Stenbuck – o protagonista do original – a Orbital Frame é encontrada por Dingo Egret enquanto este investiga uma fonte de Metatron, um minério energético. Ao mesmo tempo, o local é invadido por forças da facção BAHRAM, uma instituição que busca a dominação de todos os planetas.

Uma de suas habilidades básicas Após entrar na armadura e combater alguns dos invasores, Dingo acaba por infiltrar-se em uma nave inimiga de forma a descobrir o que está acontecendo. Assim, ele encontra seu antigo comandante, Nohman, além de uma outra integrante da facção, Ken. Após um diálogo acalorada entre os dois velhos conhecidos, Nohman acaba atirando em Dingo e ordena a Ken que descarte o corpo.

Aí é que a virada acontece: ela revela que pode ajudar o protagonista a sobreviver se ele prometer ajudá-la. Muito debilitado para responder, ele acaba acordando dois meses depois e aprende que sua vida agora depende da armadura, pois ela mantém seus sinais vitais. A partir daí, ele parte em uma missão para desestruturar os planos de BAHRAM e manter-se vivo.

O que se vê nesta continuação é uma alteração drástica do perfil do personagem principal, o que é bastante interessante. Através do jogo, outros personagens do primeiro game da série retornam para entrelaçar suas histórias com as atuais, para criar um senso maior de continuidade – o que, aliás, foi feito de forma muito boa.

Combates em larga escala

Já no início pode-se entender a dinâmica do game: quando não estamos participando de combates contra chefes específicos, as batalhas se dão contra um grande número de oponentes. E o que é melhor: você dispõe das ferramentas para lidar com vários deles ao mesmo tempo. Sem contar que seu arsenal aumenta gradativamente durante a partida.

Aqui vale a pena comentar a respeito dos controles. Este é um dos elementos mais improtantes, visto que a ação toda do game se baseia em conflitos extremamente rápidos, contra oponentes muito ágeis. De forma a se adaptar a isto, os comandos são bastante intuitivos, com os botões podendo realizar diversas funções diferentes, dependendo do contexto.

No entanto, este que é um ponto positivo também possui um lado negativo bem considerável. O fato de as lutas serem extremamente dinâmicas faz com que muitas vezes você acabe utilizando algum golpe ou habilidade que não planejava, devido à alteração de situação. Isto leva a um constante massacre dos botões para tentar realizar as manobras da forma mais rápida possível de modo que você consiga fazer o que quer.

Você contra a rapa!

A câmera é outro grande problema que atrapalha consideravelmente a movimentação de seu “mecha”. Existem duas opções para mover-se para cima e para baixo: usar o triângulo e o X, sendo que aí você não poderá atacar ao mesmo tempo (a não ser que possua agilidade sobre-humana nos dedos); ou utilizar o analógico direito para mover a face do personagem.

Esta segunda opção, que acaba sendo a mais prática, tem vários problemas. A câmera muitas vezes se move aleatoriamente e não responde corretamente aos comandos. Além disso, a armadura reage devagar às alterações de direção, o que pode ser bastante incômodo na hora de desviar de golpes.

Dificuldade acima do padrão

Falando em golpes, os inimigos possuem uma boa variedade deles, além de um outro fator: eles machucam bastante. Especialmente na hora de enfrentar chefes, você percebe rapidamente que ser atingido não é uma opção, pois sua barra de vida é muito inferior à deles, proporcionalmente.

Além disso, não se pode perder o controle da luta em nenhum momento. Enquanto você está na ofensiva, massacrando os robôs adversários e destruindo tudo, a coisa vai bem. A partir do momento que você perde a iniciativa e começa a ser encurralado, as coisas podem rapidamente deteriorar, pois você será empurrado e arremessado para todos os lados.

Chefes não são moleza Isto é excelente do ponto de vista do desafio, mas alguns momentos são simplesmente frustrantes. Um exemplo é quando você enfrenta uma outra armadura similar à sua, e ela está com a barra de vida cheia. A única forma de causar dano a ela é arremessando alguns pilares que podem ser pegos no cenário. O problema é que isto tira uma quantidade ínfima de vida, e é bastante difícil acertar a safada.

Então, após perder algumas vezes, na terceira vez que você atinge o alvo – o que terá tirado uns 10% de sua vida total – uma animação aparece onde seu oponente é empalado na parede. Surpreendente, sim, mas antes de isso acontecer você provavelmente se estressou bastante com a aparente longevidade que a luta teria.

Apresentação excelente, mas inconsistente

No que diz respeito à parte visual, o game é muito bom – considerando as capacidades do console em que roda e o ano em que foi lançado, 2003. Possui uma grande variedade de cenários e de modelos para os personagems; grande parte deles criados pelo mesmo designer que trabalhou em Metal Gear Solid.

O problema dos gráficos é a performance do console. Em inúmeros momentos - mais especificamente quando algum efeito aleatório é desencadeado, como quando você destrói um morro – a taxa de frames por segundo cai absurdamente. Algumas vezes, isto atrapalha tanto que você pode ser atingido por um golpe que você vê vindo em sua direção vagarosamente mas não consegue desviar.

Os FPS certamente caíram bastante nesta cena

Complementando a apresentação visual estão diversas cenas de anime, bem ao estilo japonês, que avançam a trama. Também existem cenas de diálogo entre os diversos envolvidos na missão, explicando a situação para o protagonista – que está bastante alienado, devido a sua estadia em um lugar longínquo como minerador.

Do lado auditivo, a trilha sonora é excelente. O estilo lembra Metal Gear, o que para alguns é um ponto forte, e se adapta bem às diversas situações expostas na tela. Além disso, se adequa perfeitamente ao cenário de uma conflito espacial em locais remotos da galáxia. A imersão definitivamente se beneficia bastante deste aspecto.

Mas a coisa fica ruim quando prestamos atenção nas vozes. Embora elas pareçam ser de seus respectivos personagens, os diálogos muitas vezes não fazem sentido e as emoções parecem um tanto quanto confusas. Além disso, as “dicas” dadas pela inteligência artificial da armadura são muito irritantes a longo prazo, devido às constantes lembranças de determinadas coisas que você já sabe, mas não pode realizar no momento.

No geral, um jogo sólido

Se olharmos para o produto como um todo, é um game bastante bom para os fãs de games do gênero, que se identificam com este tipo de história. Ele definitivamente explora bem as capacidades do console. Além do mais, é muito bem produzido, seguindo a tradição de jogos feitos sob o comando de Kojima.

Cem inimigos? Cem lasers!

No entanto, aqueles que estão atrás do game apenas por serem grandes fãs da série Metal Gear poderão ficar desapontados. O jogo é bem ao estilo oriental, com robôs, reações exageradas e tramas dramáticas. Além disso, sem jogar o Zone of the Enders original fica difícil entender ou entrar no clima da história. Ou seja, um game que vale a pena, se você estiver disposto a investir um certo tempo para entender a situação toda.
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