Tatuagens, pancadaria, valores e Kazuma
Yakuza é uma famosa franquia dos video games, exclusiva para o console da Sony. O quarto título, conhecido mais precisamente como “Ryu ga Gotoku 4: Densetsu o Tsugumono", lançado um ano após o surgimento da versão ocidental do terceiro game da série. O que é curioso, uma vez que o terceiro capítulo saiu no Japão em 2009. Ou seja, a versão americana levou um ano para chegar, exatamente o que aconteceu com esta quarta versão.
Desde os dois primeiros jogos, os gráficos mantêm uma mesma linha, algo semelhante ao GTA, (para os gamers mais antigos, a semelhança é bastante evidente com o clássico Shenmue), bem como a jogabilidade, exceto pelo sistema de batalhas. Este lembra vagamente os RPGs de turnos, em que você está andando e de repente é acometido por uma interação desavisada. Naesse momento, você é transportado para um cenário exclusivo para a luta. No caso de Yakuza 4, os locais das lutas são de fato onde o personagem está, porém limitados por grades ou paredes, além dos vários objetos que podem ser usados na luta — algumas paredes inclusive.
Os tempos são outros, os erros os mesmos
A história começa quando um importante homem é assassinado no conturbado território do conhecido Tojo Clan (presente nos outros jogos). Ao mesmo tempo, o líder de uma pequena gangue, que pertence ao clã Tojo, é encontrado morto, ensanguentado, no sofá de seu escritório. Em torno desses dois acontecimentos, é que começam as batalhas por dinheiro, poder e honra.
A verdade só vai sendo descoberta ao longo da trama, em torno de quatro personagens centrais, todos jogáveis: o ex-detento Taiga Saejima, o polêmico policial Masayoshi Tanimura, o misterioso agiota Shun Akyiama e, claro, o famoso ex-yakuza Kazuma Kiryu (para ser Yakuza mesmo, tem que ter o Kazuma). Para quem jogou Yakuza 3, vai ser notada bastante semelhança em termos de controle, gráfico, jogabilidade, luta, sistema de batalha, mote... Para quem não jogou nenhum dos outros, ótimo, porque demora mais pra se cansar.
Cada episódio novo de Yakuza tem um ar de “eterno retorno”. O fato de se tratar do quarto game da série leva o público a pensar que não pode se tratar de um mero qualquer jogo. De fato não se trata. A temática inovadora (pelo menos no primeiro) e os fortes enredos são o principal atrativo da série. Dessa forma, acaba que sendo bastante difícil gostar de apenas um deles, devido a grande semelhança e certa linearidade dos quatro jogos.
Tirando os gráficos não tão empolgantes, e a repetição das batalhas, Yakuza 4 é uma excelente pedida para entrar mais uma vez no universo oriental. As relações entre as máfias, as tatuagens, os vários ritos e tratamentos tornam o jogo uma boa opção.
Enfim, gráficos serrilhados e potencial sonoro pouco explorados tornam a qualidade técnica desse jogo notavelmente insuficiente. Porém, a nota final é maior do que a média ponderada porque a história é realmente é muito boa.
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Nota do Voxel