Depois do renascimento da série Age of Empires, assim como a chegada de novos games  da franquia Total War e a remasterização de Warcraft III, mais um game voltado para o público RTS chegou ao mercado.

Confesso que minha expectativa estava baixa, ainda mais depois que o jogo recebeu alguns atrasos. Anunciado em 2018, as informações de The Settlers: New Allies começaram a deixar os fãs, carentes em mais de 2 décadas de uma boa sequência, sonharem alto.

Já, em 2022, veio o balde de água fria. O game recebeu uma nova data, para o ano seguinte. Depois de mais um atraso, finalmente a espera acabou e conseguimos colocar as mãos nessa sequência. Será que valeu a pena esperar tanto tempo?

Bonito, mas ordinário

Ao ligar The Settlers: New Allies, o jogador já fica maravilhado com a beleza do jogo. Percebe-se, logo de cara, que valeu a pena esperar um pouco mais, já que o polimento e a otimização ficaram excelentes.

Graficamente o jogo entrega mais do que eu esperava, principalmente se levarmos em consideração os primórdios da série. Todos os detalhes são relevantes e é possível ver cada mecanismo funcionando da melhor forma possível.

Ao aproximar a câmera você percebe como tudo foi muito bem feito, dando vida a cada pixel colocado no game. As cores são intensas, dando um ar de desenho e tudo funciona da melhor forma possível.

A arte gráfica ajuda muito na imersão, fazendo com que o jogador simpatize cada vez mais com o que deve ser feito. O jogo rodou sem problemas no meu PC, mesmo em 4k. Méritos totais da produtora.

Só lamento dizer que tudo o que me encantou no game acabou aqui. Mas fique tranquilo que eu explicarei. Se você é um jogador que conhece a franquia, vai fazer uma pergunta: o game foi lançado para agradar os fãs ou a intenção era proporcionar uma experiência mais casual?

Fórmula antiga

Entendo que a ideia da produtora foi retratar da melhor forma possível tudo o que foi encontrado ao longo da história da série. Sem mexer em muita coisa, a empresa tentou voltar aos seus primórdios.

A grande questão é que muita coisa já se tornou obsoleta no mundo dos games. A realidade é que a produtora tentou fazer o mesmo que os remakes de Age of Empires e Warcraft, sem ter o mesmo brilho.

Existem duas formas de se divertir em The Settlers: New Allies. O Modo Campanha, que é bem simples e divertido ao mesmo tempo, com foco no aprendizado e, principalmente, em uma nova leva de jogadores. Está longe de ser algo parecido com o que já vimos anteriormente na franquia, mas quebra muito bem o galho.

Você comanda um grupo de pessoas que acaba de fugir de uma guerra civil. Com isso, terá a possibilidade de controlar três tribos, chamadas Elari, Maru e Jorn. Ao longo da jornada serão 13 missões para tentar fazer o possível e inimaginável para se dar bem .

Para mim fica claro que o Modo Campanha é o foco da empresa, que busca angariar mais fãs para uma série que fez sucesso no passado, mas que perdeu muitos jogadores devido a concorrência, que sempre foi muito pesada no mercado de RTSs.

O segundo modo, e não menos importante, é o Skirmish. Aqui o bicho pega e o jogador terá a oportunidade de duelar com outros oponentes. Além de batalhas no PVP e Causal, você pode atuar no modo hardcore, onde terá direito a algumas recompensas, como Pontos e Fragmentos. Este último item pode ser trocado por souvenirs na loja do jogo.

Se a ideia aqui é trazer os grandes fãs da série, dá pra dizer que o jogo cumpriu sua expectativa. Só que é necessário trazer mais itens para ganhar corpo e até mesmo mais desafios por parte dos jogadores.

Vale destacar que o jogo possui um Tutorial robusto e que ensina praticamente tudo o que é possível fazer no game. Nada de ficar perdendo a cabeça para tentar utilizar a melhor estratégia.

Tédio e mais tédio

A jogabilidade de The Settlers: New Allies é lenta. Como em um RTS básico é necessário pegar recursos para desenvolver sua cidade e construir seu exército para duelar. Nada muito diferente da captação de pedras, alimento madeira já conhecido em trocentos jogos do mercado.

Infelizmente os elementos são muito básicos, com uma logística já conhecida e muito lenta. Tudo acontece meio que de forma automática. tudo vai ocorrendo sem muita dificuldade, até que chega o momento de duelar com as outras tribos.

Em um mundo que temos a série Stronghold, The Settlers: New Allies fica para trás, sem muitas possibilidades, como a de se unir a grandes aliados e juntar sua força para conquistar mais regiões.

O que mais chama a atenção é que o desenvolvimento não faz muito sentido. Enquanto sua cidade ainda possui elementos precários, você já pode desenvolver sua força militar para as batalhas.

Daí em frente, o jogo se torna um game de RTS, no melhor estilo Command & Conquer. Seria mais honesta transformar o jogo em um game de batalha pura, sem misturar tanto a ideia de construção de cidades, já que elas não se encaixam

Vale a pena?

The Settlers: New Allies te remete a uma ideia inicial de construir cidades, mas no fim é um RTS de batalha, Isso encanta e desencanta, porque você já sabe o que ocorrerá com o tempo.

A construção inicial se torna lenta e um verdadeiro tédio, para então entrarmos no grande objetivo do jogo.

A grande questão é, que com grandes jogos no mercado, The Settlers: New Allies torna-se apenas mais um no meio de leões, que possuem capacidade e qualidade para dominar neste quesito, como os games 4x.

O jogo possui suas qualidades, como o trabalho gráfico, a trilha sonora e otimização, além de ser uma boa porta de entrada para novos jogadores, mas apenas, isto.

The Settlers: New Allies foi enviado gentilmente pela Ubisoft para a realização desta análise