Thronebreaker é uma aventura incrível e diferente no mundo de The Witcher
Quando fomos convidados a jogar Thronebreaker antes de seu lançamento, a impressão inicial foi ótima e isso fez com que as expectativas para o título, que nasceu de uma ideia para uma expansão de Gwent, crescessem bastante, mas ela foi acompanhada de um medo, já que todas as batalhas e puzzles seriam em Gwent, o jogo de cartas que nasceu em The Witcher 3.
Felizmente, o medo não se concretizou e Thronebreaker: The Witcher Tales é tudo o que queríamos e um pouco mais como um spinoff de uma das melhores séries medievais do mundo dos videogames.
Uma protagonista empoderada
Já começo dizendo que Meve — conhecida como "Rainha Branca" e que é a governante dos reinos de Lyria e Rívia — é uma protagonista forte e carismática, cheia de camadas e com objetivos muito claros. Mesmo sendo uma personagem de uma fantasia, ela é humana e possui seus defeitos e sonhos, o que torna a identificação com ela ainda mais fácil.
Durante a trama, temos que nos preocupar com dramas pessoais e familiares, a moral de seu exército (já que ela o lidera) e com sua posição como rainha, que está comprometida pela invasão Nilfigaardiana. Tudo isso se junta numa trama amarrada, convincente, cheia de reviravoltas e chamativa para todos os fãs da franquia.
Assim como em The Witcher, os diálogos possuem opções de falas que mudam o decorrer do jogo. Fala A em vez de B pode fazer com que você crie um conflito desnecessária com um muito mais forte. Tudo isso culmina em 20 finais diferentes.
Preciso comentar sobre a dublagem, que está espetacular. A história é contada por um narrador e, quando os personagens falam algo, eles utilizam suas vozes. O elenco é cheio de dubladores renomados e que combinam muito com os personagens.
Missões e mapas ricos como a realeza
Além das missões principais, existem as secundárias que são tão ricas quanto as da história. Elas envolvem religiões, monstros, camponeses e outros seres do universo criado por Andrzej Sapkowski. A CD Projekt RED percebeu que esse aspecto era muito importante para um game de mundo aberto.
Falando em mundo, o mapa do jogo é bem extenso, cheio de coisas para fazer, mas não é muito difícil chegar de um lado ao outro. Além de missões, também existem segredos, quebra-cabeças, combates e muitos recursos para serem pegos, já que eles são importantes para a história e para melhores seu exército e seu baralho.
A visão do mapa é isométrica e você controla Meve — mas, na verdade, está controlando todo seu exército representado pela sua líder. No caminho, existem NPCs que você pode ouvir conversando ou falando. Alguns vão te informar a localização de itens escondidos, outros vão falar sobre a situação dos reinos e, claro, tem os que vão estar de papo furado (que são divertidos de ouvir).
O visual é lindo! Ele mistura o cartunesco com o real, assim como mistura o 2D com o 3D durante os diálogos, mesmo que a exploração e o combate sejam totalmente 3D. Isso dá um maior brilho ao título já que, mesmo sendo The Witcher, ele é algo novo e independente. Mesmo assim, a arte segue na linha de direção artística da saga de Geralt de Rívia.
O combate te convida a uma experiência tranquila, mas desafiadora
Agora, hora de falar sobre os combates. Como disse na introdução, Thronebreaker nasceu como uma expansão de Gwent: The Witcher Card Game, mas acabou ficando grande demais para ser só isso e se tornou um novo jogo. Sendo assim, todo o combate e os puzzles são com o jogo de carta criado para The Witcher 3.
O jogo é muito convidativo a novos jogadores de Gwent, como eu. O tutorial consegue te explicar, em pouco tempo, toda a dinâmica dele de forma que uma pessoa que não costuma jogar card games irá se sentir “em casa”. Mas se você quer só curtir uma história e não ficar esquentando a cabeça com isso, é possível escolher uma opção par pular as batalhas logo no início do game.
A quantidade de cartas disponíveis é enorme e montar seu próprio baralho se torna algo fácil para qualquer pessoa, mesmo as que tem pouca experiência com games de estratégia. As habilidades são de fácil compreensão e montar combos se torna uma tarefa fácil.
A maioria das batalhas são desafiadoras em qualquer um dos níveis, mas não impossíveis. Se fracassar na primeira tentativa, já é possível entender o “modus operandi” de seu adversário, baseando-se nas cartas dele. Não necessariamente você precisa vencer os turnos para acabar com seu adversário, já que alguns combates possuem objetivos específicos.
Mas o que é realmente desafiador são os quebra-cabeças que vão testar você e seu baralho. Diferente dos combates, que possuem três rodadas, esse normalmente possui uma rodada única com um objetivo a ser realizado. Às vezes é necessário acabar com todas as cartas do adversário, outras só algumas específicas. É provável que cinco tentativas bastem para resolve-los, alguns é possível de primeira, mas não é algo impossível.
Mesmo assim, eu não classifico ele como um “card game”. Mesmo o combate sendo em sua totalidade com cartas, o modo de exploração é bem livre, lembrando um pouco Diablo, e ainda tem os diálogos com escolhas, o que o torna um hibrido de aventura, RPG e estratégia.
Thronebreaker é o jogo que os fãs de The Witcher não pediram, mas amaram. Tudo nele é lindo e agradável. O maior problema que eu tive foram diversos bugs, clitches e crashes que ele deu antes de seu lançamento oficial. Após isso, foram muito menos frequentes, o que deixou com que eu aproveitasse a experiência tranquilamente.
Categorias
- História cativante e cheia de reviravoltas
- Jogabilidade fluida
- Combates e quebra-cabeças desafiadores
- Visual lindo
- Dublagem de alto nível
- Diversos bugs que atrapalharam a experiencia no começo da aventura
Nota do Voxel