Imagem de Venetica
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Venetica

Nota do Voxel
50

Uma protagonista forte... E é só!

Até que ponto um protagonista forte consegue levar um título nas costas? Quer dizer, caso o vingativo, poderoso e temperamental Kratos trouxesse consigo um jogo cheio de arestas por polir, glitches e bugs os mais variados... Alguém realmente se interessaria por God of War? Bem, a questão levantada por Venetica é bastante semelhante.

Por trás do título desenvolvido pela semiobscura Deck 13, há a bela Scarlett, espécie de Ofélia caricata em uma encarnação para os video games que tem sua existência provinciana chacoalhada pelo mais completo caos, conforme o seu pequeno e humilde vilarejo é subitamente reduzido a cinzas e escombros por uma legião de assassinos sem identidade — literalmente, conforme se verá mais adiante.

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Como se a destruição completa da sua terra natal não fosse suficiente, Scarlett ainda tem que assistir à morte do seu futuro marido, um capitão da guarda que acaba derrubado por uma flecha ao tentar conter a ameaça. Dessa forma, em prantos, desesperada, com o vestido em trapos e com um atiçador de carvão nas mãos, a moça se levanta e começa a lutar epicamente pela própria sobrevivência.

Só que há um problema aqui: o sofrimento da jovem Scarlett não consegue se maior do que o do próprio jogo. De um ponto de vista técnico, salta à vista logo nas primeira animações algumas faltas gritantes de textura, bem como um efeito de fogo terrivelmente datado e animações faciais da época em que Virtua Fighter foi lançado para o SEGA Saturn.

Quer dizer, quem realmente consegue se concentrar na ruína da pobre moça diante de um desfile interminável de gráficos quebrados embalado por uma taxa de atualização mais inconstante que o próprio destino da protagonista?

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Por outro lado, uma rápida análise da história de Venetica revela uma impressão que se mantém durante todo o jogo: embora utilize clichês dramáticos aprovados há séculos pela dramaturgia, a Deck 13 não foi particularmente feliz ao contar a história da sua heroína, deixando para trás uma miríade de pontas soltas e casos mal explicados. Paralelamente, Venetica ainda é sustentado por um sistema de combates descerebrado e cheio de falhas, o qual serve para dar cabo de uma profusão de inimigos idênticos.

Ok, talvez nem tudo se perca aqui. Há, de fato, o que se poderia chamar de ensaios de boas escolhas. Afinal, o jogo é permeado de escolhas morais desde o seu início, e mesmo a história da dama inflada por uma ira justificada parece nunca ficar velha... Enfim, vamos aos detalhes.

Ok, sem meias palavras aqui: Venetica apenas poderia ser indicado para um jogador absolutamente viciado em RPGs e que, além disso, já tivesse visitado todos os títulos de maior expressão da atual geração.

Mesmo esboçando uma história épica envolvente, a Deck 13 acaba distribuindo uma quantidade tão grande de erros gráficos e pontas soltas na narrativa, que qualquer possível gosto que se poderia ter pelo drama da sofredora Scarlett acaba completamente esquecido.

Conjuntamente, existem ainda inimigos genéricos, texturas completamente datadas e um sistema de combates que simplesmente não convence. Enfim, caso você não seja masoquista ou completamente fanático por dramalhões medievais, o melhor mesmo é passar longe de Venetica.

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