Imagem de The Sims Medieval
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The Sims Medieval

Nota do Voxel
75

Mais RPG... Menos The Sims

Videoanálise

Eis uma proposta: tente imaginar por um momento qual poderia ser o elemento central da série The Sims. Qual seria o cerne da jogabilidade inaugurada pela Electronic Arts há dez anos, capaz não apenas de angariar o título de “Jogo do Ano” como também de bater todos os recordes de vendas para PC. Em uma palavra? Cotidiano.

A grande sacada da EA para o primeiro The Sims foi, na verdade, algo tremendamente simples: as pequenas contingências do dia-a-dia poderiam ser tão dignas de interesse quanto uma invasão alienígena ou uma conspiração governamental. Quer dizer, derrotar um chefão com dezenas de tentáculos pode ser uma experiência memorável... Mas batalhar para pagar as contas enquanto tenta arrumar um emprego melhor e mobiliar a casa também pode ser uma grande aventura!

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Em outras palavras, The Sims mostrou que dilemas vitais são capazes de formar vínculos empáticos sem precedentes com uma enorme parcela de jogadores — particularmente, aquela parte que nem sempre tem uma espaçonave intergaláctica ou um arsenal bélico à disposição no quintal de casa.

Dessa forma, quando algo como The Sims Medieval dá as caras, é impossível não lançar algumas perguntas retóricas. Será essa a verdadeira essência da série? Ou será uma espécie de rendição aos argumentos extraordinários que compunham a quase totalidade dos jogos pré -The Sims?

Ok, talvez seja o momento para uma pequena introdução. The Sims Medieval representa um novo direcionamento para uma franquia que anda estagnada há algum tempo. Desde que o primeiro The Sims surgiu como divisor de águas, a Electronic Arts tem embarcado em uma sucessão contínua de expansões e reinvenções — algumas dignas de nota... Outras nem tanto assim.

Assim, alguém, em algum momento, deve ter jogado a seguinte proposta: “e se nós fizéssemos uma versão medieval embalada por diversas aventuras?”. De fato, mesmo sem representar estritamente uma novidade — já que Volta ao Mundo e a série Histórias já haviam feito algo bastante semelhante —, Medieval realmente traz um conceito distinto, mudando o foco daquele seu banheiro bem decorado para aventuras épicas movidas pela mais pura sede de aventura.

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Mas a questão é: isso realmente combina com a série? Caso você não seja fanático pelos pequenos ratos de laboratórios da EA, vale mesmo a pena encarar um RPG mediano que tenta salvar o mundo entre uma refeição e outra?

Isso provavelmente depende do que The Sims representa para você. A série só tem a ganhar com novas propostas, mesmo em detrimento da antiga rotina? Ou, por outro lado, personalização e a velha batalha diária envolvendo finanças e relacionamentos amorosos rotos deveriam se manter no foco da experiência? A escolha talvez não seja tão simples quanto aparenta. Talvez alguns detalhes ajudem a formar um julgamento mais consistente.

The Sims Medieval é um jogo que pode facilmente dividir opiniões. Por um lado, é fácil perceber que a empreitada medieval da EA representa uma guinada capaz de insuflar novos ares na série — que, de fato, jamais apareceu com uma ligação tão pronunciada com o estilo típico dos RPGs. Para quem quer novidades, portanto, há heróis, bom humor, novas mobílias e todo um reino a ser desenvolvido.

Entretanto, tratando-se da experiência típica de The Sims, é impossível não considerar a fusão “cotidiano + aventuras épicas” como algo não propriamente genuíno. Afinal, para incorporar elementos de aventura na série, a Electronic Arts acabou podando diversas mecânicas relacionadas à experiência central da série.

A questão, portanto, poderia ser: é melhor dominar o mundo... Ou cozinhar uma boa comida enquanto espera convidados para uma festa caseira?

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